Bolsa encerra o pregão em leve alta de 0,04% com ações de consumo e exterior; dólar sobe a R$ 5,43
Investidores repercutiram dados econômicos locais, PEC dos Benefícios, covid-19 na China e LDO
Após operar com volatilidade, a Bolsa concluiu o pregão desta terça-feira, 12, em leve alta de 0,04%, aos 98.248 pontos. Já o dólar atingiu mais um dia de avanço, subindo 1,27%, cotado a R$ 5,43. Já o euro chegou brevemente à paridade com a moeda americana pela primeira vez em 20 anos.
O Ibovespa foi pressionado pela queda das ações das empresas exportadoras de commodities - em especial as ligadas ao petróleo - refletindo a baixa acentuada na cotação do produto no exterior, com a divulgação de novos casos de covid-19 na China, além das perspectivas de recessão, com inflação e juros elevados. Os papéis ON e PN da Petrobras encerraram o período com queda de mais de 1%.
Durante a manhã, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) divulgou seu relatório mensal e apontou que as previsões para o próximo ano ainda são de alta na demanda pela commodity, mas em um ritmo menor do que em 2022.
Por outro lado, a queda foi acentuada pelo dia positivo para as ações das grandes varejistas, com o Magazine Luiza puxando a fila da alta. Segundo Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora, "o mercado parece antecipar, em alguma medida, o dado, pois demonstrou demanda pelas ações do setor desde a semana passada".
Para Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital Investimentos, a palavra que resume isso é oportunidade.
"O mercado entendeu que papeis que caíram mais de 80% abrem oportunidades de ganho no curto prazo. Quedas excessivas são turbinadas com operações de venda. Em certo momento, faz com que mercado acredite que ações estão excessivamente baratas. Nisso surge o movimento de oportunidade para compra e, para quem está vendido nos papeis, há o receio de reversão".
Marcus Labarthe
Brasil: setor de serviços, PEC e LDO
Internamente, durante a manhã, o IBGE divulgou o desempenho do setor de serviços em maio, que subiu 0,9% ante abril, surpreendendo positivamente o mercado, que estimava um avanço menos acentuado, de 0,2%.
Além dos dados econômicos, os investidores acompanharam a possibilidade de votação na Câmara, em segundo turno da PEC dos Benefícios, como ficou conhecida a proposta do governo para conceder uma série de auxílios às vésperas das eleições. As "bondades" podem custar mais de R$ 41 bilhões aos cofres públicos e elevar o risco fiscal do País.
Outro assunto que esteve na pauta de acompanhamento foi a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023, que serve de base para a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA). Com sinal verde da Câmara, a proposta ainda precisa do aval dos senadores.
O relator do texto, senador Marcos do Val, retirou do texto a impositividade das emendas de relator-geral, que compõem o orçamento secreto, o que desagradou ao Centrão.
O dia na Bolsa
Maiores altas
Empresa | Ticker | Variação |
Magazine Luiza | MGLU3 | +12,17% |
Via | VIIA3 | +9,01% |
Americanas S.A | AMER3 | +8,71% |
Azul | AZUL4 | +7,91% |
Natura & Co | NTCO3 | +6,68% |
Maiores baixas
Empresa | Ticker | Variação |
3R Petroleum | RRRP3 | -6,36% |
SCL Agrícola | SLCE3 | -5,96% |
Pão de Açúcar | PCAR3 | -3,42% |
Carrefour | CRFB3 | -2,79% |
Alpargatas | ALPA4 | -2,94% |
No exterior
Em Nova York, as bolsas fecharam no negativo, com os investidores repercutindo a situação da China e em compasso de espera com a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos que acontece nesta quarta-feira, 13, além da temporada de balanços trimestrais, que começa a ganhar força.
Na Europa, as principais praças financeiras fecharam em alta, com exceção de Lisboa, Milão e Madrid. Na agenda de indicadores, o índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha veio bem abaixo do esperado, em junho.
Segundo analistas, o euro pode seguir sob pressão, diante dos riscos de recessão na região da moeda comum.
A Oxford Economics afirmou que o dado ilustrou os riscos à economia alemã e adiantou que deve cortar projeções para o crescimento da zona do euro. Para o Morgan Stanley, o indicador reforça a percepção de um quadro de recessão regional.
Fechamento das bolsas americanas
- S&P 500: -0,87% (380,87 pontos)
- Dow Jones Industrial Average: -0,63% (30.976 pontos)
- Nasdaq 100: -0,97% (11.744 pontos)
Fechamento das bolsas europeias
- Stoxx 600 (pan-europeu): +0,49% (417,04 pontos)
- DAX (Frankfurt): +0,57% (12.905 pontos)
- FTSE 100 (Londres): +0,18% (7.209 pontos)
- CAC 40 (Paris): +0,80% (6,044 pontos)
Com Agência Estado
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