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Renda Fixa

Tesouro IPCA: confira se é melhor sacar os juros semestrais ou esperar até o vencimento do título

Depende dos objetivos do investidor, se formar uma poupança no longo prazo ou ficar com o dinheiro ma livre

Data de publicação:04/03/2022 às 00:30 -
Atualizado 2 anos atrás
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A elevação dos juros torna também os Títulos do Tesouro mais atrativos. Você já imaginou o impacto sobre o rendimento final de um Tesouro IPCA+ de quem faz o resgate dos juros semestrais, ao longo do caminho, e de quem acumula os cupons até o vencimento?

O aumento de competividade dos produtos de renda fixa, com o ciclo de elevação da taxa Selic, põe o investidor diante desse dilema: sacar periodicamente os juros ou deixar tudo para o fim, no vencimento do título.

Tesouro ipca
TEsouro ipca

Para mostrar o impacto que o reinvestimento dos juros pode provocar no rendimento final, a Mais Retorno preparou uma simulação. Serviu de base uma NTN-B (Nota do Tesouro Nacional da série B) ou Tesouro IPCA, como é conhecida na plataforma do Tesouro Direto, com emissão em 15/10/2003 e vencimento em 15/08/2024.

Supondo que vencimento tivesse ocorrido agora, em fevereiro de 2022, o rendimento total de quem reaplicou os juros ao longo de todo o prazo do título teria ficado em R$ 1.524,60. Já quem resgatou os juros semestrais chegou a este ano com um rendimento de R$ 468,36. Pouco menos de um terço do acumulado por quem reinvestiu os cupons.

Não há dúvidas de que há vantagem financeira em reaplicar os cupons semestrais, analisa Fabio Gallo, especialista em Finanças. Ao deixar de resgatar, o investidor acumula os juros e, pelo cálculo de juros sobre juros, junta maior volume de capital para sacar no vencimento do título.

Resgate proporciona maleabilidade ao investidor

Ao mesmo tempo, a opção de resgate permite mais maleabilidade, mais liberdade, para quem quer aproveitar as oportunidades de reaplicar em outro papel, com suposta rentabilidade mais atraente. Essa negociação, no caso de títulos públicos, é feita no mercado secundário, onde os papeis trocam de mãos. As condições dependem das expectativas sobre a inflação e os juros.

“Quando os juros sobem, o preço ou o valor do título no mercado secundário cai”, comenta Gallo. Um momento indicado para quem quer reinvestir em outro título, que estará mais barato para a compra. 

Os mercados seguem uma dinâmica em que as condições mudam a todo momento. “Obviamente, os juros recebidos devem ser reaplicados, mas não há garantia de que o investidor encontrará uma opção melhor, naquele momento”, alerta o especialista. “Se os juros caírem após a compra, os dividendos serão reinvestidos a taxas mais baixas”, explica.

Leonardo Souza, especialista da BP Investimentos, comenta que não existe uma estratégia capaz de assegurar melhor rentabilidade na reaplicação de cupons. O sucesso “vai depender mais dos planos do investidor e de expectativas de juros futuros do que de uma estratégia de rentabilidade”.

Os juros estão muito atraentes, podem chegar ao redor de 12% a 13% neste ano, analisa Souza. Mas “a tendência é que a inflação caia em 2023 e os juros também recuem”. Os dados do último boletim Focus estimam uma inflação de 5,6% para este ano e de 3,51% para 2023. A Selic projetada para 2022 está em 12,25% e para o fim de 2023, em 8%.

Nesse possível cenário, o investidor que carrega um Tesouro IPCA+ com juros semestrais que paga juro ao redor de 5,40% a 5,20% corre o risco de investi-lo com uma taxa abaixo de 4% daqui a alguns anos, acredita.

Existe aí um risco de investimento, que é “sair de uma taxa de juros mais alta e, por condições de mercado, reinvestir por uma taxa de juros menor mais à frente”, avalia o especialista da BP Investimentos. Quem está em um Tesouro IPCA Principal não corre esse risco, porque está travado em um juro mais elevado que segue até o vencimento do título.

Fabio Gallo afirma que não existe um mecanismo de hedge ou proteção para o investidor e a melhor estratégia para reduzir esses riscos é a diversificação de ativos, classes e prazos.

As modalidades do Tesouro IPCA

 A plataforma do Tesouro Direto oferece duas modalidades de Tesouro IPCA, nome com que é conhecida a Nota do Tesouro Nacional da série B (NTN-B) vendida ao investidor pessoa física: o Tesouro IPCA+ Principal e o Tesouro IPCA com juros semestrais.

Ambos oferecem como retorno uma taxa real de juros, prefixada, mais correção monetária pelo IPCA, que só será conhecida no vencimento. A diferença está na forma como são pagos os juros.

Quem investe no Tesouro IPCA+ Principal recebe o rendimento total (juros e correção monetária) de uma só vez, no vencimento do título. Quem tem o Tesouro IPCA com juros semestrais pode resgatar periodicamente os juros pagos pelo título – os juros são creditados na conta do investidor e não há como deixá-los sob acumulação.

Rodrigo Siviéri, professor da Trevisan Escola de Negócios e especialista em renda fixa, diz que os títulos públicos que não distribuem cupom no meio do caminho chegam ao vencimento com rendimento maior. “Quanto mais longo for o título, maior tende a ser a diferença de rentabilidade em relação aos que possibilitam o resgate de juros semestrais.”

Siviéri afirma que o Tesouro IPCA Principal é interessante para quem não tem uma estratégia de aplicação para os juros que serão resgatados. “Isso evita que o dinheiro fique parado ou mal aplicado, em um ativo que renda menos que os juros, que estão bastante atraentes.”

Um título com opção de renda periódica, como o Tesouro IPCA com juros semestrais, é indicado, segundo o professor,” para quem já construiu um patrimônio ou acumulou uma reserva para a aposentadoria”.  Ou ainda para quem precisa de uma renda ou complemento de renda mensal.  Ele lembra, contudo, que é cobrado imposto de renda a cada resgate de juros.

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Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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