Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta quinta-feira, 9 de dezembro
Investidores digerem postura do comitê sobre aplicar um remédio amargo para conter o avanço da inflação
Após a quinta alta consecutiva, a Bolsa opera em queda nesta quinta-feira, 9, devolvendo boa parte dos ganhos do rali vivido nos últimos dias e acompanhando o exterior fraco. Por aqui, os investidores repercutem a postura mais dura do Copom, emcomunicado, sobre o avanço da inflação, apontando que fará possível - o que inclui acentuar ainda mais o avanço da taxa de juros - para convergir o indicador para o centro da meta em 2022, de 3,5%.
Lá fora, a preocupação se volta para o avanço da ômicron, com foco nas notícias sobre a eficácia das vacinas contra a nova cepa, e para a reunião das principais autoridades monetárias na próxima semana, incluindo o Fomc (Copom americano), que pode trazer novas pistas sobre a elevação da taxa de juros e retirada de estímulos econômicos. Às 16h, o Ibovespa caía 1,37% aos 106.615 O dólar reportava alta 0,78% - cotado a R$ 5,578.
No âmbito dos papéis, a queda nas ações dos grandes bancos contribui para a queda do principal índice da B3. Às 16h33, o IFNC, índice financeiro da Bolsa, recuava 2,61%.
Apesar de o mercado já ter precificado a nova Selic em 9,25% ao ano, anunciado na véspera pelo Copom, o comunicado divulgado pelo comitê ai término da reunião jogou mais luz sobre a trajetória ascendente da inflação no País.
Com um tom mais duro no documento - diferentemente do que esperava o mercado, por conta da atividade fraca apontada pelo PIB do terceiro trimestre, além dos últimos dados abaixo do esperado da produção industrial e vendas do varejo - o comitê enfatizou o tom de alerta, principalmente em relação ao cenário fiscal e possíveis impactos que um descontrole nos gastos poderia ter sobre a inflação”.
Além disso, o BC sinalizou que fará o possível – inclusive reforçar o ajuste na taxa de juros – para conter qualquer avanço mais expressivo da inflação, que já está na casa dos dois dígitos.
Com isso, aumenta ainda mais a expectativa sobre a divulgação dos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, cujos números serão conhecidos nesta sexta-feira, 10. A aposta do mercado é de uma variação positiva em torno de 1,15%.
Enquanto isso, os investidores assimilam a primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) ao longo da manhã. O indicador apresentou deflação de 0,22%. Na mesma prévia do mês anterior, o índice havia avançado 1,57%.
No mesmo mood, nos Estados Unidos a reunião do Fomc, na próxima semana, pode ganhar um tempero mais apimentado com a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que também acontece nesta sexta-feira, 10. Dependendo dos resultados, ele pode levar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a acelerar o passo na elevação da taxa de juros no próximo ano.
PEC dos Precatórios no DOU
Um dos assuntos que também integra a pauta de monitoramento dos investidores é a PEC dos Precatórios. Nesta quinta-feira, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) a Emenda Constitucional n° 113, que estabelece o novo regime de pagamentos dos precatórios. A EC é resultante da PEC, promulgada na véspera pelo Congresso de forma fatiada.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, manteve a decisão de promulgar a mudança no cálculo do teto de gastos - regra que impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação - a partir do ano que vem e a abertura de R$ 15 bilhões fora do limite para despesas da covid-19 em 2021.
Outros dispositivos, como o limite para o pagamento de precatórios - dívidas que o governo precisa pagar após decisão judicial -, com espaço de R$ 43,8 bilhões, dependerão de nova votação na Câmara.
Juros futuros
O tom mais conservador do Comitê de Política Monetária (Copom) traz desinclinação da curva de juros nesta quinta-feira, com alta dos curtos e alívio nos longos. Por volta das 12h50, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 subia para 11,68%, de 11,55% na abertura. O DI para janeiro de 2025 subia a 10,79%, de 10,72%, e o para janeiro de 2027 exibia taxa de 10,72%, de 10,68% no ajuste anterior.
Sobe e desce da Bolsa - as maiores altas e quedas
Em alta
CSN (CSNA3) | + 1,58% |
Weg (WEGE3) | + 1,25% |
Hypera (HYPE3) | + 0,35% |
Equatorial (EQTL3) | + 0,34% |
GetNet (GETT11) | + 0,26% |
Em baixa
Lojas Americanas (LAME4) | - 8,17% |
Americanas (AMER3) | - 7,13% |
Braskem (BRKM5) | - 6,59% |
Magazine Luiza (MGLU3) | - 6,02% |
Via (VIIA3) | - 5,89% |
Mercado internacional
Nova York
Nos Estados Unidos, os futuros nas bolsas americanas operam mistas, com os investidores acompanhando as novas notícias sobre a cepa ômicron, que vem se espalhando pelo mundo, além dos dados sobre o número de pedidos de auxílio-desemprego do país.
De acordo com dados do Departamento do Trabalho, houve a redução de 43 mil solicitações na semana encerrada em 4 dezembro, somando 184 mil. O resultado ficou abaixo da expectativas dos analistas, que previam 211 mil solicitações. Esse é o menor nível do indicador desde setembro de 1969.
A recuperação global passa por um importante teste, de acordo com Filipe Teixeira, sócio da Wisir, com os investidores de olho na alta volatilidade até que haja mais clareza sobre a ameaça da ômicron para a economia.
Projetando 2022, a LPL Financial "espera um sólido crescimento econômico e de lucros para ajudar as ações dos EUA a obterem ganhos adicionais no próximo ano". Para a consultoria, o S&P 500 poderia ser razoavelmente avaliado em 5 mil a 5.100 pontos no final de 2022. Além disso, os analistas da consultoria favorecem os EUA em relação a outros mercados desenvolvidos, e as ações de setores cíclicos em relação aos defensivos.
No dia anterior, a Pfizer informou que a vacina produzida pela farmacêutica é eficaz na prevenção da variante ômicron do coronavírus quando aplicada em regime de três doses. Segundo estudos preliminares, três doses do imunizante da Pfizer com BioNTech demonstraram capacidade de proteção contra a nova cepa, mas o esquema de duas injeções teve nível "significativamente menor" de atividade neutralizante.
Bolsas americanas - (dados atualizados às 14h52)
- S&P 500: -0,13%
- Dow Jones: +0,09%
- Nasdaq 100: - 0,54%
Ásia
As bolsas da Ásia fecharam majoritariamente em alta nesta quinta-feira. A exceção ao movimento positivo foi em Tóquio, pressionada por ações dos setores automotivo e eletrônico.
A notícia, sobre a vacina da Pfizer forneceu suporte aos mercados asiáticos e empurrou para segundo plano preocupações quanto novas restrições à mobilidade, além da crise de liquidez no mercado imobiliário chinês.
Na China, o papel da Evergrande saltou 4,05%, em recuperação parcial após o tombo da véspera, em meio a dificuldades da incorporadora de honrar compromissos financeiros.
A Fitch rebaixou o rating da Kaisa, que deixou de pagar US$ 400 milhões e teve negociações suspensas na bolsa do território semiautônomo. / com Tom Morooka e Agência Estado
Fechamento/principais bolsas asiáticas – 9/12 (quinta-feira)
Nikkei (Japão): -0,47% (28.725 pontos)
Xangai (China): + 0,98% (3.673 pontos)
Shenzen (China): + 0,87% (2.543 pontos)
Taiex (Taiwan): + 0,46% (17.914 pontos)
Hang Seng (Hong Kong): + 1,08% (24.254 pontos)
Kospi (Coreia do Sul): + 0,93% (3.029 pontos)