Mercado ao vivo: acompanhe as movimentações da Bolsa e do dólar nesta quarta-feira, 29 de junho
Dólar recua com empresas exportadoras de petróleo vivendo um dia de valorização
De olho no risco fiscal, a Bolsa de Valores não recebeu bem o relatório da PEC dos Combustíveis que prevê aumento de gastos do governo da ordem de R$ 38,7 bilhões na concessão de benefícios sociais. Além disso, comportamento das bolsas internacionais não ajuda com temor de uma recessão global: às 14h50, o Ibovespa apresentava queda de 0,98%, aos 99.609 pontos.
O dólar recuava 1,02% no mesmo período, quando era negociado a R$ 5,21. A moeda brasileira ganha força frente à divisa americana neste pregão impulsionada pelas ações ligadas ao petróleo, que vive mais um dia de valorização no exterior. Com mais investidores em busca de papéis ligados à commodity para surfar na alta, as ações brasileiras do setor ganham destaque e contribuem para uma baixa do dólar.
Às 11h56, a Petrobras, empresa com peso de cerca de 12% na composição do Ibovespa, tinha alta de 0,57% nos papéis PETR3 e de 0,67% nos PETR4, segurando o índice de um desempenho mais negativo. Outras companhias do setor, como PetroRio, também operavam no positivo e, no mesmo horário, subia 1,10%.
Risco fiscal e PEC dos Combustíveis
Depois de mais um adiamento, a PEC dos Combustíveis está sendo apresentada hoje pelo relator Fernando Bezerra, com um orçamento ainda maior do que o previsto. Apelidada de "pacote do desespero", a PEC tem como um dos destaques do seu texto o reconhecimento do estado de emergência, o que permite a criação de programas em período eleitoral.
Bezerra confirmou que as medidas previstas na PEC - com destaque para a ampliação do Auxílio Brasil para R$ 600 até o fim do ano, um "auxílio-caminhoneiro" de mil reais, o vale-gás que será dobrado de valor a cada dois meses e a destinação de recursos para zerar a fila do Auxílio Brasil - custarão cerca de R$ 38,75 bilhões fora do teto de gastos.
Em análise, o BTG Pactual destaca que, mais cedo, "o gabinete do senador informou que ele precisou refazer as contas para não extrapolar o impacto fiscal de R$ 34,8 bilhões", o que não aconteceu. Tanto Bezerra quanto o governo esperam que o Senado Federal aprove a PEC ainda nesta quarta-feira, ou no máximo amanhã.
Segundo especialistas, além dos risco fiscal preocupar os investidores por conta das chances de que o governo não consiga arcar com seus gastos, um aumento tão expressivo nas despesas pode elevar, também, a inflação no médio e longo prazo.
IGP-M vem abaixo das projeções do mercado
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) subiu 0,59% em junho, após alta de 0,52% em maio, informou nesta quarta-feira, 29, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou abaixo da mediana esperada pelo mercado, de avanço de 0,70%. O levantamento tinha piso de 0,50% e teto de 0,97%.
A inflação acumulada em 12 meses pelo indicador desacelerou marginalmente de 10,72% para 10,70%, também abaixo da estimativa intermediária do mercado, de 10,83%. No ano de 2022, o indicador acumula alta de 8,16%.
O dia na Bolsa
Maiores altas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Rede D'Or | RDOR3 | +3,53% |
BB Seguridade | BBSE3 | +2,40% |
Cyrela | CYRE3 | +2,23% |
Sulamérica | SULA11 | +2,14% |
SLC Agrícola | SLCE3 | +1,74% |
Maiores baixas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Positivo | POSI3 | -4,85% |
Alpagartas | ALPA4 | -4,77% |
CVC Brasil | CVCB3 | -4,16% |
Eneva | ENEV3 | -3,91% |
Locaweb | LWSA3 | -3,74% |
Mercados internacionais
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos sofreu uma contração anualizada de 1,6% no primeiro trimestre deste ano, de acordo com a terceira e última leitura do indicador, publicada pelo Departamento do Comércio. O resultado ficou abaixo da estimativa anterior, divulgada há cerca de um mês, e da previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de queda de 1,5% em ambos os casos.
Os dados confirmam a forte desaceleração sofrida pelos Estados Unidos, cuja economia havia mostrado expansão anualizada de 6,9% no quarto trimestre de 2021.
O Departamento do Comércio informou também que o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu à taxa anualizada de 7,1% no primeiro trimestre, um pouco maior do que a alta de 7% calculada um mês atrás. Já o núcleo do PCE, que desconsidera preços de alimentos e energia, avançou 5,2% no mesmo intervalo, também acima da estimativa anterior, de 5,1%.
Embora os dados sejam negativos, as bolsas americanas operam em alta nas primeiras horas do pregão, em um movimento de recuperação das fortes perdas da véspera, quando os principais índices acionários do país recuaram até quase 3%, na esteira de um indicador fraco de confiança dos Estados Unidos e de comentários sugerindo que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manterá sua agressiva postura de aperto monetário.
Na Ásia e na Europa, o mau humor veio justamente depois do pregão bastante negativo em Wall Street. Vale lembrar que, há duas semanas, o Fed anunciou seu maior aumento de juros desde 1994, uma tentativa de conter a disparada da inflação, alimentando temores de que o país entre em recessão.
Desempenho das bolsas americanas
- Dow Jones: alta de 0,43%
- S&P 500: alta de 0,11%
- Nasdaq 100: alta de 0,32%
Dados atualizados às 11h55
Desempenho das bolsas europeias
- Stoxx 600 (Europa): baixa de 0,68%
- FTSE 100 (Inglaterra): baixa de 0,06%
- DAX (Alemanha): baixa de 1,66%
- CAC 40 (França): baixa de 0,88%
Dados atualizados às 11h55
Fechamento das bolsas asiáticas
- Xangai Composto (China): baixa de 1,40%
- Shenzhen Composto (China): baixa de 2,20%
- Hang Seng (Hong Kong): baixa de 1,88%
- Nikkei (Japão): baixa de 0,91%
- Kospi (Coréia do Sul): baixa de 1,82%
- Taiex (Taiwan): baixa de 1,29%
Com Agência Estado