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Foto: Reprodução inflação
Renda Variável

Bank of America recomenda as ações mais adequadas para enfrentar o período de inflação; saiba quais são

Com a inflação em alta e incertezas rondando o mercado, o BofA destaca ações do mercado brasileiro para a travessia do período de turbulência

Data de publicação:07/10/2021 às 05:00 -
Atualizado um ano atrás
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Desde a retomada econômica iniciada com a diminuição do casos de covid-19, flexibilização das medidas restritivas de circulação e avanço da vacinação para frear a pandemia, o mundo passou a viver um momento de alta acentuada na demanda por diversos produtos sem que a oferta acompanhasse essa evolução. A consequência dessa rápida aceleração foi a escalada de preços em diversos países, inclusive no Brasil.

Com a inflação avançando, a vida ficou mais cara e houve uma redução do poder de compra das famílias e, consequentemente, uma desaceleração das economias globais.

Foto: Reprodução inflação
Bank of America | Foto: Reprodução

Mais lenha foi colocada nessa fogueira inflacionária. O governo chinês adotou medidas severas em busca da promoção da preservação ambiental no País, provocando alta de algumas commodities, a crise financeira da Evergrande (gigante do setor imobiliário chinesa) elevando a cautela com o mercado imobiliário no mundo inteiro - que já vinha sendo atingido pela alta nos preços - e, mais recentemente, as perspectivas de crise energética global, que jogou lá para cima os preços do petróleo e gás natural.

Em contexto de incertezas rondando o mercado, é natural que os investidores se mostrem mais avessos ao risco, buscando ativos que ofereçam maior segurança e/ou apresentem um bom nível de risco/retorno. O Bank of America (BofA), em relatórios divulgados esta semana, garimpa e recomenda ações do mercado brasileiro indicadas para a travessia desse momento de turbulências.

Empresas beneficiadas com a reabertura

A instituição financeira destaca as empresas de qualidade que se beneficiam com a reabertura econômica do Brasil, como os setores de varejo tradicional, shoppings, companhias de pagamentos e distribuição de combustível. O BofA já contava com as ações da Renner e Natura em seu portfólio, mas optou por adicionar também o Grupo Soma e a rede de shoppings Multiplan pelo potencial de ganhos com o fim das medidas restritivas.

No campo dos combustíveis, o banco incluiu a Raízen, empresa de energia renovável que teve o maior IPO (oferta pública inicial, na tradução) do ano, em sua carteira e iniciou a cobertura da companhia com indicação de compra. Em sua avaliação, o BofA ressalta que a Raízen é "uma empresa única na cadeia de abastecimento de bioenergia".

De acordo com o banco, a companhia apresenta como vias principais de crescimento de lucro o aumento dos rendimentos da cana-de-açúcar e preços de commodities sustentados juntamente com estratégias de preços. Além disso, a companhia apresenta uma alternativa a distribuição de energia elétrica e combustível, com sua produção de etanol, em um momento de crise hídrica e energética que atinge o Brasil.

Na mesma esteira de empresas beneficiadas com a reabertura econômica, o BofA ressalta a BB Seguridade, companhia de seguros pertencente ao Banco do Brasil. A instituição financeira afirma que a BBSE saiu de uma "tempestade perfeita" no primeiro semestre de 2021 para uma perspectiva bastante positiva para 2022.

No último semestre, as mortes relacionadas ao covid-19 tiveram seu pico e drenaram os resultados de subscrição da empresa, enquanto o descompasso entre os índices de ocorrência da companhia a levaram a registrar suas piores perdas financeira desde o IPO, explica o banco.

"Acreditamos que em 2022 a BBSE deve ser beneficiada com a normalização de sinistros e crescimento sólido de prêmios, enquanto um aumento da taxa Selic e inflação mais controlada devem permitir a obtenção de resultados financeiros mais sólidos. A companhia está sendo negociada abaixo de dois desvios-padrão de seus níveis históricos e oferece um dos melhores retornos em nossa cobertura", afirma o relatório.

Supermercados

Conforme explica a análise do Bank of America, os consumidores brasileiros de baixa renda são os mais atingidos pela escalada dos preços, sobretudo no setor de alimentos. Inflação alta, baixo crescimento do emprego e dos salários e aumentos nas taxas de juros provocam a queda no consumo, afirma o banco.

"Embora a elasticidade do preço dos alimentos seja geralmente baixa, continuamos a perceber uma queda nas cestas do consumidor e, no caso da proteína animal, uma troca completamente fora das categorias. A inflação dos alimentos também está contribuindo para uma mudança de canal secular em direção a conceitos de varejo orientados para o valor, como atacarejo", comentam os analistas em relatório.

