Bolsa fecha em baixa de 0,18% acompanhando exterior; dólar sobe a R$ 5,28
Confira as movimentações do mercado nesta quinta-feira
Um dia após a divulgação da nova Selic, taxa básica de juros - que agora é de 10,75% ao ano, seguindo as expectativas do mercado -, a Bolsa de Valores viveu mais um pregão de baixa, acompanhando o movimento de desvalorização acentuada nas bolsas americanas. O Ibovespa recuou 0,18% nesta quinta-feira, 03, chegando aos 111.696 pontos, enquanto o dólar avançou 0,48%, cotado R$ 5,28.
Nos Estados Unidos, o grande destaque negativo do dia ficou por conta do balanço corporativo do quarto trimestre da Meta, antigo Facebook, que frustrou as projeções de investidores e analistas. A companhia reportou lucro líquido de US$ 10,285 bilhões no trimestre, queda de 8% em relação ao mesmo período de 2020. O lucro por ação foi de US$ 3,67, aquém da expectativa de US$ 3,85 do mercado. Com esses números, os papéis da Meta despencaram 10,99% na Nasdaq e as BDR negociada na B3 caíram 26,39%.
Internamente, o que também contribuiu para o recuo da Bolsa foi a desvalorização das ações da Petrobras, que registraram baixa de 1,38%, acompanhando o movimento de queda do petróleo nos mercados internacionais. Vale lembrar que a companhia tem um peso de cerca de 11% na composição do Ibovespa.
Fechamento dos principais índices americanos
Após os resultados da Meta, os mercados americanos despencaram.
- Dow Jones: baixa de 1,45%
- S&P 500: baixa de 2,38%
- Nasdaq 100: baixa de 4,22%
O dia na Bolsa
Maiores altas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Ultrapar | UGPA3 | +3,20% |
Americanas | AMER3 | +2,53% |
Tim | TIMS3 | +2,28% |
Copel | CPLE3 | +2,25% |
Yduqs | YDUQ3 | +2,18% |
Maiores baixas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Locaweb | LWSA3 | -7,51% |
Marfrig | MRFG3 | -7,40% |
Banco Inter | BIDI11 | -6,89% |
Cielo | CIEL3 | -6,01% |
Embraer | EMBR3 | -4,35% |
Taxa Selic e a postura do BC sobre o ciclo de aperto monetário
Os investidores seguem repercutindo a elevação da taxa, com foco na postura do Banco Central de ter retirado do comunicado que acompanhou o anúncio o guidance de manutenção do ritmo de ajuste da taxa, sinalizando que na próxima reunião, que ocorrerá em março, não será acompanhada de um ajuste da mesma magnitude.
“Isso deixa subentendido que o BC subiu bastante os juros e agora se aproxima o momento de parar para avaliar o efeito desta alta sobre a trajetória futura da inflação”, avalia Felipe Graciano, especialista em Renda Variável da Blue3.
No entanto, os membros do Copom mostraram que continuam receosos sobre a questão fiscal doméstica e sinalizaram preocupação com o cenário externo diante da possibilidade de um ciclo de alta mais acelerada nos juros americanos.
“Esse cenário dificultaria a situação financeira para economias emergentes como o Brasil, além de ainda manterem a cautela no que tange aos impactos da pandemia sobre a recuperação das cadeias globais de produção”, analisa Paloma Brum, analista de investimento da Toro.
Com esses fatores que podem corroborar para uma piora na inflação, os dirigentes do BC reforçaram o compromisso com a reancoragem das expectativas do indicador. Nesse sentido, apresentaram uma visão de política monetária ainda mais contracionista para este ano, com a Selic chegado a 12% no primeiro semestre e encerrando 2022 em 11,75% ao ano. / com Agência Estado e Julia Zilig