Bolsa e dólar acumulam perdas em agosto; último dia do mês traz mais volatilidade aos mercados
Ajuste de posições no final de mês provoca mais movimentação nos negócios
Os mercados chegam ao último dia de agosto com os dois principais segmentos de renda variável, Bolsa de valores e dólar, acumulando variação negativa no mês até o dia anterior: a Bolsa com desvalorização de 1,69% e o dólar, com queda de 0,38%. É o tanto que Bolsa e dólar precisariam subir nesta terça-feira, 31, para neutralizar a perda e pelo menos fechar o mês no empate de zero a zero.
Especialistas não arriscam palpite, mas afirmam que esperam maior volatilidade nos negócios, já que o último dia do mês costuma ser marcado, em geral, por ajustes de posições que provocam mais movimentação nos mercados.
A falta de eventos ou indicadores mais relevantes também contribui para um dia de negócios aparentemente sem surpresas. Um que deve atrair alguma atenção investidores e gestores é a divulgação do PMI, um índice de atividade americano que costuma ser acompanhado por profissionais do mercado.
É um indicador que pode dar ideia do ritmo da economia americana e, com o índice de confiança do consumidor, que também será conhecido hoje nos EUA, fornecer alguma pista sobre a quantas anda a economia do país.
Um ritmo mais aquecido de atividade, combinado com uma eventual maior confiança do consumidor, portanto, maior propensão ao consumo, poderia levar o Fed (Federal Reserve, banco central americano) a rever a política de estímulos monetários mais rapidamente.
No cenário doméstico, mercados reagem a crises
No cenário doméstico, a atenção dos investidores permanece direcionada a duas crises, uma política e outra hídrica. Na primeira, ao embate entre os Poderes pelos ataques do presidente Bolsonaro principalmente aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Uma crise que tende a ficar mais acirrada à medida que se aproxima o dia 7 de setembro, quando estão previstas manifestações de apoio ao presidente, como parte da comemoração da data da Independência.
Outra crise que preocupa é a hídrica, especialmente pelo aumento de custo da energia elétrica, que provoca efeitos nocivos sobre a inflação, já bastante pressionada.
A estimativa de economistas do mercado financeiro para a inflação deste ano passou por novo ajuste no boletim Focus divulgado pelo Banco Central no dia anterior - passou de 7,11%, da semana anterior, para 7,27%.
Previsão de inflação mais elevada gera expectativa de taxa de juros também mais alta, o que costuma inibir o crescimento da economia, que já tem andado em marcha lenta.