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governo libera FGTS
Finanças Pessoais

É uma boa usar o dinheiro do FGTS para comprar Eletrobras? Confira

A compra das ações com o Fundo de Garantia é indicada para diversificar o patrimônio

Data de publicação:22/10/2021 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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Pelo do modelo de privatização de Eletrobras, que ainda está sendo finalizado pelo governo, o participante do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) terá acesso à compra de ações da empresa com os recursos de sua conta vinculada. Mas será essa uma boa opção para o emprego dos recursos? Acompanhe e decida.

Em julho deste ano, o governo assinou a Lei de Capitalizacão da Eletrobras, definindo que no processo de privatização novas ações serão emitidas diluindo o controle da estatal, provavelmente no primeiro bimestre de 2022. 

Foto: Agência Brasil
Eletrobras

Regras para aplicar em Eletrobras

Nesta última terça-feira, foram divulgadas algumas regras para a venda dessas ações. Os trabalhadores poderão usar até 50% do saldo da conta vinculada na compra dos papéis de Eletrobras, com aplicação mínima de R$ 200.

A participação se dará por meio de um fundo mútuo de privatização, formado exclusivamente com ações da estatal, nos mesmos padrões adotados para Petrobras e Vale. O participante vai, então, comprar cotas desse fundo e terá o seu patrimônio valorizado, ou desvalorizado, de acordo com o desempenho das ações da empresa repassado ao valor das cotas.

As novas ações serão oferecidas ao setor privado e com prioridade a funcionários e aposentados da Eletrobras. Esses poderão adquirir até 10% das ações a serem oferecidas.

Mas não está claro ainda se, a exemplo do que ocorreu em outras privatizações, haverá vantagens aos trabalhadores e optantes do FGTS, como oferta das ações a valores abaixo do de mercado. Condição que poderia ser mais um atrativo para a compra.

Hoje o governo detém 60% das ações da empresa, e a ideia é ficar com 45%, o que lhe permitirá continuar sendo o maior acionista da companhia.

A partir dessas informações, veja o que considerar para saber se vale a pena, ou não, comprar as ações de Eletrobras com os recursos do FGTS.

O que saber para decidir se compra as ações

A decisão de comprar os papéis com dinheiro do Fundo de Garantia vai depender da situação financeira e pretensões de cada um. Afinal, o FGTS foi criado para dar suporte ao trabalhador em momentos financeiros mais apertados, especialmente nos casos de demissão, ou aposentadoria.

Pela regra atual, o dinheiro do FGTS é corrigido pela variação da TR, que atualmente está em zero pelo atual nível da Selic, mais juros de 3% ao ano.

Os dois indexadores deixam a desejar, porque não repõem as perdas em relação à inflação, que supera com facilidade a correção final aplicada às contas vinculadas. Em outras palavras, o patrimônio do trabalhador no Fundo fica sem proteção e perde o seu poder aquisitivo.

Há ainda a distribuição dos lucros obtidos a partir de operações feitas com os recursos do FGTS, em obras de construção de moradia popular e saneamento público. E isso eleva um pouco a remuneração dos recursos do fundo. Este ano, a distribuição dos lucros ficou em 1,86%, que,  juntada aos 3% de juros, resultou em correção anual e final de 4,86%. No mesmo período, a inflação ficou acima dos 9%.

Aplicativo Caixa Econômica Federal- FGTS.

Essa baixa remuneração do FGTS é, por si só, um convite para procurar outro emprego ao dinheiro. Sempre que houver essa possibilidade de mexer nos recursos do Fundo, o optante não deve perdê-la. As condições para saque estão restritas a situações específicas.

Entre as possibilidades, as principais estão as relacionadas a casos de demissão sem justa causa, aposentadoria, compra de imóvel pelo Sistema Financeiro da Habitação, morte, invalidez permanente, doença grave, como aids e câncer, do trabalhador ou dependente, idade igual ou superior a 70 anos, e contas inativas por 3 anos ou mais.

Parece claro que usar o dinheiro para a compra de um imóvel, ou para suporte em situações complicadas e de aperto financeiro, ou ainda para apostar no crescimento de uma empresa como a Eletrobras, são opções bem-vindas.

Renda fixa e renda variável

Mas há outros fatores a serem ponderados. A atual correção do Fundo está estruturada em renda fixa, TR mais juros de 3% ao ano. Bem ou mal os indexadores são aplicados ao saldo da conta vinculada. Já a aplicação em Eletrobras estará atrelada à renda variável.

O risco aí é necessitar sacar o dinheiro em momentos de turbulência e quedas da bolsa. Como o que atravessamos agora.

Para Ilmer Oliveira, especialista de Renda Variável da Valor Investimentos, a opção em Eletrobras é boa oportunidade para a diversificação. “Vale a pena aproveitar para migrar parte do dinheiro do FGTS para a renda variável, provavelmente com desconto no preço da ação em relação ao de mercado”, afirma ele.

O analista explica que o dinheiro da venda deve ser usado em reestruturação e investimento na empresa. Nesse sentido as perspectivas são positivas para a companhia, mas nada assegura que a ação se valorize.

“Convém não concentrar todo o investimento em renda variável em uma só ação. E é preciso também analisar por quanto tempo o dinheiro poderá permanecer em Eletrobras, porque ações passam por volatilidade”.

Pontos positivos e negativos de Eletrobras

Como pontos positivos, Oliveira destaca que a companhia é boa pagadora de dividendos e está diversificando bastante a atuação nesse processo de privatização, principalmente em concessões. Além disso, as ações estão bastante descontadas e, pela perspectiva otimista, têm recomendação de compra do banco Safra e de Goldman Sachs, dentre outras casas de análise.

Ao mesmo tempo, a empresa deve ser impactada negativamente, com o efeito da seca sobre nível dos reservatórios, mas deve ser beneficiada quando chegar o momento de crescimento econômico.

Mesmo com a privatização, o governo vai continuar como maior acionista da empresa, e o investidor deve levar em conta a sensibilidade da ação ao ruído político, como o risco de controle de tarifas, por exemplo.

Sobre o autor
Regina Pitoscia
Editora do Portal Mais Retorno.
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