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Economia

Mercado prevê crescimento do PIB abaixo de 1% em 2022

Piora do quadro econômico, com aumento da inflação e risco político elevado são alguns dos fatores que influenciam na revisão

Data de publicação:15/09/2021 às 08:36 -
Atualizado 3 anos atrás
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A piora do quadro econômico, com aumento da inflação e um risco político elevado, tem feito economistas de instituições financeiras reduzirem as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano e o ano que vem.

Foto: Envato

A deterioração das perspectivas para a inflação piorou o quadro econômico e causou uma série de revisões no cenário do banco BV (ex-Banco Votorantim). A projeção para o IPCA saltou de 7,7% para 8,2% em 2021 e de 3,6% para 3,8% em 2022. A estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, por sua vez, recuou de 1,8% para 1,5%.

"Tínhamos a visão de que o dólar e as matérias-primas geravam choques temporários, mas mudamos a leitura a partir dos dados recentes de inflação", afirma o economista-chefe do BV, Roberto Padovani.

"A inflação de serviços acelerou pela reabertura, mas a de bens industriais continuou pressionada. Esse acúmulo de choques jogou o IPCA em um patamar próximo de 10%, e o nível importa", ressaltou.

A inflação acumulada no patamar atual, segundo Padovani, reforça os reajustes de contratos e gera uma inércia que contamina as expectativas para 2022 e 2023.

Como a deterioração inflacionária deve exigir mais do Banco Central (BC), o BV elevou de 7,5% para 9,0% a projeção da Selic no fim do ciclo. A taxa de juros deve chegar a 8,5% no fim deste ano e atingir o patamar estimado na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em 2022.

"O BC vai ter que subir os juros até 9,0%. O ritmo ele escolhe. Esse aperto monetário vai ser reforçado por uma piora nas condições financeiras, que nos fez mudar o cenário de crescimento em 2022 [de 1,8% para 1,5%]", afirma o economista.

Mesmo com a reação da política monetária para conter o avanço dos preços, Padovani prevê dificuldades no processo de desinflação em 2022. Apesar de a alta dos juros moderar variações cambiais, deve haver um aumento do risco nos mercados emergentes e também no mercado local, em função do ciclo eleitoral.

Além disso, a expectativa é de manutenção dos desequilíbrios entre oferta e demanda, principalmente no setor industrial, ainda afetado pelos problemas na cadeia global.

A crise hídrica, por sua vez, segue no radar. Com a tendência de continuidade do fenômeno La Niña, a previsão é de menos chuvas no período propício a elas, algo que implica em uso das termelétricas por mais tempo.

"Isso impede uma deflação na energia elétrica. Na melhor das hipóteses, os preços vão ficar onde estão", projeta o economista.

Risco fiscal elevado

Outra instituição que revaliou suas projeções é a XP Investimentos. Os analistas da corretora elevaram a sua projeção de taxa Selic no fim do ciclo de 7,25% para 8,5%, devido à pressão persistente e disseminada observada na inflação corrente e a incertezas fiscais.

A corretora prevê aumentos de 1,0 ponto porcentual dos juros em setembro e outubro, seguidos por uma alta de 0,75 ponto em dezembro e de um ajuste de 0,5 ponto no início de 2022.

Em apresentação de relatório mensal, o economista-chefe da XP, Caio Megale, afirmou que o risco fiscal e a inflação mais disseminada foram os principais vetores de revisão do cenário.

Diante da incerteza criada pela tramitação da Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2022 e da questão dos precatórios, a corretora aumentou a sua projeção de dólar no fim de 2021, de R$ 4,90 para R$ 5,20, e no fim de 2022, de R$ 4,90 para R$ 5,10.

"A gente tem um Orçamento no Congresso que não para de pé, vai precisar ser ajustado inclusive com aquela alteração do tema dos precatórios e uma tramitação com esse grau de complexidade, às vésperas de um ano eleitoral e com um ambiente político como estamos vivendo é sempre um risco para o arcabouço fiscal", disse Megale.

A XP manteve suas projeções de inflação em 2021 (8,40%) e 2022 (3,70%), citando o desemprego elevado e baixo crescimento da massa real de renda como responsáveis por limitar a demanda por serviços no ano que vem e conter a inércia.

A corretora também espera alívio dos preços de energia elétrica e desaceleração de bens industriais e alimentação no ano que vem.

Na esteira do aumento da incerteza e dos juros altos, além do aumento de custos causado pela crise hídrica no País, a XP reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, de 1,7% para 1,3%. Para 2021, a estimativa de expansão de 5,3% do PIB foi mantida.

Recessão técnica não é descartada

Segundo a XP, o principal risco no seu radar para 2022 é a crise hídrica, já que o seu cenário-base não considera a ocorrência de racionamento no País. Os cálculos da corretora sinalizam que cada 10% de redução forçada no consumo de energia ao longo de um ano teria potencial de retirar até 1,2 ponto porcentual do PIB.

"Para o próximo ano, tem uma elevação das incertezas sobre o desempenho da atividade econômica. Não dá para descartar uma recessão técnica", disse o economista da XP Rodolfo Margato.

O cenário básico da corretora estima crescimento de 0,3% do PIB no primeiro trimestre de 2022, seguido por expansão de 0,1% no segundo trimestre, queda de 0,2% no terceiro e crescimento de 0,2% no quarto trimestre.

A deterioração adicional das condições políticas e fiscais, aumentando o grau de incerteza e reduzindo a liquidez da economia, também é um risco para a atividade.

O cenário da XP indica uma probabilidade de 10% a 15% que a exclusão dos precatórios devidos pelo governo do teto dos gastos ocasione a exclusão também de outras despesas, como o Bolsa Família.

Aumento dos gastos públicos

Após o resultado abaixo do esperado do PIB do segundo trimestre, o Itaú Unibanco reduziu sua expectativa de crescimento da atividade em 2021, de 5,7% para 5,3%. Diante do cenário de juros mais elevado, o banco também diminuiu a projeção para 2022, de 1,5% para 0,5%.

O Itaú avalia que o risco fiscal tem aumentado com a perspectiva de aumento de gastos públicos e, se o materializado, traria efeitos negativos para a economia. O banco observa que o crescimento inesperado dos gastos com precatórios dificulta os planos de conciliar um aumento do Bolsa Família e a manutenção da âncora fiscal no País. / com Agência Estado

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