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Empresa

Americanas: Tudo o que você precisa saber sobre AMER3 nesta quinta-feira

As ações fecharam com queda de 77,33% e a empresa perdeu R$ 8,37 bilhões em valor de mercado nesta quinta-feira, 12

Data de publicação:12/01/2023 às 19:30 -
Atualizado um ano atrás
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Foi um dia dramático para as ações de Americanas: colocadas em leilão, caíram 77,33% no final do dia, 12 de janeiro, com uma desvalorização da empresa de R$ 8,37 bilhões em valor de mercado, segundo estudo do TradeMap.

Além disso, as operações foram um tumultuadas. Após mais de 4 horas de leilão, por volta das 14h20, as ações da Americanas abriram com queda de 76,25% na Bolsa, cotadas a R$ 2,85. Em seguida, os papéis entraram novamente em leilão por oscilação máxima permitida. 

A B3 foi segurando constantemente as ações da companhia devido a fatos relevantes expedidos ao longo da manhã. O movimento se deu desde a notícia de que foram encontradas inconsistências contábeis de aproximadamente R$ 20 bilhões no financeiro da companhia e, em seguida, a renúncia de Sergio Rial ao cargo de presidente.

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Rombo de R$ 20 bilhões da Americanas é o equivalente ao valor de mercado da Magazine Luiza ou da Lojas Renner | Foto: Divulgação

Em leilão, por volta das 11h, os papéis da companhia apontavam para uma queda de 90%, cotados a R$ 1,20, antes de saírem para as negociações. No fechamento de ontem, os papéis de AMER3 encerraram o pregão no valor de R$ 12. 

“A B3 excepcionalmente alterou hoje o limite de baixa do túnel de hard de -75% para -99%. Em tese, a AMER3 pode chegar a -99% de queda no pregão de hoje”, afirma Pedro Menin, sócio-fundador da Quantzed.

Desde a quarta-feira, 11, pós pregão, a expectativa dos investidores era grande pela abertura dos papéis AMER3 e para saber qual seria o tamanho da queda. A Agência Bovespa chegou a suspender os papéis da Americanas (#AMER3) e seus respectivos derivativos no segmento devido a iminência de fato relevante.

Processo na CVM 

No início da tarde desta quinta-feira, 12, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), anunciou que abriu dois processos administrativos para investigar o financeiro da Americanas.

Um deles, de número 19957.000413/2023-18, trata da análise das informações contábeis. Outro, o processo 19957.000415/2023-15, investiga a comunicação dos fatos, ou por meio de notícias por veículos de imprensa, por comunicados ou fatos relevantes.

A reportagem da Mais Retorno apurou a possibilidade de ainda um terceiro processo, esse apurando prática de insider information, tocado sob sigilo pela autarquia.

Em grupos fechados de traders e gestores, pipocam teorias e supostas evidências sobre operações de derivativos, tendo como foco as ações das Americanas nos últimos dias.

Comportamento histórico da ação

Segundo levantamento do TradeMap, o volume do rombo de R$ 20 bilhões previsto no balanço da Americanas é equivalente ao valor de mercado da Magazine Luiza do último pregão, que fechou em R$ 20,20 bilhões, ou da Lojas Renner, que valia R$ 20,22 bilhões no mesmo período.

Também de acordo com estudos de Einar Rivero, da TradeMap que considera o comportamento de AMER3 desde 2017, há uma valorização de 63,27% desde 16 de dezembro de 2022, quando AMER3 atingiu sua menor cotação, de R$ 7,25, nos últimos 5 anos, até esta quarta-feira, 11 de janeiro a R$ 12,00.

Considerando a série histórica do papel nesses 5 anos, seu preço máximo foi alcançado no dia 03 de agosto de 2020, a R$ 122,80. Nesse intervalo, a queda até o dia 11 de janeiro de 2022 foi de -90,24% e de -94,22% até o mínimo no dia 16 de janeiro de 2022.

Já em período de valorização,no dia 14 de julho de 2017, a ação chegou a R$ 12,25, com alta de 903,20% até 3 agosto de 2020. 

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Fonte: TradeMap

Fundos comprados em ações da Americanas

Em dezembro, ao menos 152 fundos de ações estavam comprados em AMER3, LAME3 e LAME4, as ações da Americanas, ativos que hoje sofrem um duro revés na Bolsa, como  resultado da divulgação de um rombo de pelo menos R$ 20 bilhões não contabilizados pela companhia nos últimos nove anos.

No total, esses fundos aportavam pouco mais do que R$ 445 milhões nas ações da empresa, cifra que certamente é bem superior já que os gestores não são obrigados à reportar suas posições para a CVM antes de setembro.

No entanto, recuando justamente até o mês de setembro do ano passado, é possível encontrar o aporte de 266 fundos, com um volume aplicado de R$ 830,4 milhões, cerca de 10% do valor de mercado da companhia na Bolsa até ontem.

Os dados foram compilados pela Mais Retorno, a partir do banco de dados próprio que monitora todos os fundos de investimento em atividade no Brasil.

Em setembro a liderança ficava com o Moat Capital Fia Master, fundo master da gestora paulistana Moat especializada em renda variável. Com um patrimônio líquido de R$ 1,86 bilhões, pouco mais de R$ 327 milhões estavam comprados em ações da Americanas.

Já em dezembro, o fundo de previdência privada Brasilprev Top TP, do Banco do Brasil, com R$ 2,17 bilhões, puxava a fila com R$ 74,5 milhões compradas em debêntures da Americanas.

A saída de Sergio Rial da companhia

O ex-presidente da Americanas, Sergio Rial, que ficou empossado por menos de 10 dias, renunciou ao cargo na véspera. Na manhã desta quinta-feira, 12, Rial afirmou que os problemas contábeis divulgados são questões antigas, que se arrastam há quase uma década (entre 7 a 9 anos). 

Heitor De Nicola, especialista de Renda Variável e sócio da Acqua Vero Investimentos, explica que a saída de Rial é extremamente negativa e pode respingar no mercado como um todo.

“O sinal que o Sérgio Rial deu ao pedir para sair da presidência é muito negativo para o mercado e essa inconsistência pode ser um erro de norma contábil ou uma fraude a ser descoberta agora. É um caso muito sensível e pode respingar no mercado como um todo, escalar para uma crise de confiabilidade”, afirma o especialista.

Pedro Menin, sócio-fundador da Quantzed, avalia que Rial e Covre “não renunciariam uma semana depois de assumir se a situação não fosse tão feia.”  Ele completa dizendo que a porta ficou pequena para o investidor que precisa sair do papel (AMER3).

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