Bolsa fecha em alta de 1,46% com inflação americana abaixo do esperado; dólar fica em R$ 5,08
Especialistas esperam que, com esse resultado, o Fed reduza o passo no aperto monetário
Na esteira do mercado internacional, a Bolsa encerrou a sessão desta quarta-feira, 10, em alta de 1,46%, aos 110 mil pontos, e o dólar em queda de 0,87%%, cotado a R$ 5,08.
O dia teve como principal acontecimento a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que ficou estável no resultado anual em 8,5%, ante 9,1% no mês anterior, e abaixo da projeção do mercado de 8,7%.
Assim como no IPCA no Brasil, o CPI americano arrefeceu puxado pela queda no preço dos combustíveis, tornando a inflação mais controlada, segundo Leonardo Neves, especialista em renda variável da Blue3.
Os dados animaram os mercados, tanto no exterior quanto internamente, pois, segundo os especialistas, é um indicativo para que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) reduza o passo no ciclo de alta da taxa básica de juros do País.
Durante o dia, após a divulgação da inflação de julho, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, afirmou que o indicador foi "o primeiro positivo" no quadro atual, mas também ponderou que os preços seguem "muito elevados" no país.
Durante sessão de perguntas e respostas na Universidade Drake, o dirigente reafirmou a postura do Fed de continuar a elevar os juros, neste ano e no próximo, para conter o quadro inflacionário.
Atualmente, a taxa básica está entre 2,25% e 2,50%. Caso o quadro fique melhor que o esperado, as altas poderiam ser menores do que as hoje projetadas, acrescentou.
Evans afirmou não prever uma recessão econômica nos EUA e acrescentou que deve haver crescimento econômico no segundo semestre.
Para 2023, ele projetou crescimento de "1,5% a 2,0%", e depois disso o avanço do PIB deve retornar um quadro mais "normal", após o impulso com a reabertura após a pandemia.
Apesar de um levantamento do CME Group mostrar que uma alta de 50 pontos-base pelo Fed na reunião de setembro se tornou mais provável nas apostas, analistas têm opiniões divididas.
A Capital Economics agora espera aumento de meio ponto porcentual, enquanto o Commerzbank pondera que uma leitura não é suficiente para alterar a postura agressiva do Fed e mantém a previsão de elevação de 75 pb.
Bolsas americanas/fechamento
- S&P 500: +2,04% (419,74 pontos)
- Dow Jones Industrial Average: +1,63% (33.309 pontos)
- Nasdaq 100: +2,85% (13.378 pontos)
O dia na Bolsa
Além da influência do otimismo das principais praças financeiras internacionais, o Ibovespa também foi puxado para cima pelas ações dos gigantes financeiros. Itaú, Bradesco e Santander concluíram o dia com valorização de 2,16%%, 1,70% e 1,82%, respectivamente.
Maiores altas
Empresa | Ticker | Variação |
Irb Brasil | IRBR3 | +8,48% |
JHSF | JHSF3 | +8,31% |
Totvs | TOTS3 | +6,80% |
Americanas S.A | AMER3 | +7,64% |
Banco Pan | BPAN4 | +7,71% |
Maiores baixas
Empresa-Empresa | Ticker | Variação |
Copel | CPLE6 | -1,92% |
Energisa | ENGI11 | -1,80% |
Eletrobras | ELET6 | -1,64% |
Natura & Co. | NTCO3 | -1,52% |
Qualicorp | QUAL3 | -1,79% |
Bolsas europeias fecham em alta com CPI americano
As principais bolsas europeias fecharam em alta nesta quarta-feira, após os resultados da inflação mostrar desaceleração na escalada de preços nos Estados Unidos e Alemanha. A temporada de balanços seguiu no radar dos operadores.
Do outro lado do Atlântico, a Destatis confirmou aumento de 7,5% na inflação alemã no mês passado, o que também representou uma desaceleração quanto ao mês anterior.
Quanto à energia, que segue no debate na Europa, a Rystad Energy afirma que os preços têm caído no continente pela segunda semana seguida, ainda que permaneçam em níveis historicamente altos. "
A diferença entre os preços franceses e alemães agora fechou completamente, com preços quase idênticos nos últimos cinco dias", diz o analista sênior Fabian Ronningen. / com Agência Estado
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (pan-europeu): + 0,95% (440,14 pontos)
- DAX (Frankfurt): + 0,25% (7.507,11 pontos)
- FTSE 100 (Londres): +1,23% (13.700 pontos)
- CAC 40 (Paris): + 0,52% (6.523 pontos)
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