Operação Estruturada
O que é operação estruturada?
O mercado financeiro é composto por uma série de ativos com determinadas características.
Quando um investidor deseja negociá-los em condições que fujam do padrão, ele recorre à uma operação estruturada. Ela nada mais é do que a combinação de 2 ou mais ativos em uma mesma operação, de forma que, juntos, gerem um resultado diferenciado.
Normalmente, seu ativo base é negociado no mercado à vista, enquanto o ativo que dará à operação a sua característica única é o derivativo.
O que é um derivativo?
Um derivativo é uma forma de se transferir riscos dentro do mercado financeiro. Entre as principais alternativas, temos:
- Opção: dá ao seu titular o direito de comprar (Call) ou vender (Put) um ativo a um preço pré-determinado;
- Contrato futuro: é um contrato padrão negociado em bolsa, usado para se garantir das flutuações de preço de um ativo;
- Contrato de swap: fechado necessariamente com uma instituição financeira, é um contrato onde se troca a remuneração de um ativo.
Operações com opções são mais acessíveis ao investidor pessoa física enquanto os contratos futuros e de swap envolvem grandes valores, sendo negociados entre investidores institucionais (empresas, gestoras de recursos e seguradoras).
Qual um exemplo de uma operação estruturada?
Um investidor pode ter interesses distintos quando monta uma operação. Ele pode:
- Aumentar os seus ganhos, mesmo que corra mais riscos;
- Minimizar as suas perdas, caso o mercado se vire na direção contrária;
- Estipular um retorno mínimo para um investimento em renda variável, “travando” a sua rentabilidade.
O último caso é ideal para ilustrar como um ativo e duas opções (Call e Put) se complementam, formando uma operação estruturada.
Vamos usar um exemplo para facilitar o entendimento:
Um investidor possui 1.000 ações na sua carteira, compradas a R$ 26,00/cada. Ele deseja montar uma operação onde possa ganhar um retorno de 12% em apenas 3 meses. Para tanto:
- Ele compra 1.000 opções de venda (Put), a um custo de R$ 1,00/cada, que lhe darão o direito de vender as ações por R$ 29,15;
- Ele vende 1.000 opções de compra (Call), recebendo R$ 1,00 por cada uma delas, que darão à contraparte o direito de comprar as 1.000 ações que o investidor detém, também ao preço de R$ 29,15.
Passados 3 meses, data para o vencimento das opções, o preço da ação está em R$ 23,00:
- A contraparte não compra do investidor as ações a R$ 29,15, dado que elas estão mais baratas no mercado;
- O investidor, exercendo o seu direito, vende todas as suas ações a R$ 29,15, obtendo para si o seguinte ganho:
Ganho = (1.000 X R$ 29,15) – (1.000 X R$ 26,00) = R$ 3.150,00
Retorno = 3.150,00 / 26.000,00 = 12,12%
Nesse exemplo, o custo para comprar a Put e vender a Call é o mesmo (R$ 1,00). Isso não necessariamente acontece, visto que o custo das opções segue a oferta e a demanda. Havendo diferenças entre elas, o retorno do investidor pode ser ainda maior.
Quais os benefícios de uma operação estruturada?
Ao invés de apenas deter o ativo, uma operação estruturada permite explorar algumas possibilidades:
- Arbitragem: muitos ativos são negociados em mais de um mercado, de forma que uma operação estruturada pode gerar ganhos com as diferenças dos preços praticados nas diferentes praças;
- Proteção: o derivativo limita a exposição ao ativo, garantindo o valor investido;
- Alavancagem: um derivativo, cujo preço seja menor que o ativo-base em si, dá ao investidor a chance de aumentar a sua aposta de uma forma bastante acessível.
O que é um Certificado de Operação Estruturada (COE)?
O Certificado de Operação Estruturada (COE) é um meio do investidor diversificar a sua carteira sem que ele mesmo tenha que montar a estrutura. A própria instituição financeira, com base nos cenários que projeta, estrutura algumas alternativas para que os clientes possam escolher, seja limitando as suas perdas ou alavancando os seus ganhos.