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Mercado Financeiro

De olho no longo prazo, brasileiros preferem ETFs para investir no mercado internacional

Segundo levantamento da plataforma Stake, ações foram os ativos mais vendidos lá fora pelos brasileiros em agosto

Data de publicação:27/09/2021 às 05:00 -
Atualizado um ano atrás
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Durante o mês de agosto, a movimentação dos investidores brasileiros em busca de alocar seus investimentos em ativos internacionais mostrou que eles estão interessados e mirando posições de longo prazo. E os ETFs estão ganhando a preferência

Segundo um ranking produzido pela fintech Stake, plataforma que conecta pessoas de diversos países ao mercado de ações americanos, dos cinco produtos financeiros mais comprados no mês de agosto, três são ETFs (Exchanged Traded Funds).

Foto: Envato
Brasileiros compraram mais ETFs e venderam mais ações em agosto, segundo a Stake - Foto: Envato

O levantamento também traz os cinco produtos internacionais mais vendidos pelos investidores na plataforma. De acordo com a pesquisa, os cinco são ações, incluindo memes (papéis que têm o preço turbinado por movimentos articulados entre investidores) e de setores como semicondutores e entretenimento.

Segundo Rodrigo Lima, analista de investimentos e editor de conteúdo da Stake, os brasileiros estão dando preferência aos ETFs por estarem de olho no longo prazo e no baixo risco. “O ETF não traz um retorno rápido como as ações. Apesar de ter baixo risco, no longo prazo é difícil alguma aplicação ter melhor rendimento do que os fundos de índice”.

ETFs dão acesso à economia americana

O ETF é uma alternativa que está ganhando cada vez mais corpo no mercado financeiro. O produto permite acesso aos principais setores da economia americana sem a necessidade de fazer stockpicking. Além disso, a possibilidade de fazer aportes menores também contam a favor dos fundos de índice.

“Se você não trabalha na área financeira, fica difícil ficar acompanhando as ações durante o tempo todo. E o ETF permite que você faça a alocação dos recursos sem se preocupar com esse monitoramento, pois tem gestores cuidando e fazendo os ajustes no produto”, analisa Lima.

Com o Brasil vivendo um forte período de crise política e fiscal, os investidores estão mirando seu olhar para os ativos de fora, com o intuito de proteger o seu patrimônio. Esse movimento já vem forte desde quando as ETFs passaram a ser disponibilizadas pela Bolsa brasileira aos investidores pessoa física desde o final do ano passado.

Para a realização do estudo, segundo a Stake, foram considerados ETFs e ações com maiores diferenças entre compras e vendas no mês, ou seja: se uma ação está tendo dez vezes mais compras do que vendas, ou se um papel tem dez vezes mais vendas do que compras, ele aparece na lista.

Surpresa

De acordo com o analista da Stake, entre os produtos – que também incluem ações - mais comprados, uma das grandes surpresas foram os papéis do Alibaba (BABA), gigante chinês de comércio eletrônico. O fato causou surpresa, pois as ações da companhia caíram 20% durante o mês de agosto.

No entanto, Lima acredita que esse movimento está atrelado à popularidade da empresa chinesa. “Os investidores brasileiros mostraram bastante confiança no Alibaba em superar obstáculos regulatórios que afetaram negativamente seu estoque durante grande parte do ano”.

É o que o analista chama de apostas de reversão à média. “Quando um ativo cai demais, o investidor compra posições na expectativa de que os ativos retornem ao patamar de rentabilidade anterior. Às vezes, a queda ocorreu por um evento específico e as ações voltam aos trilhos. Porém, há casos em que a perda é grande, porque o fundamento muda”.

A Microsoft também marcou presença no ranking de ativos internacionais mais comprados pelos brasileiros. As ações da companhia dispararam mais de 6% em agosto, fato que acabou atraindo novos investidores, de acordo com o analista da Stake.

“A big tech é vista pelos investidores como um investimento estável e de longo prazo. A relativa diminuição de venda de posição, em comparação com a compra, reforça essa premissa”, avalia Lima.

As mais vendidas

Quando o assunto são as vendas, de acordo com o ranking da Stake, no ranking constam apenas ações. Na visão do analista da Stake, isso reforça o comportamento do investidor brasileiro de olhar para os rendimentos de longo prazo.

De acordo com Lima, além do fraco desempenho dos papéis, houve um movimento de apostas em eventos que não se concretizaram. Esse é o caso dos papéis da Pershing Square, que ocupa o topo da lista das mais vendidas.

Operada pelo famoso investidor Bill Ackman, a Pershing é especializada em aquisição de empresas. No início do ano, Ackman deu indícios de que a empresa iria se fundir com alguma startup unicórnio mais madura.

“Passados nove meses, nenhuma notícia de fusão foi anunciada. O preço permanece relativamente estável, mas a falta de clareza foi suficiente para fazer com que os investidores vendessem os papéis”, explica o analista.

Dono da franquia UFC de artes marciais, o Endeavor Group também não agradou os investidores em agosto. Atrelada a um setor que depende da retomada econômica global – o entretenimento – a empresa está sofrendo com a incerteza sobre essa movimentação no mundo, por conta doa avanço da variante delta da covid-19.

“A ação está abaixo do preço do IPO, com pouca atividade, o que pode ter estimulado os investidores a desfazer de suas posições”, destacou.

Com a falta de semicondutores no mercado, que está afetando indústrias do mundo todo – incluindo a automobilística e a de tecnologia – os brasileiros também desfizeram de suas ações da empresa Applied.

“Os papéis da companhia estão andando de lado. Apesar de o setor de semicondutores estar em alta, a empresa não está conseguindo atender a demanda por conta da dificuldade de conseguir produzir mais”, aponta Lima.

Além disso, segundo ele, o desempenho inferior da empresa – que atingiu queda de 5% em agosto na bolsa americana – pode ter empurrado os investidores para outras opções, como é o caso da Nvidia, que cresceu mais de 10% no período.

Na sequência, os brasileiros também se desfizeram de ações das empresas Clover Health, da área de saúde, e da Marathon Patent Group, do setor de patentes, consideradas ações meme – ações que, geralmente, caem no gosto dos investidores durante períodos de grande impulso por movimentações específicas do mercado.

“Quando a ação começa a apresentar desempenho inferior e a perder seu ímpeto, os investidores de curto prazo começam a comercializar os papéis”, enfatiza Lima.

Ele reforça ainda que o impulso de crescimento que a Marathon Patent teve no ano passado está vinculado ao preço do bitcoin, que sofre forte oscilação.

Sobre o autor
Julia Zillig
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