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Banco Inter
Empresa

Banco Inter sai da B3 nesta sexta-feira; saiba tudo o que precisa sobre a migração da empresa para a Nasdaq

Ações do banco digital devem ser listadas na Nasdaq em 23 de junho

Data de publicação:14/06/2022 às 05:00 -
Atualizado um ano atrás
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As ações ordinárias, preferenciais e units do Banco Inter tem data marcada para sair da Bolsa de Valores brasileira, a B3. O último dia de negociação de BIDI3, BIDI4 e BIDI11 no mercado financeiro do País é esta sexta-feira, 17. Depois disso, esses papéis serão incorporados pela Inter&Co e listados na Nasdaq, a principal de tecnologia do mundo, localizada nos Estados Unidos.

A migração entre as bolsas vem junto com uma reorganização societária da fintech, que foi aprovada por 85% dos seus acionistas há pouco mais de um mês, em 17 de maio. O Inter já havia iniciado esse processo anteriormente, em meados de 2021. No entanto, alguns detalhes das operações tiveram de ser reajustados e, por isso, o processo foi suspenso, para ser retomado só agora.

bolsa banco inter
Ações da empresa devem ser listadas na Nasdaq em 23 de junho | Foto: Envato

O banco digital, que foi o primeiro do Brasil a ser listado na B3, em 2018, acompanha um movimento já observado com outras empresas brasileiras do setor financeiro e bastante ligadas com a tecnologia. O Nubank, a XP Investimentos e Stone são alguns exemplos de companhias desse segmento da economia que optaram por ter suas ações negociadas no mercado norte-americano.

Por que o Banco Inter vai sair da B3?

De acordo com o Banco Inter, a migração da instituição para a Nasdaq acontece como uma etapa do processo de tornar a empresa em uma marca global. Atualmente, o banco oferece diversos serviços por meio de um aplicativo, como banking e investimentos nacionais e internacionais, e a ideia é replicar esse modelo em nível global.

Especialistas destacam, no entanto, que a listagem internacional também tem outro objetivo. A companhia emitirá dois tipos de ações: as classe A e as classe B, buscando aumentar a captação financeira para custear o seu desenvolvimento.

Esse modelo de emissões permite que os então acionistas majoritários (aqueles que possuem pelo menos 51% dos papéis) mantenham o controle sobre a instituição mesmo com mais ações distribuídas entre outros investidores.

"A operação possibilitará ao Inter levantar capital mantendo a estrutura de controle. Após a reorganização serão emitidas dois tipos de ações listadas nos EUA. As classe A, que serão o lastro dos BDRs vão conferir ao detentor 1 voto por ação. As classe B, resguardadas aos acionistas controladores do Inter, vão conferir 10 votos por ação. A estrutura possibilita aos controladores realizarem mais ofertas de ações sem perder o controle do banco, e por consequência, levantar mais capital para financiar o crescimento". 

Eduardo Nishio, Head de Research e Finanças da Genial Investimentos, e Bruno Bandiera, Analista da Genial Investimentos

O que acontece com as ações brasileiras?

Com a incorporação dos papéis atualmente negociados no Brasil em uma única holding, listada em Wall Street, as ações brasileiras deixarão de existir. Por isso, entre 13 e 20 de maio, os acionistas do Banco Inter puderam escolher se, com a operação, prefeririam trocar os papéis que tinham na carteira por BDRs ou receber o valor das ações, como um saque, na conta da corretora.

Para aqueles que optaram por receber BDRs, que são os certificados (listados na B3) da ação da companhia no exterior, não será necessário realizar nenhuma movimentação. Conforme explica o banco, assim que os ativos forem listados, eles cairão automaticamente na conta do investidor. "Durante os 30 primeiros dias de negociação dos BDRs na B3, o Inter vai custear todas as taxas referentes à conversão deles em ações da Inter&Co na Nasdaq", afirma a empresa.

A segunda opção era válida apenas para aqueles que tinham ações do Banco Inter em custódia até 15 de abril deste ano. Neste caso, o investidor receberá R$ 19,35 por cada unit e/ou R$ 38,70 por cada seis ações preferenciais, que darão direito a uma Ação Preferencial Resgatável em Dinheiro da HoldFin.

Se o acionista perdeu o prazo para escolher o que queria fazer com seus papéis, ele automaticamente receberá os BDRs da companhia em troca. A instituição ressalta, ainda, que, após receber o BDR, é possível trocá-lo por um papel da empresa diretamente na bolsa de Nasdaq.

Perspectivas do mercado para a operação do Banco Inter

De acordo com os analistas da Genial Investimentos, a migração para a Nasdaq pode ser positiva para o Banco Inter. Em relatório, a corretora afirma que a operação fortalece sua tese de investimento na companhia, "tendo em vista considerarmos uma forte necessidade de capital para sustentar o crescimento de carteira de crédito do Inter, que acreditamos ser capaz de avançar acima dos 50% anualmente em 2022".

A Genial recomenda a compra dos papéis da instituição, com uma perspectiva de crescimento de 109,6% no preço do ativo, que pode chegar a valer R$ 39,50 com seus BDRs. A casa de análises Eleven Financial tem a mesma recomendação, mas com um preço-alvo um pouco menor, de R$ 38. No último pregão, uma unit do Banco Inter valia R$ 9,87, enquanto uma ação preferencial fechou cotada a R$ 3,32.

Em contrapartida, outros especialistas destacam que há diversos fatores de risco para o desempenho do banco digital. Internamente, a inflação elevada e as altas taxas de juros podem fazer crescer a inadimplência, impactando na receita e no lucro da instituição.

No exterior, a situação é bem parecida. Com a crescente e persistente pressão inflacionária, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) vem adotando uma política monetária mais contracionista. Neste contexto, os investidores, historicamente, tendem a buscar ações de empresas de valor, aquelas que conseguem se manter mais estáveis em momentos de crise.

O Banco Inter é considerada uma empresa de crescimento, que depende do longo prazo para entregar resultados expressivos para seus acionistas. Juros altos dificultam esse processo de crescimento porque encarecem a tomada de crédito e financiamentos para as empresas, principalmente as ligadas à tecnologia, o que pode atrasar os planos de entregar grandes lucros.

Cronograma previsto para a operação

  • 17 de junho: fim das negociações dos papéis BIDI3, BIDI4 e BIDI11 na B3
  • 20 de junho: conversão da empresa da B3 para a Nasdaq
  • 23 de junho: listagem das ações da Inter&Co na Nasdaq
Sobre o autor
Bruna Miato
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