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Economia

O que fazer com os investimentos diante de ameaça de nova cepa do coronavírus; evite decisões precipitadas

Temor é o de que a nova variante traga de volta as restrições à economia

Data de publicação:29/11/2021 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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A descoberta de nova variante do coronavírus, a Ômicron, na África do Sul, espalhou medo pelo mundo e abalou o mercado financeiro global na sexta-feira. Há mais dúvidas do que certezas sobre como será a sua propagação e a reação dos países frente à nova ameaça e quais serão os efeitos sobre a economia. Mas o que fazer com os investimentos diante da novidade?

Especialistas alertam que, por enquanto, qualquer conclusão é prematura, assim como precipitada seria a tomada de decisão em alocação de recursos com base no que se conhece até o momento sobre a nova cepa. Há dificuldades para uma avaliação mais precisa sobre o que pode acontecer com os setores econômicos. Tudo vai depender da resposta mundial ao novo contágio, se for rápida e eficaz, as economias devem continuar em seu ritmo de recuperação.

Foto: Reprodução
Coronavirus Covid-19 cell. Covid, covid19 pandemic. 3D illustration

Cautela ao definir o que fazer com os investimentos

Em meio a tantas indefinições e incertezas que cercam a nova cepa, ao seu combate e possíveis efeitos sobre a atividade global, a tendência é que o mercado financeiro passe, entre idas e vindas, por forte volatilidade nos próximos dias.

Quem está em bolsa de valores não deve precipitar-se com decisões intempestivas, que tendem a redundar em prejuízos com a venda de ações que podem retomar a valorização com uma rápida mudança de cenário.

Ações de alguns segmentos ou empresas que se beneficiam da valorização do dólar, como as de exportadoras, podem atravessar esse período de incertezas com algum conforto, tirando proveito de possível desvalorização cambial, a queda do real perante o dólar.

Existem ainda algumas empresas robustas do ponto de vista macro, por estar bem capitalizadas, com boa gestão e bom fluxo de caixa, que costumam caminhar à margem do cenário macro e servem como papeis defensivos em momentos de crise.

Especialistas lembram também, nessa categoria de ações defensivas, as boas pagadoras de dividendos e as companhias que têm mais facilidade de repassar a inflação aos preços, como os supermercados, as do setor de saneamento básico, seguradoras, bancos e de energia elétrica, as de empresas distribuidoras de energia.

As opções em renda fixa

Há nichos, portanto, na bolsa de valores que são oportunidades para enfrentar as turbulências de toda ordem e características. Tanto quanto na renda fixa, um segmento conservador e de risco mais baixo que na renda variável, que está com a atratividade reforçada pelo ciclo de elevação da taxa básica de juros, a Selic.

O investidor que quer aplicar a reserva de emergência ou prefere uma opção mais líquida para seus recursos, para ficar com o dedo no gatilho e migrar para mercados mais rentáveis a hora que quiser, tem como opção o Tesouro Selic, na plataforma do Tesouro Direto, e os fundos DI.

Como ambos têm o rendimento atrelado à Selic, que está em 7,75% ao ano e roda portanto abaixo da inflação anual estimada acima de 10% - a projetada pelos analistas está em 10,12%, segundo o último boletim Focus -, a rentabilidade tanto do Tesouro Selic como dos fundos DI permanece negativa. A expectativa, contudo, é que essa relação seja invertida à medida que a Selic for subindo e a inflação for caindo, como efeito de uma política monetária mais dura adotada pelo Banco Central.

Outra opção, bastante recomendada pelos especialistas na renda fixa, são os títulos atrelados à inflação ofertados na plataforma do Tesouro Direto. Papeis que remuneram com juro real mais correção monetária, como o Tesouro IPCA, para vencimentos antes de 2030.

O Tesouro IPCA 2026, com vencimento em 15/08/2026, esteve sendo ofertado na sexta-feira com juro real prefixado de 5,15% ao ano mais correção monetária pelo IPCA. O juro de 5,15% é garantido a cada ano desde que o investidor fique com o papel até o vencimento.

Qual é o temor?

