Juros futuros sobem com dólar e ataques de Bolsonaro ao STF
Dado de queda da inflação ficou em segundo plano em dia de tensão na esfera política
Os juros futuros viveram um dia de alta nesta quarta-feira, 8, e fecharam na máxima do dia e isso tanto os contratos mais curtos, como os mais longos. O mercado nem considerou a inflação negativa de 0,14% mostrada pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de agosto.
O dado econômico que seria um fator de queda para os juros foi totalmente encoberto pelos acontecimentos na esfera política no pós-feriado de 7 de Setembro. O clima é de tensão diante da ofensiva do presidente da República, Jair Bolsonaro, contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
A expectativa é de que a temperatura se mantenha em ebulição nos próximos dias, porque essa história está longe do seu final. Nem mesmo as falas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do presidente do STF, Luiz Fux, foram suficientes para apaziguar os ânimos do mercado.
As expectativas se voltam agora para a reação do presidente Bolsonaro após a réplica do STF e da Câmara dos Deputados. No fechamento, os juros futuros tinham as seguintes cotações:
Mês de vencimento Taxa futura
Jan/2022 6,98%
Jan/2023 8,8%
Jan/2024 9,625%
Jan/2025 10,04%
Jan/2026 10,27%
Jan/2027 10,5%
Jan/2028 10,68%
Jan/2029 10,81%
Jan/2030 10,89%
Jan/2031 10,99%
Jan/2033 11,05%
O movimento de avanço, com os juros alcançado as máximas do dia, se dá em linha com o dólar em dia também de cautela no exterior.
Estrangeiros saem de posições vendidas
Os investidores estrangeiros reduziram suas posições aplicadas no mercado de juros, em termos líquidos, na sessão da segunda-feira, 6. O estoque dos contratos em aberto vendidos em taxas/comprados em PU (aposta na queda de da taxa Selic) destes players caiu de 3.877.752 para 3.859.800 contratos em aberto, uma baixa de 17.952. As informações são da B3.
Já os investidores locais elevaram a posição líquida vendida em taxa, passando de 1.859.222, para 1.914.318 contratos em aberto, uma diferença de 55.096 contratos.
Em contrapartida, os bancos elevaram a posição líquida comprada em taxa, com o estoque passando de 5.465.089 para 5.501.139 contratos em aberto, uma alta de 36.050 contratos./Com Agência Estado