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Vinci destaca os impactos do furo no teto de gastos do País e a pressão da inflação global sobre a retomada econômica

Segundo a gestora, com três quartos da economia global crescendo acima do potencial, a escassez de commodities e alta nos preços ganharam força

Data de publicação:18/11/2021 às 07:00 -
Atualizado um ano atrás
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Em sua carta ao gestor de outubro, os especialistas da Vinci Partners analisam dois aspectos relevantes: o andamento da política fiscal do País, ameaçada pelo rompimento do teto de gastos, e a retomada econômica pelo mundo, que sofre a pressão da alta da inflação global.

Ocupando o centro do debate econômico em outubro, a situação fiscal do País foi fortemente abalada pela proposta de mudança no teto de gastos - o limite que foi responsável pelo superávit primário do País em setembro.

Foto: Arquivo
Mercado tem receio de que o furo no teto de gastos possa abrir novos precedentes no futuro, segundo a Vinci - Foto: Envato

“Quem poderia prever isso há um ano? Além disso, com o congelamento nominal de salários do funcionalismo, estados e municípios mostram um superávit fiscal acumulado no ano de 1,1% do PIB, podendo chegar a 1,5% no final do ano. O déficit total do setor público em 2021 pode ficar próximo de zero, uma surpresa muito positiva”, destacaram os especialistas da Vinci.

No cenário internacional, a Vinci destaca a volta do crescimento da economia global. “Estados Unidos, Europa e China crescem, simultaneamente, acima de 5% e devem se manter nesse patamar em 2022”.

Com três quartos da economia global crescendo em paralelo acima do potencial, a escassez de commodities e alta nos preços se tornaram mais acentuadas, segundo a carta da gestora.

Teto de gastos

Na visão da Vinci, a proposta da mudança do teto de gastos é moderada. “Os gastos do governo federal, que se encontram em 20% do PIB, cairiam para 17,5% em 2022, se nada fosse alterado. Com a nova proposta, ficaria em 18,6%. Apesar da boa intenção de manter os gastos em queda, a preocupação é com o precedente. Por que não mudar a regra de novo no futuro?”.

Além disso, segundo a Vinci, existe um temor de que esse texto inicial mais moderado seja piorado no Congresso para acomodar um volume de gastos ainda maior. Esse debate deve se estender até o final do ano.

“Curiosamente, como essa mudança é vista como uma forma de fortalecer a candidatura de Jair Bolsonaro à presidência, existe uma coalizão silenciosa para evitar a aprovação do texto”, enfatizou a gestora.

Na carta, os especialistas da Vinci lembraram que a reforma tributária, que está no Senado há mais de um mês, requer apenas uma votação de maioria simples – e o governo já admitiu que não deve ser aprovada.

“O que dizer então de uma emenda constitucional, que aumenta as chances eleitorais do governo e requer duas votações na Câmara e duas no Senado com três quintos dos votos?  Nenhum parlamentar vai declarar publicamente ser contra o auxílio emergencial, mas a tramitação deve ser difícil. O diabo mora nos detalhes!”, indagou.

Inflação

A disparada dos juros no Brasil foi um dos pontos discutidos pela Vinci. Embora tenha havido alta ao redor do mundo, o avanço no País foi mais relevante, influenciado por discussões fiscais, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Precatórios, além de uma postura menos dura do Banco Central, comprometendo as expectativas da inflação.

De acordo com o documento, soma-se ainda a esse cenário a disputa eleitoral de 2022, “ainda restrita a dois candidatos que parecem ter pouco compromisso com a responsabilidade fiscal”, o que ajuda a nublar o ambiente.

A alta persistente no preço das commodities – em particular, no valor do barril de petróleo, acima de US$ 80 – também impactou na inflação no País. “O Índice de Commodities medido em reais pelo Banco Central cresceu, em média, 6% ao ano entre 2010 e 2019,  avançou 40% em 2020 e se mantém no mesmo ritmo em 2021.

“Essa alta terá custos em termos do crescimento do Brasil em 2022, que acreditamos fique em torno de 1% a 1,5%”, prevê a gestora.

Os especialistas da Vinci citaram ainda a elevação acentuada nos preços do petróleo, as incertezas sobre uma possível nova greve dos caminhoneiros e uma surpresa desagradável com o IPCA-15 de outubro. “Tais incertezas fizeram os mercados de juros real e nominal abrirem taxa, num movimento de aversão ao risco”, ressaltaram.

Redução da pressão

De acordo com a carta da Vinci, alguns fatores atenuam a pressão negativa dos juros sobre o crescimento de 2022 no País, como “o avanço de 4% da área agrícola plantada; a forte contração fiscal de 2021 vira expansão fiscal em 2022; o investimento voltou para a casa dos 20% do PIB, as vendas de caminhões seguem subindo e a construção civil sobe 30% ao ano”.

Outros aspectos também foram mencionados pelos gestores da casa, como a geração de emprego, que vem fazendo o desemprego cair e aumentar a massa salarial em termos reais, e a redução do risco de racionamento de energia.

“Este cenário permite antecipar que os setores muito dependentes de crédito deverão sofrer mais com o crescimento, enquanto aqueles que dependem mais da renda corrente serão menos afetados em 2022”, analisa a Vinci.

Cenário internacional

“Nas economias centrais, já entrou no radar a reversão dos estímulos monetários. O Reino Unido deve iniciar a alta de juros ainda em 2021, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve começar em meados de 2022, e o ECB em 2023. Com esse crescimento coordenado, a falta de componentes vem muitas vezes afetando a oferta de produtos”, ressaltou.

Além disso, a Covid-19 voltou ao radar, com uma nova onda de casos pela Europa e Ásia, além das restrições da produção de aço na China. “A crise energética continua como tema relevante, dado que vem pressionando índices de preços no mundo todo”, enfatizou.

Liquidez

Apesar do cenário desafiador para o mercado de ações, a Vinci tem uma perspectiva voltada para a continuidade da forte liquidez e da recuperação econômica.

“No Brasil, apesar da inclinação recente da curva de juros, o mercado de ações apresenta um prêmio alto, refletindo a expectativa de crescimento do lucro das empresas. Vale ressaltar ainda que a diferença entre o dividend yield da carteira e a taxa real de juros continua atrativa”, avaliaram os gestores.

Sobre o autor
Julia Zillig
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