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Mercado Financeiro

Rentabilidade bruta x rentabilidade líquida

A rentabilidade é um fator muito considerado pelos investidores na hora de escolher um ativo para destinar o seu dinheiro. Isso é fato. No entanto, você sabia que podem existir algumas pegadinhas naquele número percentual que aparece junto ao investimento nas plataformas de bancos e corretoras?

Data de publicação:13/07/2023 às 18:28 -
Atualizado um ano atrás
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A rentabilidade é um fator muito considerado pelos investidores na hora de escolher um ativo para destinar o seu dinheiro. Isso é fato. No entanto, você sabia que podem existir algumas pegadinhas naquele número percentual que aparece junto ao investimento nas plataformas de bancos e corretoras?

Pois é: nem sempre o que você vê é, de fato, aquilo que você vai ganhar com o seu aporte. Isso acontece porque boa parte dos produtos do mercado financeiro não são isentos de Imposto de Renda, algo que precisa ser calculado e analisado pelo investidor.

Pensando nisso, no artigo de hoje você vai entender qual é a diferença entre rentabilidade bruta e rentabilidade líquida no universo dos investimentos — e o impacto disso para o seu patrimônio no longo prazo.

O que é a rentabilidade de um investimento?

Caso você ainda seja novo no mercado financeiro, talvez tenha dúvidas até mesmo com o significado de rentabilidade, certo? Não se preocupe: vamos te explicar de forma resumida.

A rentabilidade de um investimento é, em suma, o retorno que você vai obter com ele. Na prática, representa o ganho esperado para alocar o seu dinheiro naquele produto — seja ele de renda fixa, fundos de investimentos, ações, entre outros.

A principal diferença entre as classes de ativos está na previsibilidade da rentabilidade. Na renda fixa, por exemplo, geralmente sabemos com antecedência qual será o nosso retorno após um determinado período de tempo. Já no mercado de ações, um ambiente de menor previsibilidade, o retorno é incerto. Ainda assim, também podemos calcular o retorno do nosso investimento.

Esse cálculo também é bem simples: dividimos o lucro pelo valor total investido para encontrar, de forma percentual, qual foi a rentabilidade. A fórmula a seguir resume bem como funciona para calcular a rentabilidade do seu investimento.

Rentabilidade (%) = Lucro Total / Valor do Investimento

Vamos a um exemplo prático. Suponha que você tenha feito um investimento de R$10.000 em um produto da sua corretora e, ao final de um ano, o seu ativo agora tenha acumulado R$11.200. Neste caso, teríamos uma rentabilidade de 12%.

Rentabilidade (%) = (11.200 - 10.000) / 10.000 = 1.200 / 10.000 = 12,0%

Rentabilidade bruta: o que é e como funciona?

Agora que você já sabe o que é rentabilidade, qual é a pegadinha que pode ter na análise de retorno que um ativo oferece? Ela está em uma possível ausência sobre a tributação. E é um cenário bem mais comum do que você imagina.

E não há má fé das instituições financeiras. O que acontece é que o retorno percentual que você enxerga ao investir em um produto (geralmente de renda fixa, que permite esse tipo de previsibilidade) é o que se chama de rentabilidade bruta.

A rentabilidade bruta apresenta o retorno total do seu investimento e é muito utilizada, por exemplo, ao investir em títulos públicos (Tesouro Selic, Tesouro IPCA, etc.) ou então nos famosos CDBs (Certificados de Depósito Bancário). Eles informam corretamente o retorno financeiro, mas não descontam as taxas e impostos da operação.

Ou seja, em outras palavras, a rentabilidade bruta não é, de fato, o valor que você vai receber na sua conta ao final do prazo do investimento. Esse valor ainda precisará de desconto do Imposto de Renda ou demais taxas associadas (IOF - Imposto sobre Operações Financeiras, por exemplo).

