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Renda Fixa

Sabe quanto o CDB deve oferecer para render 1% líquido ao mês com a Selic em 13,25%?

Papel deve oferecer pelo menos 115% do CDI, porque tem imposto de 20%

Data de publicação:20/06/2022 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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Com a nova alta da Selic já é possível ter rendimento de 1% ao mês na renda fixa. No entanto, títulos como CDB devem oferecer pelo menos 115% do CDI para que o ganho líquido chegue a esse patamar líquido, calcula Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil.

A Selic subiu de 12,75% ao ano para 13,25%, semana passada. A simulação de cálculo leva em conta uma aplicação em um CDB pelo período de um ano, prazo em que o rendimento é tributado, no momento do resgate, por uma alíquota de 20%.

CDB
CDB cehgou a oferecer 150% do CDI, mas quando Selic estava baixa, nas mínimas históricas - Foto: Freepick

O investidor não encontra uma taxa dessas com facilidade no mercado. Alves afirma que nem todos os bancos oferecem rentabilidade adicional sobre o CDI – uma taxa que roda colada à Selic, em geral ligeiramente abaixo da taxa básica. O CDI é o principal indicador de retorno, ou benchmark, da renda fixa.

A taxa oferecida pelo CDB varia de acordo com o volume e o tempo de aplicação. “À medida que a Selic foi subindo, os bancos reduziram também o ágio, a taxa adicional sobre o CDI”, comenta Alves.

O investidor que quiser deixar o dinheiro aplicado em CDB por menos tempo, mas sem abrir mão de uma rentabilidade líquida de 1% ao mês, precisa ir atrás de taxas mais altas.

Selic sobe e margem sobre CDI encolhe

A porcentagem sobre o CDI já foi maior quando o juro era baixo. “Chegou a 150% ou mais no tempo que a Selic estava na mínima de 2% ao ano.”

As maiores taxas são oferecidas para aplicações de prazos mais longos, ao redor de cinco anos, quando pode chegar próximo de 125% do CDI.

O sócio da Ação Brasil explica que, como o juro é pós-fixado, indexado ao CDI, um cenário de queda da Selic não é interessante para o CDB de prazo mais elástico. “A rentabilidade cai à medida que a Selic for caindo, e o CDI também como é a expectativa a partir do próximo ano”, analisa.

A perspectiva de queda dos juros, com o possível recuo da inflação, está levando alguns investidores a “olhar com bons olhos os CDBs prefixados”. Os atuais níveis de taxa são considerados atraentes pelos especialistas em um cenário visto como mais positivo para a inflação.

“O risco é se a inflação e os juros continuarem subindo”, alerta Alves. Um ativo que protege o investidor contra esse risco é um título indexado à inflação, como um CDB que rende IPCA mais juro.

A parte móvel do rendimento é a correção monetária, que varia de acordo com a oscilação do IPCA. Se a inflação recua, a correção será menor; se sobe, ficará maior, mas o juro do papel, que é prefixado, não muda.

São nuances que recomendam manter sempre uma parcela líquida de recursos para acertar e montar posições ao longo do tempo. Uma estratégia que facilita também a diversificação entre vários ativos, prefixados ou pós-fixados, de acordo com o cenário de inflação e juros.

Alves destaca que o Banco Central colocou vários pontos de atenção no comunicado divulgado após a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). “O mais importante é o que sinaliza ao mercado a continuidade do ciclo, mas com altas mais moderadas, suaves.”

É um cenário que reforça a atratividade de títulos pós-fixados, em um primeiro momento, já que a rentabilidade acompanha a Selic. Mas leva o investidor a dar atenção também aos papeis prefixados. “É uma chance para o investidor travar um juro que pode estar no pico e ir com ele até o vencimento, em um período que os juros poderão estar mais baixos.”

Bancos de menor porte, médios e pequenos, costumam oferecer taxas mais atraentes em CDBs que os grandes bancos de varejo. A taxa adicional é um prêmio que bancos nanicos pagam para compensar o risco supostamente maior que seus títulos embutem.

Uma proteção ou cobertura contra esse risco de crédito ou possível calote é o Fundo Garantidor de Crédito (FGC).  É uma espécie de seguro que assegura o ressarcimento de até R$ 250 mil, por investidor e banco, até o limite de R$ 1 milhão.

Aplicações pós-fixadas reforçam atratividade

As seguidas altas da Selic e a perspectiva de continuidade do ciclo fortalecem o apelo das aplicações pós-fixadas nesse período. O rendimento de títulos como CDB com taxas pós-fixadas sobe à medida que a taxa básica passa por novos ajustes, afirma Alves.

A poupança teve sua imagem de patinho feio, em rentabilidade, reforçada nesse ciclo de aperto monetário.

Em relação a alguns CDBs com taxas mais arrojadas que rendem 1% líquido ao mês, a poupança remunera com juro de 0,50% ao mês mais TR (Taxa Referencial), que continua quase em estado de hibernação – depois de permanecer zerada quando a Selic estava abaixo de 8,50% ao ano.

O administrador de investimentos Fabio Colombo estima um rendimento no intervalo entre 0,66% e 0,68% para a poupança no período de 1º de julho a 1º de agosto de 2022.

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Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.