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Selic
Economia

Ativa: Selic de 13,75% começa a cair só em abril de 2024; entenda por quê

Economistas da gestora acreditam que medidas de alívio à inflação terão efeito sobre os dados de 2023, para os dois anos seguintes projeções não mudaram

Data de publicação:31/05/2023 às 08:00 -
Atualizado um ano atrás
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Diferentemente do que esperam parte de especialistas do mercado e autoridades do governo, economistas da Ativa Investimentos acreditam que não haverá corte na Selic no segundo semestre desse ano, mas somente a partir de abril de 2024.

Para eles, há perspectivas de melhora no cenário macroeconômico, principalmente com a apresentação e tramitação ao arcabouço fiscal no Congresso e sinais de perda de fôlego da inflação, mas nada que justifique o início de redução dos juros ainda este ano.

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“Avaliamos que está em curso a construção de uma ‘retórica positiva’ que pode e deve se refletir nos ativos” afirmam os economistas Étore Sanches, Guilherme Sousa e Matheus Alexandre em carta mensal da gestora. 

Eles explicam que, no entanto, há uma conjuntura que em breve deverá limitar o ‘bull market’ brasileiro. Algumas notícias positivas de fato existem, mas precisam relativizadas na opinião deles. A começar pela aprovação do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados.

Fragilidades do arcabouço fiscal

No entendimento dos profissionais da Ativa, “a apresentação do novo arcabouço fiscal gerou otimismo a priori pelo simples fato de existir uma proposta, ainda que a peça fosse extremamente dependente de aumento de receitas e que estipulasse um crescimento mínimo de 0,6% das despesas”.

É pouco provável que o arcabouço seja seguido à risca, na opinião deles, e mesmo que isso aconteça, a perspectiva de endividamento do governo, partindo de um patamar elevadíssimo, seguiu ascendente.

Por isso, os economistas são céticos em relação à eficácia do arcabouço para conter o crescimento da dívida pública. 

“Se o novo arcabouço for aprovado do jeito que o texto chegou ao Senado, não teremos mecanismos suficientes para controlar o avanço da dívida bruta, que já está muito próxima do patamar máximo histórico”.

Eles ressaltam que há outro fator que traz mais incertezas à fonte de recursos para o equilíbrio das contas do governo: as receitas consideradas pelo Poder Executivo para cumprimento do novo marco fiscal dependem, em sua grande maioria, do Judiciário.

Por isso, a aprovação do arcabouço deve apensa gerar “uma perspectiva menos pior no curtíssimo prazo”, avaliam os economistas, uma vez que as normas devem ser executadas em condições exclusivas somente para o primeiro ano de vigência. 

Otimismo prematuro com a inflação

Para os economistas, muitas foram as medidas ao longo de maio que levaram a uma revisão para baixo nas projeções de inflação em 2023. A própria Ativa reduziu sua expectativa de 6,5% para 5,5% este ano.

No entanto, sem desdobramentos para 2024 e 2025, o horizonte que é considerado relevante para decisões de política monetária pelo Banco Central, as medidas não justificariam redução dos juros. Elas seriam insuficientes para levar a para dentro das metas nos próximos dois anos.

Redução nos preços dos combustíveis pela Petrobras, e também do gás, e perspectiva de compensação do aumento de PIS/Cofins a partir de 1° de julho pela petroleira foram duas medidas que permitiram um corte nas estimativas de inflação. 

Os especialistas acreditam, porém, que os efeitos estarão limitados à inflação deste ano, além do que lembram a vinculação de alguma forma do preços dos combustíveis às cotações de petróleo no exterior. Mesmo que a diretoria da Petrobras tenha indicado relativa independência na política de paridade de importação.

O mesmo raciocínio pode ser atribuído ao anúncio de redução de imposto incidente sobre automóveis, que deve ter efeitos no IPCA deste ano, mas com a perspectiva de que terá curta duração, 12 meses ou até menos, a medida deve impactar somente a inflação de 2023.

Por tudo isso é que a Ativa manteve a projeção de inflação de 4% para o ano que vem.

Juros sem redução este ano

“Em nosso cenário de Selic, seguimos reticentes em relação a cortes precoces, o que nos faz projetar que a taxa básica de juro permanecerá em 13,75% até abril de 2024", traz a carta.

Segundo os especialistas da Ativa, tendo de seguir o regime de metas de inflação, o Banco Central tem pouca capacidade de iniciar um ciclo de corte dos juros sem que haja o recuo das perspectivas de inflação no horizonte relevante.

As condições atuais e as medidas adotadas, que vão influcenciar a inflação de curto prazo, não deverão ter o mesmo efeito para 2024, nem tampouco para 2025, horizonte que passa a ser contemplado pelas autoridades monetárias já no segundo semestre de 2023.

Dólar a R$ 5,50

Para os economistas, o câmbio pode até continuar melhorando em um primeiro momento, mas deverá buscar equilíbrio ao redor de R$ 5,50 por dólar.

“Mesmo sob o ânimo do novo arcabouço, o fiscal segue expondo um trajetória crescente de endividamento da nação, enquanto a inflação passa por um momentâneo alívio, o que não deveria atribuir um prêmio positivo do Brasil”, diz o documento. 

Atividade econômica surpreende

Os profissionais da Ativa ponderam que diante das expectativas mais pessimistas do início do ano, a atividade econômica vem surpreendendo, o que reforça a retórica positiva para o País.

A gestora trabalha com um crescimento econômico de 1,2% para este ano e de 0,9% para 2024.

“Nosso cenário não comunga do otimismo que julgamos que vem sendo construído através de alguns indicadores insustentáveis de curto prazo, que tão em breve deverão ser suprimidos por uma realidade não tão auspiciosa”, afirma trecho final da carta da gestora.

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Sobre o autor
Regina Pitoscia
Editora do Portal Mais Retorno.

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