Novas sanções à Rússia após promessa não cumprida de retirada militar da Ucrânia
Otan diz que forças russas estão se reposicionando dentro da Ucrânia
O mundo acompanha com os desdobramento do conflito entre Rússia e Ucrânia e após as frustrações com a última rodada de diálogos nesta semana, em que havia a promessa de retirada de tropas russas do território ucraniano.
Mesmo a Rússia tendo afirmado que reduziria as atividades militares nas cidades ucranianas de Kiev e Chernigov, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, esclareceu nesta quinta que informações de inteligência indicam que as forças russas não estão saindo, mas se reposicionamento dentro do país. Além disso, uma nova rodada de sanções foi anunciadas.
Em contrapartida, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou a inclusão de 13 indivíduos e 21 entidades na lista de alvos de sanções contra a Rússia. Tudo como parte dos esforços para punir Moscou pela invasão da Ucrânia. Segundo o departamento, algumas medidas envolvem o setor de cibersegurança. O Tesouro informou ainda que excluiu o Ozon Bank da lista.
Já o Reino Unido impôs sanções a mais 14 entidades e indivíduos, incluindo grupos de mídia por trás da RT e da Sputnik, com a justificativa de que está mirando nos que propagam "as notícias falsas e narrativas" do presidente russo, Vladimir Putin.
Entre os novos alvos das sanções britânicas estão o diretor-gerente da RT, Alexey Nikolov, Sergey Brilev, famoso âncora de TV da Rossiya, e o editor-chefe da Sputnik, Anton Anisimov.
O governo britânico disse que irá punir diretamente grupos de mídias estatais, incluindo a TV-Novosti, controladora da RT, e a Rossiya Segodnya, dona de agência de notícias Sputnik. "A guerra de Putin na Ucrânia é baseada numa torrente de mentiras", disse em comunicado a chanceler britânica, Liz Truss.
Turquia se oferece para mais negociações
O ministro de Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, disse que está trabalhando para que os chanceleres da Rússia e da Turquia voltem a se reunir para novas negociações de paz. Em entrevista ao canal de TV turco A Haber, Cavusoglu disse que a reunião poderá acontecer em duas semanas.
Os comentários de Cavusoglu vieram dias após a Turquia servir de anfitriã para discussões presenciais de negociadores russos e ucranianos, em Istambul. Cavusoglu disse que decisões tomadas durante as conversas não foram levadas adiante.
"Depois dessa reunião, algumas decisões foram tomadas, principalmente no que diz respeito à redução de tensões", disse Cavusoglu. "Mas não vemos essas decisões ocorrendo na prática - por exemplo, a retirada de soldados russos de algumas áreas."
Nas negociações de Istambul, na terça-feira (29), a Ucrânia divulgou um detalhado cronograma para um acordo de paz, pelo qual o país manteria a neutralidade, mas sua segurança seria garantida por um grupo de terceiros, incluindo EUA, Reino Unido, França, Turquia, China e Polônia. /Agência Estado com Associated Press.