Neste sentido, o BofA iniciou a cobertura dos papéis do Assaí, empresa de varejo alimentar que caminha para a estrutura do chamado "atacarejo", com custos mais enxutos para a empresa e, consequentemente, para o consumidor.

Ainda considerando a redução dos custos por conta da inflação, que corrói a massa salarial da população, o banco reduziu a classificação do Grupo Pão de Açúcar de compra para neutra. Na análise, o banco comenta que pode parecer que a empresa não tenha o foco de renda mais baixo se comparado ao de outros supermercados, mas há "desafios agudos nas propostas de valor superior dos concorrentes", adicionando uma dimensão competitiva no médio prazo.

Bancos

No Brasil, a expansão dos empréstimos está bem posicionada, enquanto a qualidade dos ativos e os spreads estão estáveis ​​e os índices de cobertura estão próximos dos níveis mais altos. Com essas perspectivas, o BofA se apresenta otimista com as ações do setor bancário no País.

O banco explica que os dados de crédito de agosto reforçam a visão positiva sobre os bancos brasileiros, pois os empréstimos estão se expandindo em ritmo sólido suportado pelas concessões ao consumidor, a qualidade dos ativos permanece sob controle em níveis baixos e a diferença entre o preço de compra e o de venda das ações se mantém estável, apesar de maiores custos de financiamento.

"Em suma, os dados indicam um sólido conjunto de resultados no terceiro trimestre de 2021", ressalta o relatório. Assim, o BofA mantém recomendação de compra para os papéis do Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e ABC Brasil. Santander e Banrisul seguem com avaliação neutra.

O Bank of America destacou os pontos positivos e riscos de cada um destes ativos.

  • Bradesco

Pontos positivos: mix diversificado de ganhos (especialmente seguros), com baixa dependência da intermediação de crédito; benefícios de investimentos em tecnologia da informação podem levar a um melhor índice de eficiência; e espaço para maior normalização das provisões.

Desvantagens: aumento da concorrência de fintechs e grandes tecnologias pode levar à pressão de receita; uma recuperação econômica mais lenta pode impactar negativamente o crescimentos dos empréstimos; e mudanças regulatórias podem ser prejudiciais à lucratividade.

  • Itaú Unibanco

Pontos positivos: realização de ganhos com a participação da XP Inc e recuperação econômica mais forte no Brasil, que deve apoiar a forte expansão do crédito.

Desvantagens: compressão mais rápida do que a esperada em um ambiente de baixa taxa de juros e avaliação de prêmio no setor.

  • Banco do Brasil

Pontos positivos: melhorias na lucratividade das iniciativas de corte de custos; reavaliação da carteira de empréstimos e das taxas de serviço; e alienação de ativos não essenciais.

Desvantagens: controle do governo, que poderia causar interferência nas operações do banco, e execução da gestão.

  • ABC Brasil

Desvantagens: custos de financiamento mais altos; recuperação econômica menor do que a esperada; pior qualidade de ativos do que a esperada no segmento médio; e baixa liquidez das ações;

  • Santander

Pontos positivos: alto índice de capital suporta um alto índice de distribuição de dividendos e maiores ganhos de participação de mercado.

Desvantagens: free float limitado e potenciais conflitos de interesse com o acionista controlador.

  • Banrisul

Pontos positivos: crescimento da carteira de crédito maior do que o esperado e privatização do banco.

Desvantagens: controle do governo; alta exposição a empresas regionais; forte competição de grandes bancos de varejo no segmento de folha de pagamento; e competição no negócio de aquisição de grandes nomes.

WEG

Presente nas carteiras recomendadas de diversas corretoras de investimento, a WEG, empresa especializada na fabricação e comercialização de motores elétricos, transformadores, geradores e tintas, também é destaque nos relatórios do Bank of America, que mantém a recomendação de compra para a companhia.

O banco elevou as estimativas de crescimento para a WEG pela oitava vez desde o início da pandemia de covid-19 e, agora, projetam um EBTIDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) cerca de 40% maior em relação às expectativas do período pré-pandêmico. A projeção da instituição é que os resultados do terceiro trimestre da companhias sejam fortes, com um resultado final que deve atingir R$ 797 milhões, alta de 24% comparado ao mesmo período de 2020.

De acordo com o BofA, há uma "infinidade de ventos favoráveis" soprando no setor, incluindo a exposição ao segmento solar, que está em expansão, e a demanda crescente do ciclo de Capex Global (investimentos e desembolsos na compra de bens de capital). Além disso, o relatório ressalta que a WEG apresenta "uma execução habilidosa, mantendo as taxas de produção inalteradas em um ambiente desafiador".

Sobre o autor
Bruna Miato
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