Ranking de maio: os FIIs foram destaque, bolsa se recupera e fica em 2° lugar
Aprovação do novo arcabouço fiscal na Câmara e números da inflação em queda, que pavimentam o caminho para a queda dos juros, favoreceram a renda variável
A renda variável se recuperou e ocupou as primeiras colocações em maio, com os fundos imobiliários na liderança e a Bolsa de Valores, a B3, em segundo lugar. Ainda no pódio e na terceira posição apareceu o dólar. No ano, no entanto, esses ativos ainda contam com resultados fracos.
Os investimentos em renda fixa seguiram a mesma e boa toada dos meses anteriores, sustentados pela Selic de 13,75%. E todos com potencial, inclusive a poupança, de superar a inflação, estimada em 0,36% para o mês. Nos primeiros cinco meses do ano, a renda fixa é que apresenta os melhores resultados.
O pior desempenho no mês foi do bitcoin.
Os dados e cálculos das tabelas são do administrador de investimentos Fabio Colombo.
Ranking de junho
Investimento/indicador | Rendimento/variação |
Fundos Imobiliários (IFIX) | 5,43% |
Ibovespa | 3,74% |
Dólar | 1,72% |
Fundos de Renda Fixa | de 1,08 a 1,28% (*) |
Fundos DI | de 1,05 a 1,25% (*) |
CDBs | de 0,96 a 1,26% (**) |
Títulos IPCA | de 0,73 a 1,03% (**) |
Poupança | 0,72% |
IPCA | 0,36% (***) |
Ouro | 0,00% |
Euro | -1,31% |
IGPM | -1,84% |
Bitcoin | -7,55% (****) |
(*) Média
(**) Indicativo
(***) Estimativa
(****) Cotação Investing
Embora a inflação oficial para maio esteja estimada em 0,36%, o IPCA-15 do mês ficou em nível mais elevado, em 0,51%. Mesmo levando em conta o número mais alto da prévia, o ouro, o euro e o bitcoin trouxeram perdas aos investidores.
A criptomoeda, depois de um início de ano forte e de recuperação das perdas de 2022, viveu o seu pior mês desde novembro de 2022, quando a FTX quebrou provocando uma desvalorização de 16%.
Como foi o mês
Tanto a Bolsa como os fundos imobiliários foram favorecidos especialmente pela apresentação, andamento e aprovação do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados e trajetória de queda da inflação, destaca Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos.
São componentes que apontam para a mesma direção e confirmam a possibilidade de corte dos juros pelo Banco Central em breve. Condição que beneficia os ativos de renda variável. Lage explica que foi uma antecipação dos investidores a essa perspectiva de recuo da Selic.
Ele ressalta que houve também entrada de investidores estrangeiros em busca de diversificação em pelos países emergentes em um momento que o cenário é mais positivo para ações de empresas brasileiras.
Em maio, os setores de bancos e varejo foram os que mais puxaram o Ibovespa para cima, segundo Duerson Richetti, sócio da GT Capital.
No mercado internacional, a percepção é a de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) tenha chegado ao fim do ciclo de elevação dos juros. O que aumentou o apetite ao risco pelos investidores.
Ao mesmo tempo, o ouro, considerado como o ativo de proteção acabou no zero a zero, porque o mercado entendeu que o risco está mais baixo, afirma o especialista da Valor.
Para ele, os próximos passos dos mercados serão influenciados pela discussão em torno do aumento do teto da dívida americana que, se não for aprovado, traz o risco de calote nos títulos do Tesouro dos EUA.
Ranking no ano
Considerando o IPCA-15 de maio, a inflação acumulada em 2023 está em 3,12%, número que deverá ficar muito próximo da inflação oficial, medida pelo IPCA.
Isso permite dizer que os investimentos em renda fixa no ano estão conseguindo cobrir as perdas de poder aquisitivo e ainda pagar um ganho real.
O ouro também tem valorização acima da inflação, mas o mesmo não acontece com Bolsa e dólar que ainda estão no vermelho. Aliás, a moeda americana é a lanterninha no ranking anual.
Investimento/indicador | Rendimento/variação |
Títulos IPCA | 5,58% (*) |
CDB | 5,31% (*) |
Fundos de Renda Fixa | 4,79% (**) |
Fundos DI | 4,78% (**) |
Fundos Imobiliários (IFIX) | 4,74% |
Ouro | 3,97% |
Poupança | 3,38% |
IPCA | 3,09% (***) |
Bolsa | -0,70% |
IGPM | -2,58% |
Euro | -3,76,% |
Dólar | -3,88% |
(*) Indicativo
(**) Média
(***) Estimativa
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