
Ranking dos investimentos em julho: Bolsa sobe 4,69%, dólar cai 1,12%; bitcoin se recupera
No ano, são as aplicações de renda fixa que lideram o ranking
A Bolsa de Valores de São Paulo foi a segunda aplicação mais rentável de julho. O Ibovespa (Índice Bovespa), principal índice da B3, fechou o mês em recuperação, com alta de 4,69%, após uma trajetória titubeante nos pregões iniciais. O mês foi bem positivo também para o bitcoin, que se valorizou 24,85%. O dólar recuou 1,12%.
O Ibovespa encerrou o mês encostado em 103 mil pontos, depois de embicar para a faixa de 96 mil pontos em meados de julho. Foi uma reação negativa à iniciativa do governo de propor a aprovação do estado de Emergência, via Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que abriu caminho à criação do pacote de bondades.
Balanço do mês
Os cálculos de rendimento em julho e no ano são do administrador de investimentos Fabio Colombo.
| Ativo/indicador | Desempenho |
|---|---|
| Bitcoin* | 24,85% |
| Bolsa de Valores | 4,69% |
| Fundos DI** | entre 1,14% e 1,24% |
| Fundos de Renda Fixa** | entre 1,08% e 1,18% |
| CDB** | entre 0,97% e 1,07% |
| Poupança | 0,66% |
| Fundos Imobiliários | 0,66% |
| IGP-M | 0,21% |
| Títulos IPCA*** | entre - 0,01% e 0,11% |
| IPCA**** | -0,66% |
| Dólar | -1,12% |
| Ouro | -3,40% |
| Euro | -3,57% |
(*) dados do site ivesting.com
(**)média
(***)indicativo
(****)estimativa
A preocupação com as contas públicas, diante do aumento de gastos com a ampliação e criação de benefícios sociais, vistos como de apelo eleitoral, impactou negativamente o mercado de ações. A reação, que se acentuou nos pregões mais recentes, foi puxada pelas expectativas mais positivas com o cenário externo. Sobretudo com os juros americanos.
As incertezas com a política de juros do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) persistem, mas os sinais dados por indicadores após a última reunião, que aumentou 0,75 ponto porcentual o juro básico americano, trouxeram certo alívio ao mercado.
A valorização de 4,69% no mês, de todo modo, compensa apenas parcialmente a queda de 11,50% de junho. O resultado continua negativo também no ano. Desde janeiro até agora, o Ibovespa acumula ainda uma desvalorização de 1,58%.
Dólar mais fraco
O dólar seguiu uma trajetória inversa à das ações. Após subir em ambiente de inflação e juros em alta na economia global e de incertezas fiscais, internamente, o dólar perdeu tração. Recuou nos últimos dias com uma expectativa mais otimista em relação à política monetária comandada pelo Fed nos EUA.
Julho marcou a virada do bitcoin, após seguidas e pesadas desvalorizações ao longo dos últimos meses. Mesmo em cenário ainda de forte volatilidade, a moeda virtual valorizou-se 24,85% no mês.
Apesar da recuperação em julho, o bitcoin acumula uma desvalorização de 50,70% no ano. Cada unidade está valendo menos da metade de seu valor do fim de 2022. De acordo com os dados do site Investing.com, o bitcoin esteve cotado por R$ 47.784, em 30 de dezembro, valor que despencou e caiu para R$ 23.556 nesta sexta-feira, 29.
Ranking no ano
| Ativo/indicador | Desempenho |
|---|---|
| Títulos IPCA | 8,46% * |
| IGP-M | 8,39% |
| Fundos DI | 6,93% ** |
| Fundos de renda fixa | 6,80% ** |
| CDB | 6,43%* |
| IPCA | 4,79%*** |
| Poupança | 4,27%**** |
| Fundos Imobiliários | 0,33% |
| Bolsa | -1,58% |
| Dólar | -7,18% |
| Ouro | -12,12% |
| Euro | -16,25% |
| Bitcoin | -50,70% |
Obs:
(*) Indicativos
(**) Média
(***) Estimativa
(****) Líquido
Renda fixa em alta
O segmento de renda fixa, incluindo os tradicionais títulos e fundos, está com rendimento em alta. É um movimento que reflete o ciclo de elevação da Selic, que deve ter novo ajuste nesta semana.
CDBs e fundos, de renda fixa e DI, estão rendendo acima de 1% ao mês, como apontam os cálculos do administrador de investimentos Fabio Colombo. Em julho, a renda fixa foi beneficiada também pela queda da inflação, que, segundo especialistas, terá variação negativa ou deflação.
Com a deflação estimada em 0,66%, todo rendimento nominal dos ativos de renda fixa em julho será ganho real positivo. A aplicação atrelada aos juros que, pelas características peculiares, não se beneficia desse movimento são os títulos IPCA.
Com rendimento híbrido (juro real prefixado mais correção monetária), a parcela referente à correção monetária foi impactada pela variação negativa do IPCA. O mês foi negativo também para o título já em circulação, que teve desvalorização com a alta dos juros correntes.
