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Foto: Envato
Mercado Financeiro

Por que a tendência de alta do dólar ainda permanece intacta?

Enfraquecimento da moeda americana no exterior e melhora dos indicadores brasileiros podem contribuir para esse comportamento

Data de publicação:04/06/2021 às 05:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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Desde o início de nossa série de artigos temos apontado que o real está bem desvalorizado e indicamos motivos para que a nossa moeda se valorize e fique mais acoplada à de outros países emergentes e ao preço das commodities. Indicamos que R$4,30, há algumas semanas, seria uma taxa possível.

Foto: envato
Notas de dólares - Foto: Envato

No primeiro dia do mês de junho, o dólar/real foi negociado abaixo do nosso gatilho de reversão da tendência de longo prazo - R$5,187 - após quase um mês tentando romper esta importante linha de suporte de preço.

O que isso significa? Por enquanto, a tendência de alta de longo prazo permanece intacta - está assim desde a greve dos caminhoneiros no primeiro semestre de 2018. Para reverter, ou seja, de tendência de alta para tendência de baixa, será preciso confirmar o rompimento nos próximos dias.

A chance disto acontecer é grande, devido a dois motivos: fraqueza do dólar no exterior e melhora dos nossos fundamentos.

Abaixo, o gráfico da Wagner Investimentos: é possível que o dólar/real busque R$5,00 e depois teste níveis mais baixos se a tendência de longo prazo, definida pela linha horizontal de cor cinza, for rompida. Cada barra de preço equivale a uma semana de negociação:

Foto: Wagner Investimentos

Retrospectiva: 24 a 28 de maio de 2021

O grande evento desta semana foi a divulgação do índice de inflação na sexta-feira, 28. O Fed (Federal Reserve, o banco central americano) utiliza o núcleo do PCE (Personal Consumption Expenditures) como medida oficial de inflação. O núcleo (ou “core” em inglês) é a inflação menos a variação dos itens mais voláteis, como combustíveis e alimentos.

A inflação de abril está acima do tolerado pelo Fed, mas é importante lembrar que o BC dos Estados Unidos tem duplo mandato e precisa considerar a situação do emprego para decidir sobre a política monetária.

Neste momento há mais ou menos 10 milhões de americanos a menos empregados do que antes da pandemia da covid-19 e há evidências de que a inflação é transitória - por isso, os discursos dos principais membros do Fed é que ainda é cedo para decidir pela retirada dos estímulos.

Neste ponto faço um alerta: provavelmente a maioria dos analistas acredita que a inflação nos Estados Unidos é estrutural e, particularmente, estou alinhado com o discurso do Fed, de que a inflação é transitória.

Porém, devemos ter a mente aberta e evitar o viés da confirmação, muito estudado em finanças comportamentais: procurar notícias que corroborem a nossa tese. Eu prefiro ter uma opinião, mas estou pronto para mudá-la se os dados dos próximos meses mostrarem o contrário!

Índice PMI da Manufatura

O PMI da manufatura é, em minha opinião, o principal indicador antecedente da economia e, por isso, baseei a minha dissertação de mestrado neste índice.

O índice foi divulgado no dia 1 de junho e não surpreendeu o mercado, porque os dados vieram muito parecidos com as prévias divulgadas alguns dias antes.

Na próxima semana abordaremos esse indicador e também o PMI de serviços e o payroll. Apenas para comentar, por ser relevante, os dados da indústria da Ásia vieram acima da linha d’água de 50 pontos, mesmo com as notícias ruins sobre o avanço da covid, sobretudo na Índia.

Próximos eventos relevantes:

· 04/06 - sexta-feira: payroll (criação de emprego, taxa de desemprego e reajuste salarial) nos EUA
· 10/06 - quinta-feira: CPI (inflação do consumidor e índice não oficial) dos Estados Unidos
· 16/06 - Super Quarta: reunião do Fomc (Copom americano) - será divulgado o “gráfico de pontos” com as novas projeções para a economia. O que mais os investidores irão observar é a projeção para a taxa de juros.
· 16/06 - Super Quarta: reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
· Final de agosto: Simpósio Jackson Hole, organizado pelo Fed de Kansas City. Por diversas vezes, o evento foi palco de importantes discursos sobre política monetária. (https://www.kansascityfed.org/research/jackson-hole-economic-symposium/economic-symposium-conference-proceedings/)

E, o dólar/real, para onde vai e o que fazer?

A possível reversão da tendência de longo prazo não é condição suficiente para que a nossa moeda convirja para o seu “valor justo”, que estimamos muito próximo de R$4,00. Nas próximas edições vamos comparar o real com as commodities - com os termos de troca e ficará mais claro o porquê deste patamar.

Pensando em compra de dólares para pessoa física (para empresas e investidores profissionais há outras estratégias devido o volume transacionado), uma sugestão é fazer compras parciais à medida que a moeda caia 10 centavos. Abaixo duas simulações para a compra de USD 10 mil.

Observe que não há um ganho “absurdo” na inversão das estratégias, mas pondere que ao comprar mais agora, você corre menos risco. A atitude prudente, comprando aos poucos, pode ser uma alternativa melhor do que esperar uma queda maior e que pode não acontecer!

Desejo a todos uma ótima semana e bons negócios!

*Este artigo não expressa necessariamente a opinião do portal Mais Retorno.

Sobre o autor
Jose Faria Júnior
José Raymundo de Faria Júnior é economista graduado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e mestre em Administração pela Fecap. Sócio desde 2006 da Wagner Investimentos, possui as certificações financeiras CFP®️, CNPI, CGA e é Consultor de Valores Mobiliários.

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