Bolsa fecha a semana em alta de 1,88% pela segunda vez consecutiva; dólar cai 1,44%
Bolsa cai com cenário externo após três pregões em alta
Em uma semana marcada pelo avanço da inflação global, preocupação com a elevação da taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed), balanços trimestrais das empresas americanas e, aqui, expectativa sobre a aprovação do Orçamento 2022, pela segunda vez consecutiva neste ano, a Bolsa acumulou alta de 1,88%. Já o dólar apresentou queda de 1,44%
Nesta sexta-feira, 21, após um pregão volátil e em dia de vencimento de opções, a Bolsa fechou suas operações em baixa de 0,15%. O Ibovespa chegou a flertar com os 109 mil pontos, mas acabou ficando em 108.937. Já o dólar concluiu a sessão em alta de 0,72%, cotado a R$ 5,45.
O sobe e desce do principal índice da B3 foi embalado de um lado pela valorização das gigantes do setor varejista, que garantiram as altas. Na outra ponta, a devolução dos lucros das empresas de commodities empurrou o Ibovespa para baixo, devolvendo parte das altas seguidas da semana.
Além disso, o desempenho do mercado interno foi influenciado pela aversão ao risco do mercado internacional, com o aumento da pressão inflacionária nas principais economias do mundo e as perspectivas cada vez mais claras sobre a elevação da taxa de juros americana pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que deve ocorrer já no mês de março.
Estados Unidos: além da alta de juros, balanços decepcionam
Em Wall Street, as principais bolsas fecharam em queda acentuada, com esse conjunto de fatores tendo ainda um outro componente de peso, ligado à temporada de balanços corporativos do quarto trimestre de 2021. O resultados de algumas empresas, no entanto, vem apontando uma desaceleração do crescimento, como é o caso da Netflix, . Com isso, os BDRs da empresa na Bolsa derreteram 22,26%.
Somado ao quadro de aumento de juros, a frustração com esses resultados corporativos eleva ainda mais a deterioração do sentimento do investidor.
Fechamento/ principais índices bolsas americanas
- S&P 500: - 1,89% (438,29 pontos)
- Dow Jones: - 1,30% (34.265 pontos)
- Nasdaq 100: - 2,75% (14.438 pontos)
No Brasil, investidores aguardam a aprovação do Orçamento 2022
Ao longo do dia, o mercado ficou na expectativa de notícias sobre a aprovação do Orçamento 2022 pelo presidente Jair Bolsonaro – hoje é o último dia para sancionar o texto. Segundo o vice-presidente Hamilton Mourão, Bolsonaro fará isso ainda nesta sexta-feira.
A peça orçamentária deste ano foi aprovada em dezembro no Congresso, mas ainda há impasse em torno de um reajuste salarial a servidores públicos prometido pelo presidente, além do valor do fundo eleitoral.
Ao ser questionado sobre o fundo eleitoral de R$ 4,9 bilhões incluído no Orçamento, Mourão disse que a decisão de vetar ou não a matéria ainda está em análise. "Isso é uma decisão dele lá. Está sendo trabalhado pelo pessoal da assessoria jurídica, junto com o pessoal da economia. A linha de ação que for apresentada o presidente vai aceitar ou não", afirmou.
Maiores altas e baixas da Bolsa nesta sexta-feira
Maiores altas
JHSF (JHSF3) | + 6,38% |
Natura (NTCO3) | + 4,55% |
Hapvida (HAPV3) | + 4,20% |
Magazine Luiza (MGLU3) | + 3,91% |
Eztec (EZTC3) | + 3,77% |
Maiores baixas
IRB Brasil (IRBR3) | - 5,11% |
Usiminas (USIM5) | - 4,16% |
Gerdau (GGBR4) | - 4,12% |
Gerdau Metalurgia (GOAU4) | - 3,53% |
Klabin (KLBN11) | - 3,44% |
Europa: mercado fecha em forte queda
As bolsas da Europa fecharam em queda nesta sexta-feira, em meio à desvalorização das ações do setor de tecnologia, penalizadas por perspectivas de aperto monetário. O recuo do petróleo, tensões geopolíticas e dados econômicos negativos também ajudaram a azedar o clima.
Os retornos em alta dos Treasuries tendem a pesar sobre as ações em geral, mas as de tecnologia são as mais afetadas, porque são mais dependentes de crescimento futuro. O tombo da Netflix em Nova York nesta sexta, após balanço corporativo, apenas contribuiu para piorar o cenário, que teve repercussões do outro lado do Atlântico.
Para a gestora de fundos multiativos da Invesco, Georgina Taylor, o quadro nas mesas de operações é agravado ainda pelo aprofundamento das tensões geopolíticas entre Rússia e Ocidente, em meio a temores de que Moscou pretende invadir a Ucrânia. "O risco geopolítico desempenha um papel importante", explica, acrescentando que o ambiente pode ter efeito na inflação.
Na zona do euro, o índice de confiança do consumidor caiu de -8,4 em dezembro a -8,5 em janeiro, segundo dados preliminares da Comissão Europeia. O resultado veio melhor que a projeção do mercado, que era de recuo a -9,0. A surpresa positiva no dado, no entanto, teve influência limitada nos negócios europeus.
Fechamento/bolsas europeias
- Stoxx 600 (índice pan-europeu): -1,84% (474.4 pontos)
- FTSE 100 (Inglaterra): -1,20% (7.494 pontos)
- DAX (Alemanha): - 1,94% (15.603 pontos)
- CAC 40 (França): - 1,75% (7.068 pontos)