Economia

Investir na China: furada ou oportunidade?

Crescimento econômico do país é invejável, mas intervenção do governo assusta os investidores

Data de publicação:12/05/2022 às 12:30 - Atualizado 2 anos atrás
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A China é um dos maiores casos de crescimento econômico das últimas décadas. O país, saiu de uma grande crise de fome e se tornou um gigante centro de grandes empresas conhecidas até no Brasil, como Alibaba, TikTok e Evergrande, por exemplo.

A China já conquistou a posição de segundo maior PIB mundial, superada apenas pelos EUA, mas já toma o caminho de se tornar a maior economia do mundo.

Yuan, moeda chinesa - Foto: Envato

O crescimento econômico nos últimos 25 anos da China foi, em média, de 6% ao ano, assim como sua renda per capita que, nos últimos 30 anos, cresceu os mesmos 6% ao ano. 

Para entender como tudo isso aconteceu, precisamos voltar páginas atrás. Em 1978, o governo chinês reformou a economia do país. que tinha uma economia planificada com base soviética, e era bastante fechada para comércio internacional, para uma economia de mercado, com um setor privado de forte crescimento e um forte controle estatal.

Afinal, vale a pena investir na China?

Esse grande crescimento econômico da China chega a assustar até nos números. Nos próximos anos, a expectativa é que a economia chinesa cresça mais 5,5% ao ano e, dessa forma, cerca de 400 milhões de pessoas devem entrar na classe média, aumentando o seu poder de consumo. 

Nos últimos anos, vimos o crescimento de gigantes chinesas, como o Alibaba Group, muitas vezes citado como a Amazon chinesa, que trouxe para o conglomerado japonês SoftBank um grande retorno de US$ 150 bilhões após apenas US$ 20 milhões investidos.

Outro grande case foi o e-commerce chinês Punduoduo, que tem um modelo de negócio de Social Commerce e preços mais baixos por unidade, e se destaca pelas vendas em massa. A empresa também estreou na Nasdaq como queridinha da bolsa, valendo mais de US$ 25 bilhões. 

Quais os riscos de se investir na China?

Dentro da política chinesa, que usa o autoritarismo do governo para o crescimento econômico, nem tudo são flores. Tal incerteza acerca do que os líderes podem fazer está, inclusive, assustando os investidores. 

O Softbank anunciou a retirada dos investimentos no país pelo risco de regulação, após investir na educação privada no país.

O governo da China aplicou um endurecimento regulatório no setor de apoio à educação privada, que penalizou pesadamente vários atores em Wall Street, fazendo com que a rede chinesa Spark Education renunciasse ao seu IPO.

Se analisarmos as cotações das principais ações de empresas chinesas, vamos ver o Alibaba caindo mais de 30% no último ano. A Baidu registrou uma queda de quase 50% e a Pinduoduo cai mais de 60%, também no mesmo período. 

Após as quedas, as ações chegaram ao nível mais baixo em quase cinco anos, e há rumores que após a chinesa Didi sair de Wall Street, o Alibaba pode ser a próxima candidata.

Afinal, como investir na China?

Para investir diretamente nas empresas chinesas, você pode comprar diretamente na B3 os BDR’s, que são ações estrangeiras negociadas na Bolsa, como Alibaba Group Holding (BABA34), Bidu (BIDU34) e Pinduoduo (P1DD34). 

Além disso, você pode investir em uma cesta de ações chinesas, como são chamados os ETFs - na B3 temos o XINA11 e o BDR BFXI39, que segue o ETF FTSE China 50.

Uma outra forma de investir na China, fugindo da regulação chinesa, é investir em marcas globais que tenham uma grande presença na China, como Adidas, Nestlé, Louis Vuitton. Dessa forma, você pode estar exposto à economia chinesa, sem temer os problemas governamentais. 

Ainda podemos citar as commodities, como os metais necessários para as indústrias chinesas, que o país precisa importar. Além disso, as empresas que os produzem podem surfar essa onda da economia chinesa.

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Sobre o autor
Nicolau EloyNicolau Eloy é empresário e fundador do portal BP Money