Bolsa fecha a semana em queda de 5,30% e dólar sobe 3,20% com forte aversão ao risco no exterior e baixa das ações de commodities
O dia foi marcado por vencimento de opções de ações na B3 e temor dos investidores sobre uma possível recessão global
Em uma semana mais curta, a Bolsa fechou o período em queda de 5,30%, e o dólar em alta de 3,20%. No dia, o Ibovespa concluiu a sessão em queda de 2,90%, aos 99.824 pontos, atingindo a mínima do ano, e a moeda americana subiu 2,35%, cotada a R$ 5,144.
O principal indicador da B3 foi influenciado pela volta do feriado, dia de vencimento de opções de ações e forte aversão ao risco no exterior, com os investidores temendo uma recessão global após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) adotar um ciclo monetário mais agressivo, ao optar por uma elevação de 0,75 ponto porcentual na taxa de juros.
Nos papeis, a baixa no preço de commodities energéticas como minério de ferro e petróleo impactaram no recuo acentuado dos papeis das gigantes siderúrgicas e petroleiras no pregão. A Vale fechou o dia em queda de 5,22%. Já a Gerdau, CSN e Usiminas encerraram com queda de 6,24%, 6,00% e 7,89%, respectivamente.
A Petrobras também teve um dia de perdas na sessão, refletindo não somente a baixa do preço do petróleo de mais de 5%, mas também o anúncio sobre o reajuste de mais de 5% no preço da gasolina e de mais de 14% no valor do litro do diesel, decisão duramente criticada pelo governo. Com isso, os papeis preferenciais da petroleira recuaram 6,09% no período.
Já os bancos registraram baixa nas ações, porém menos acentuadas do que dos papeis de commodities, ajudando a puxar o Ibovespa para baixo. Itaú, Bradesco e Santander concluíram o pregão desta sexta-feira com desvalorização de 1,26%, 1,54% e 1,35%, nesta ordem.
Outro ponto que ajudou no forte mau humor da Bolsa foi a repercussão do comunicado do Copom da última reunião de quarta-feira, 15, ao elevar a Selic, taxa básica de juros, a 0,50 ponto porcentual, a 13,25% ao ano, e a sinalização de que outras altas de igual ou menor magnitude podem ocorrer.
O dia na Bolsa
Maiores altas
Empresa | Ticker | Variação |
CVC | CVCB3 | +11,19% |
Qualicorp | QUAL3 | +4,56% |
Alpargatas | ALPA4 | +4,10% |
Energisa | ENGI11 | +3,25% |
Hapvida | HAPV3 | +3,19% |
Maiores baixas
Empresa | Ticker | Variação |
3R Petroleum | RRRP3 | -9,51% |
Gerdau Metalurgia | GOAU4 | -8,51% |
PetroRio | PRIO3 | -8,79% |
Gerdau | GGBR4 | -7,89% |
Braskem | BRKM5 | -7,64% |
Mercado internacional: EUA e Europa fecham mistas
As bolsas americanas e europeias fecharam a sexta-feira sem direção única, após as sinalizações de um ciclo monetário mais agressivo por parte do Fed e as fortes perdas da véspera.
No dia anterior, os negócios reagiram aos aumentos de juros em EUA, Suíça e Reino Unido, todos em reação à persistente escalada dos preços. Na manhã desta sexta-feira, investidores buscaram oportunidades de compras e apontaram para um esforço de retomada nas principais praças acionárias do globo.
O ímpeto, contudo, foi dificultado pela indicação de que o Fed seguirá resoluto no combate à alta inflacionária.
Tradicional defensor da política monetária relaxada, o presidente da distrital do BC americano em Minneapolis, Neel Kashkari, surpreendeu ao afirmar que não só apoiou o ajuste de 75 pontos-base nos juros na última quarta-feira, como também pode endossar nova elevação nesse ritmo em julho.
A líder da distrital de Kansas City, Esther George, explicou que votou por um aumento menor, de 50 pontos-base, por temores de que uma alta "abrupta" pudesse prejudicar famílias e empresas. De qualquer forma, a dirigente reforçou compromisso com a estabilidade de preços.
O presidente do Fed, Jerome Powell, também defendeu determinação em retornar a inflação de volta à meta de 2%.
Bolsas americanas/fechamento
- S&P 500: +0,22% (365,86 pontos)
- Dow Jones: -0,13% (29.888 pontos)
- Nasdaq 100: +1,24% (11.265 pontos)
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (Europa): +0,09% (403,24 pontos)
- DAX (Frankfurt): +0,67% (13.126 pontos)
- FTSE (Londres): -0,41% (7.016 pontos)
- CAC 40 (Paris): -0,06% (5.882 pontos)
Com Agência Estado
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