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Mercado Financeiro

Market Timing VS Asset Allocation: Qual a melhor estratégia para investir?

Antes de se iniciar propriamente esse texto, se faz necessário esclarecer as definições: Market Timing é a estratégia onde o investidor procura prever e antecipar condições…

Data de publicação:15/10/2020 às 09:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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Antes de se iniciar propriamente esse texto, se faz necessário esclarecer as definições:

Market Timing é a estratégia onde o investidor procura prever e antecipar condições e movimentações de mercado para obter alta lucratividade em uma negociação específica. Para isso, utiliza-se de observações de conjuntura econômica, ou simplesmente a variação de preços, como na análise técnica e fundamentalista.

Asset Allocation é a tática utilizada para diluir riscos através da diversificação de ativos em uma carteira de investimentos. Uma estratégia de alocação em renda fixa e ativos de renda variável já configura uma alocação diversificada por conta da pouca ou menor correlação entre eles.

A comparação entre Asset Allocation e Market Timing é uma longa e antiga discussão. Para expor e validar argumentos, é necessário trazer à tona os prós e contras de cada uma das estratégias.

Prós do Asset Allocation:

Diversificação natural e, portanto, diluição de risco para a construção de patrimônio para médio e longo prazo.

Requer pouco acompanhamento por parte do investidor. Uma vez que uma carteira mais bem diversificada tende a sofrer menos em momentos de alta volatilidade no mercado.

Contras do Asset Allocation:

Pode “deixar passar” eventuais oportunidades de mercado por se tratar de uma visão de longo prazo e altamente diversificada.

Os ganhos podem ser diluídos ou anulados por eventual desvalorização de um ativo, cuja perda pode ou não ser compensada por ganhos em outros mercados.

Prós do Market Timing:

Visa alta lucratividade e pode se aproveitar de risco sistêmico e não sistêmico: A compra de ações durante uma situação de colapso de mercado, como na crise de 2007/2008 e da COVID-19 em 2020 podem gerar oportunidade de alocação em ativos de qualidade a um preço muito descontado.

Já a inversão, deterioração ou melhoria de uma situação micro ou macro econômica pode abrir ângulo para uma operação que venha a trazer alta rentabilidade no médio ou longo prazo.

Contras do Market Timing:

Requer maior acompanhamento e, portanto, maior giro da carteira do investidor. O que aumenta despesas operacionais e tributárias.

Muitas vezes a operação escolhida pode não se desenvolver de acordo com a expectativa e assim gerar um lucro pífio ou até prejuízos. Afinal, é muito difícil antecipar com elevada taxa de acerto os movimentos futuros do mercado.

Afinal, qual das duas é melhor?

No mercado financeiro muito se discute sobre teorias, e classes de ativos. No fundo, não se trata de melhor ou pior, mas sim, o que é mais adequado ao investidor, e/ou seu objetivo.

Para a pessoa que pouco conhece sobre mercado de capitais, ou que não disponha de tempo livre para acompanhar a carteira, o Asset Allocation faz mais sentido.

Já para o investidor que tem confiança em sua capacidade analítica e dispõe de algumas horas ao dia para observar e pinçar oportunidades de mercado, o Market Timing pode ser uma experiencia interessante.

Se pensarmos em termos de perfil, o Asset Allocation atende muito bem investidores conservadores e moderados. Já o Market Timing é uma tática adequada para os agressivos ou arrojados.

Além da semântica de perfil, é necessário avaliar o propósito do investimento e cruzar algumas informações.

Uma empresa importadora preocupada com a alta do Dólar ante o Real deverá procurar ter em sua carteira algum investimento que acompanhe a oscilação da moeda norte americana.

O investidor que poderá precisar utilizar os recursos no curto ou médio prazo não tem condições de absorver maiores riscos e não pode dispensar a liquidez.

Os exemplos acima refletem a alocação de ativos de acordo com a demanda ou necessidade do investidor (uma configuração de asset allocation).

Já um investidor que tem uma carteira constituída, com todas as reservas (emergência, construção de patrimônio, etc), ao receber novos recursos pode fazer uma alocação visando maior lucratividade caso ele entenda ou imagine que o momento seja apropriado para adquirir ações por exemplo (tal comportamento exemplifica Market Timing).

Vamos aos números?

Usaremos como referência o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que reflete totalmente o comportamento da taxa básica de juros, e o ETF BOVA11, fundo de índice que acompanha da forma mais fiel possível o principal indicador de ações no Brasil.

Numa estratégia de Asset Allocation o investidor dividiu seu capital igualmente entre um ativo com remuneração a 100% do CDI e o ETF BOVA11 no dia 30/09/2010 e somente uma década depois foi avaliar sua carteira.

As aplicações referenciadas pelo CDI renderam 143% no período (*) e o recurso alocado em BOVA11 teve valorização de 32% em todo período (**). Por se tratar de uma divisão igualitária, a média simples entre os dois corresponde ao retorno total da carteira: 87,5% no período, cerca de 6,49% ao ano.

Comportamento do ETF BOVA11 entre setembro/2010 e setembro/2020: Fonte Tradingview

Nada mal para uma carteira com diversificação natural e que tem diluição de risco de forma intrínseca.

Já um investidor que tem usa Market Timing iniciou também suas aplicações em 30/09/2010. Alocou 100% dos recursos em um ativo com remuneração a 100% do CDI por 5 anos, assumiu o lucro de 62,74% no período e reposicionou os valores para BOVA11, que por sua vez teve uma apreciação de 43,43% no período entre setembro de 2015 e setembro de2020. Nesse caso, por questão de conjuntura política e econômica, o investidor acompanhou toda a alta da taxa de juros e entrou na Bolsa de Valores em um dos momentos de maior desvalorização. Com isso, obteve um retorno de 133% nos seus investimentos. 

O exemplo acima reflete um Market timing praticamente perfeito, diante de uma conjuntura macroeconomia e política que o Brasil passou. O movimento inverso (iniciar a aplicação em BOVA11 e posteriormente realocar em juros) traria o retorno de – 35,18% no mercado de renda variável ente 2010 e 2015, e apreciação de 49,45% na taxa de juros entre 2015 e 2020. Com resultado de -3,13%.

Em suma, o Market Timing depende de grande capacidade analítica, controle e manejo de risco para evitar grandes perdas e assim não comprometer a evolução patrimonial.

Já o Asset Allocation pode ter um potencial de retorno limitado muitas vezes por não capturar grandes distorções de mercado, porém tem um potencial construtivo muito grande.

Conclusão

Para investidores conservadores, que não tem conhecimento ou tempo para acompanhar o mercado de capitais, o Asset Allocation se torna mais efetivo.

Já para investidores que possuem conhecimento e preparo para tentar obter resultados ante as distorções do mercado, o Market Timing funciona perfeitamente.

Seria possível utilizar as duas estratégias simultaneamente? Dentro do possível o investidor pode e deve. Depois de consolidar a reserva de emergência, investimentos voltados para a construção e aumento de patrimônio; sempre que possível, seja via novos recursos, ou através de uma reserva distinta para aproveitar oportunidades, o investidor deve buscar alternativas para obter mais lucro em operações de curto e médio prazo.

Além do crescimento pessoal a título de conhecimento, a obtenção de lucros pontuais tem capacidade de gerar um bom adiantamento no planejamento financeiro em termos de tempo, ou os lucros também podem ser utilizados na economia real.

Sobre o autor
Alexander Shukowsky
Formado em Comunicação Social e Gestão Financeira. 10 anos de mercado financeiro na linha de frente em Bancos e Corretoras.

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