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IGP-M sobe 0,90% na 2ª prévia de março, afirma FGV
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Ações de construtoras vão mal este ano, queda supera 40%; entenda por que

Elevação dos custos e alta dos juros futuros afetaram os resultados e respingam nas ações das empresas em bolsa

Data de publicação:31/08/2021 às 05:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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A indústria da construção civil sente ainda os efeitos do aumento de custos na esteira da escalada dos preços da commodities, como aço e minério de ferro, além do de cimento, insumos consumidos em ampla escala pelo setor. E também da escassez de matérias-primas, que puxou para cima adicionalmente os preços dos materiais de construção. O Índice Nacional de Custo da Construção-M (INCC-M), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), acumula alta recorde de 34,5% nos últimos 12 meses, até julho. Esse movimento vem impactando as ações das construtoras na B3

Além do aumento de preços, a elevação dos juros no mercado futuro é outro fator que atinge em cheio as empresas do setor. No balanço das ações de algumas empresas da construção civil no ano escancara o quanto o setor não está bem na bolsa de valores: as quedas ultrapassam os 40% de janeiro a agosto. Confira

Renan Manda, analista de Construção Civil, Shopping Centers, Imóveis Comerciais e FIIs da XP, afirma que o pesado aumento de custos está levando as construtoras à revisão de receitas, com pressão sobre a margem, e a repassar o preço mais alto aos compradores de unidades.

Momento é desafiador para o setor

O setor vive um momento desafiador, depois de passar um período relativamente confortável o período mais severo da pandemia, em 2020, analisa a economista-chefe da Reag Investimentos, Simone Pasianotto. “O setor beneficiou-se dos juros baixos, da elevada liquidez e do interesse por ativos tangíveis, o que levou a um resultado bom para o segmento, que permaneceu ativo, sem ser afetado pelo isolamento social.”

Simone afirma que agora tudo passou, o cenário virou. A inflação e os juros subiram, o que impõe novas estratégias às construtoras. “A inflação da construção civil é a maior em 28 anos, porque a demanda continua forte e a oferta não acompanhou”, explica. Ela diz que o tubo de aço subiu perto de 100% e o vergalhão de aço, 90%, em um período de 18 meses.

São aumentos que as construtoras procuram repassar aos compradores de unidades, com diferentes graus de dificuldade, para não dizer sem sucesso. Manda, analista da XP, afirma que o segmento de alta renda, onde a demanda é mais forte, possibilita o repasse mais fácil de custos, mas as empresas com atividade focada no público de baixa renda têm mais dificuldades para repassar os aumentos ao cliente final.

Alta das commodities pesa nos custos

Para Felipe Paletta, analista da Monett, o mercado já esperava uma correção de preços com a recuperação da economia global e a alta das commodities, de insumos que têm ligação com a construção civil e encarecem os custos do setor. Ele comenta que o mercado absorveu o impacto de alta das commodities, ao manter uma velocidade de vendas interessante, e prevê certa acomodação dos preços dos insumos. De acordo com Manda, da XP, a estabilização das cotações das commodities tem amenizado os custos de construção civil.

O analista da Monett comenta que, no momento, o mercado sofre os efeitos de uma elevação dos juros futuros, que balizam os custos de financiamento de longo prazo da construção civil, por causa das incertezas com a crise política. Mas acredita que esse impacto seja amenizado ao longo do tempo e abra caminho à retomada de crescimento econômico que dê uma sustentação mais consistente para o setor.

Simone, da Reag Investimentos, compartilha da análise, mas faz a ressalva de que com a mudança de cenário, com inflação de insumos e custo de crédito imobiliário mais caro, não dá para apostar em uma perspectiva mais otimista no curto prazo.

Manda não acredita que o ajuste dos juros do crédito imobiliário à alta da Selic venha a inibir as operações de empréstimo habitacional. Ele argumenta que os juros do financiamento subiram pouco, que por enquanto nem todos os bancos reajustaram. “Pequenos ajustes seriam suficientes para manter os financiamentos em níveis atraentes. Para não dizer que em algumas faixas nem há necessidade de aumento.”

Ações de construtoras na bolsa

Enquanto aguarda a retomada da economia, para que o setor ganhe tração, as ações de construtoras estão mal das pernas na bolsa de valores. Paletta, analista da Monett, diz que o que está impactando negativamente as ações de construtoras na bolsa é a escalada dos juros futuros. Para ele, um recuo das taxas de juro de longo prazo vai gerar expectativas positivas para o setor porque, mesmo que as commodities se valorizem, as construtoras terão condições mais favoráveis para repassar o aumento de custos se houver crescimento da economia.

“As ações do setor estão sofrendo bastante este ano, embora os números da construção civil estejam melhorando”, comenta o analista da XP.  Amanda espera uma reação dos papeis do segmento à medida que a economia for melhorando e o investidor passar a olhar a parte mais cíclica e reagir mais à dinâmica do setor em si que não estava tão atraente como os demais, acredita. “A temática da construção, assim como a do setor de varejo, é cíclica, depende da melhora setorial.”

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.
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