A exceção pode ser um investimento que seja isento de Imposto de Renda e não possua taxas adicionais. Um exemplo são os títulos de LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) e LCI (Letras de Crédito Imobiliário). Eles são, ao menos até a última revisão deste artigo, isentos de Imposto de Renda para a Pessoa Física. Logo, a rentabilidade bruta acaba sendo aquilo que você receberá ao vencimento do título.

Rentabilidade Líquida: o que é e como funciona?

Se a rentabilidade bruta não inclui os descontos de impostos e taxas, esse é justamente o papel da rentabilidade líquida. Essa é a informação da rentabilidade real do seu investimento. Ou seja, aquele valor que você efetivamente vai ganhar com o seu investimento.

A fórmula para realizar esse cálculo também é bem simples. Tudo que você precisa fazer é descontar os custos financeiros do seu investimento em relação à rentabilidade bruta. Veja abaixo um exemplo disso.

Rentabilidade Líquida = Rentabilidade Bruta x (1 - Custos Financeiros)

Vamos para um exemplo prático. Suponha que você faça um investimento de R$20.000 em um CDB do Banco Itaú que pague uma rentabilidade bruta de 10% ao ano e deixe o dinheiro investido por doze meses. Esse prazo terá a cobrança de 20% do Imposto de Renda, de acordo com a nossa tabela regressiva.

Rentabilidade Líquida = 10,0% x (100% - 20%) = 8,0%

Portanto, a rentabilidade líquida desse CDB é de 8,0% ao ano — bem menor do que o valor da tela do banco, que oferecia uma rentabilidade bruta de 10,0% ao ano. Percebe onde está a pegadinha das rentabilidades? Imagine o impacto desse desconto ao longo do tempo...

Vale mencionar também que, para ativos que são isentos de impostos ou taxas (casos de LCA e LCI que vimos anteriormente), a rentabilidade bruta é igual à rentabilidade líquida.

Rentabilidade bruta ou líquida: como analisar investimentos?

A grande importância de saber a diferença entre a rentabilidade bruta ou líquida de um ativo para investir está na melhor análise e tomada de decisão diante de oportunidades. E, para encerrar o nosso artigo de hoje, existem duas dicas principais que podem ajudar nesse processo de escolha de um investimento.

Em primeiro lugar, sempre garanta que você está comparando rentabilidades equivalentes. Se um investimento apresenta a rentabilidade bruta e outro oferece a rentabilidade líquida, então você tem que estar ciente dessas diferenças antes de investir.

Suponha que você veja, na plataforma da sua corretora, um CDB que paga 105% do CDI, enquanto que um LCI oferece uma rentabilidade de 95% do CDI. Qual é melhor para investir?

A tendência natural é responder que o CDB é melhor para investir, afinal paga um percentual maior do CDI. No entanto, vale lembrar, o CDB tem cobrança do Imposto de Renda, algo que não acontece com o LCI. Usando os mesmos dados do exercício anterior (CDI de 10% e prazo de um ano), teríamos o seguinte retorno líquido com esses investimentos:

CDB: 105% x (100% - 20%) = 105% x 80% = 84%

LCI: 95% x (100% - 0%) = 95% x 100% = 95%

Portanto, note que mesmo parecendo menos atrativo inicialmente, o LCI é um investimento melhor a se fazer do que o CDB. Daqui nasce a importância de estar atento aos diferentes tipos de rentabilidade.

Ademais, não se esqueça que ainda é preciso comparar o seu investimento com a inflação, geralmente medida por índices como o IPCA. Se o investimento for inferior a inflação, mesmo com o ganho de capital, você acaba perdendo poder de compra no longo prazo.

Ou seja, é sempre essencial estar atento à rentabilidade líquida dos investimentos uma vez que ela representa o que efetivamente você vai ganhar com o seu ativo. E jamais ignorar esses detalhes dentro da sua estratégia financeira.

Sobre o autor
Stéfano Bozza
Formado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.
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