Mercado Financeiro

Futuros abrem em alta no último pregão antes do Natal; no Brasil, dia tem prévia da inflação de dezembro

Especialistas aguardam uma desaceleração na alta dos preços, com o índice abaixo de 1%

Data de publicação:23/12/2021 às 07:00 - Atualizado 3 anos atrás
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No último pregão antes do Natal e com volume de negócios reduzido, o mercado internacional trafega no terreno positivo nesta quinta-feira, 23. Os futuros americanos operam em alta, as bolsas asiáticas concluíram o dia com saldo no azul e os principais índices europeus seguem na mesma esteira.

O motivo está ligado à divulgação dos últimos estudos sobre o coronavírus, que criaram esperanças nos investidores de que a recuperação global possa resistir ao novo surto da variante ômicron pelo mundo.

Mercado aguarda a divulgação do IPCA-15 de dezembro para ter indicação de como anda a inflação - Foto: Envato

Pesquisadores na Escócia e no Imperial College London disseram que no Reino Unidos as taxas de hospitalização estão mais baixas entre pessoas com a ômicron. Os novos dados somam-se a um estudo que mostra que os sul-africanos tem 70% menos probabilidade de desenvolver uma versão mais grave da doença e 80% menos probabilidade de serem hospitalizados se contraírem a doença.

Em paralelo, um novo medicamento anti-covid-19 desenvolvido pela Pfizer ganhou liberação para uso de emergência nos Estados Unidos.

Ainda no noticiário da pandemia, a AstraZeneca divulgou nesta quinta-feira que uma análise laboratorial conduzida pela Universidade de Oxford mostrou que sua vacina contra a doença foi eficaz na prevenção a infecções pela ômicron após uma terceira dose, mostrando resultados similares aos observados contra a delta após um regime regular de duas doses.

Em relatório, o Rabobank aponta que é "sempre difícil racionalizar o movimento dos mercados nesta época do ano, devido à baixa liquidez e falta de disposição e capacidade dos operadores para assumir novas posições". Ainda assim, o banco holandês ressalta que é "importante mencionar" os estudos conduzidos ao redor do mundo, principalmente na África do Sul.

"No entanto, a transmissibilidade muito maior da variante ainda significa que não há certeza quando se trata do rigor das restrições que são necessárias para manter os números gerais em hospitais abaixo do ponto de saturação dos sistemas de saúde", alerta a instituição.

Na véspera, em Nova York, o índice Dow Jones subiu 0,74%, para 35.754 pontos; o S&P 500 avançou 1,02%, para 4.696 pontos, e o Nasdaq sustentou alta de 1,18%, fechando em 15.522 pontos. Dados mais animadores na revisão do PIB americano e sobre a confiança do consumidor deram suporte a mais um dia de valorização das bolsas dos EUA.

Bolsas americanas/índices futuros

  • S&P 500: + 0,26%
  • Dow Jones: + 0,28%
  • Nasdaq 100: +0,15% (dados atualizados às 8h29)

Bolsas europeias/principais praças financeiras

  • Stoxx 600 (Europa): + 2,96%
  • FTSE 100 (Londres): + 0,27%
  • DAX (Frankfurt): + 0,60%
  • CAC 40 (Paris): + 0,39%
  • PSI 20 (Lisboa): + 0,53%
  • Ibex 35 (Madrid): + 1,20% (dados atualizados às 8h30)

Inflação no centro das atenções

No ambiente local, além da ômicron, os investidores estão no aguardo do IPCA-15 de dezembro, que traz uma prévia do indicador cheio do mês.

A expectativa de especialistas é que o índice indique uma desaceleração na alta de preços, com estimativa de que venha abaixo de 1%. Parte do mercado até entende que sinais de perda de fôlego da inflação podem levar o Banco Central a adotar uma postura mais branda na condução da política monetária. Senão por outros motivos, por causa da previsão de uma economia estagnada no próximo ano.

Globalmente, o mercado também está em compasso de espera sobre a divulgação do PCE (Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal), que mede a evolução dos preços de bens e serviços, excluídos alimentos e energia, comprados pelos consumidores. Seria um dado que, como aqui, poderia influenciar as expectativas em relação às decisões do Fed (Federal Reserve, banco central americano) na gestão da política monetária.

O clima mais cuidadoso fez o mercado de ações seguir trajetória contrária à das bolsas internacionais na véspera. A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, encerrou o dia com desvalorização de 0,24%, em 105.244 pontos. A bolsa não caiu sozinha, foi acompanhada pelo dólar, que recuou 1,58%, cotado por R$ 5,65.

Ásia: apetite por risco alimentou o pregão desta quinta-feira

As bolsas asiáticas registraram ganhos no pregão desta quinta-feira, 23. O apetite por risco de investidores seguiu os avanços do mercado acionário em Nova York, e foi impulsionado pelo noticiário da pandemia de covid-19.

O índice japonês Nikkei teve avanço de 0,83%, aos 28.798,37 pontos. Com as reavaliações em torno do impacto da Ômicron sobre a atividade global, companhias aéreas como a ANA Holdings (+2,33%) estiveram entre as ganhadoras do dia em Tóquio.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 0,40%, aos 23.193,64 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,46%, aos 2.998,17 pontos, apoiado por ações de companhias de tecnologia, como LG Innotek (+7,75%) e Samsung (+5,79%).

Na China continental, o Xangai Composto teve alta de 0,57%, a 3.643,34 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto subiu 0,18%, a 2.524,74 pontos. O Taiex também registrou desempenho positivo em Taiwan, ganhando 0,67%, a 7.946,66 pontos.

Nesta quinta-feira, o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) divulgou discurso do seu presidente Haruhiko Kuroda, no qual o dirigente reafirmou o compromisso do BC japonês em manter as condições financeiras acomodatícias até que a meta de inflação de 2% ao ano seja atingida de forma sustentável.

Na Oceania, a bolsa australiana seguiu o movimento na Ásia e o índice S&P/ASX avançou 0,31%, aos 7.387,60 pontos. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Sobre o autor
Tom MorookaColaborador do Portal Mais Retorno.