O temor do mercado com a nova cepa é de que nova onda de reinfecções pelo vírus, considerado de transmissão mais rápida – já detectado em pelo menos 12 países, alguns da Europa -, redunde em fechamento mais amplo de fronteiras derrubou as bolsas de valores em todo o mundo.

O risco de contágio em maior escala pela nova cepa sul-africana existe. E essa ameaça projeta um cenário de muitas incertezas sobre seu grau de transmissibilidade e aos possíveis impactos sobre a economia e os mercados globais.

O entendimento geral é que será preciso aguardar resultados de estudos e pesquisas que apontarão o grau de facilidade de propagação da Ômicron, sua resistência às vacinas já existentes e seu nível de letalidade, entre outros conhecimentos, sobre a nova variante.

“É preciso ver o que vem pela frente, por isso os mercados, tomados pelo medo da incerteza, adotaram uma posição mais conservadora, cautelosa”, avalia Fábio Figueiredo Filho, assessor de Investimento Private da Messem Investimentos. “De qualquer forma, exagerado”, avalia.

O principal receio é que a nova variante traga de volta as restrições à economia, aponta Figueiredo, mas “é prematuro achar que tudo vai fechar de novo”, ainda que já existam movimentos de contenção de fronteiras, com a suspensão de voos pelo mundo.

Mundo mais preparado para reagir ao vírus

Embora os últimos acontecimentos remetam a lembrança das pessoas ao cenário de pandemia vivido em 2020, com a chegada e rápida propagação do coronavírus, especialistas afirmam que o quadro agora é outro. É totalmente incerto o cenário à frente, assim faz sentido a preocupação e o medo diante do desconhecido, mas as autoridades médicas e sanitárias estão mais calejadas e preparadas, apontam.

Ponto positivo para os que estão na linha de frente no combate ao novo vírus desta vez é a rápida detecção da variante sul-africana, o que pode possibilitar o desenvolvimento de uma vacina apropriada para conter sua propagação, acredita Leon Abdalla, analista de Investimentos da Rio Bravo Investimentos.

Abdalla reconhece que a reação dos mercados à nova fonte de incertezas foi forte, mas atribui o movimento atabalhoado dos investidores e gestores de mercado ao desconhecimento e à falta de informações, em um primeiro momento, sobre a cepa identificada na África do Sul.

Setor de serviços sentiu mais o baque

À medida que o cenário sobre a Ômicron ficar mais claro e apontar para a perspectiva de controle, sem maiores danos à saúde das pessoas e à atividade econômica, os mercados podem retomar aos poucos a normalidade, acreditam especialistas.

Um setor que sentiu com maios severidade o baque, atingido na veia pela descoberta da cepa sul-africana, foi o de serviços. Ressabiados com o que ocorreu em 2020, investidores desovaram ações de empresas de viagens e turismo.

Esse foi um dos segmentos que mais sofreram com as restrições à movimentação de pessoas durante a pandemia da Covid-19. Ações de companhias aéreas e de agências de viagens, como Gol, Azul e CVC), lideraram a lista de quedas na sexta-feira.

“As viagens já estão passando por alguma restrição”, comenta Davi Lelis, especialista da Valor Investimentos. “Em um cenário de dúvidas sobre a nova variante, em que não houver avanço nas pesquisas ou da vacina, “o setor ligado a viagens é um dos que tendem a sofrer mais”, avalia. “Menos, se as restrições forem mantidas por pouco tempo ou mais, se forem adotadas medidas de controle mais rigorosas.”

O sentimento negativo de investidores e gestores, no momento mais restrito ao segmento de serviços, poderia alastrar-se para os demais setores se a evolução do vírus apontar para medidas restritivas mais fortes, como a decretação de novos lockdowns, e outras que venham a prejudicar a retomada de crescimento da economia global.

Um risco ainda não totalmente afastado que deve continuar pressionando o mercado financeiro, ainda que não tendam a derrubar os mercados com a mesma intensidade de sexta-feira – em condições de volta à relativa normalidade, espera-se até uma correção de preços.

A menos que o pessimismo aumente com algum dado negativo que gere mais preocupação com a nova cepa, afirmam especialistas.

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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