Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta segunda-feira, 28 de março
Investidores repercutem as novas projeções econômicas e estão de olho na guerra na Ucrânia e no Fed
Após fechar a semana anterior no positivo, a Bolsa retoma suas atividades nesta segunda-feira, 28, em queda, acompanhando o ritmo dos futuros americanos, que apontam comportamento de cautela ao risco. Às 16h32, o Ibovespa recuava 0,16%, aos 118.887 pontos, e o dólar subia 0,46%, cotado a R$ 4,769.
No cenário das ações, o Ibovespa é puxado para baixo pela desvalorização de mais de 1% dos papéis da Petrobras, que espelham o forte recuo do petróleo no mercado internacional.
No radar dos investidores, estão vários assuntos. No cenário interno, eles repercutem as novas projeções para os principais indicadores da economia, como inflação deteriorada e Selic em alta - reportadas pelo Boletim Focus, que foi publicado em um novo horário durante a manhã.
No ambiente internacional, as atenções se voltam ao ritmo de aperto da política monetária americana, já que os próprios dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e alguns gigantes do setor financeiro sinalizaram que o ajuste na taxa de juros dos EUA deve ser maior, de 0,50 ponto porcentual, ante 0,25 apontado anteriormente.
A guerra na Ucrânia entra em mais uma semana sem a sinalização de um possível cessar-fogo com a Rússia. E na China, um novo lockdown, por conta da pandemia da covid-19, volta a preocupar os mercados.
Brasil: inflação mais alta em 2022
No ambiente doméstico, o Banco Central divulgou no mesmo horário de abertura dos negócios à vista da Bolsa a edição atualizada do Boletim Focus, que traz as projeções dos economistas para os principais indicadores econômicos brasileiros.
Segundo o documento, as projeções para o IPCA em 2022 seguem apontando uma inflação cada vez mais deteriorada para o período. De 6,59%, na semana anterior, saltou para 6,86%, ante 5,60 nas últimas quatro semanas. Para 2023, subiram de 3,75% para 3,80% e para o ano seguinte, de 3,15% para 3,20%.
A estimativa para 2022 encontra-se muito acima da margem de tolerância da meta de 3,50% (com teto de 5,00%). Para 2023, a meta é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 1,75% a 4,75%). Já para 2024, o objetivo é de 3,0%, com tolerância de 1,5% a 4,5%.
Na semana passada, a autoridade monetária divulgou o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), no qual elevou suas estimativas para a inflação para 7,1% e destacou o papel do preço dos combustíveis e alimentos para essa escalada. No caso do primeiro item, como reflexo da recente elevação do preço do petróleo, por conta da guerra na Ucrânia.
Em relação à Selic, taxa básica de juros do País, os especialistas mantiveram as suas estimativas em 13,00% ao ano para 2022, em 9,00% para 2023 e em 7,50% para 2024.
O cenário desenhado pelos economistas difere da postura do próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que, desde a última sexta-feira, 25, vem afirmando que a Selic a 12,75% será suficiente para trazer a inflação de volta à meta, sinalizando que o processo de aperto monetário está próximo do final – com mais um aumento de 1 p.p na taxa de juros em maio.
Juros futuros
As taxas de juros negociadas no mercado futuro recuam em toda a curva nesta segunda-feira. Em dia de queda superior a 5% dos preços do petróleo, continuam a prevalecer no mercado as projeções do BC sobre os ajustes na Selic.
Por volta das 14h10, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2023 tinha taxa de 12,71%, ante 12,76% do ajuste de sexta-feira. O DI de janeiro de 2025 projetava 11,35%, contra 11,39%. E a taxa do DI para janeiro de 2027 era de 11,26%, de 11,32% na abertura.
Sobe e desce da Bolsa
Maiores altas
Marfrig (MRFG3) | +4,21% |
Minerva (BEEF3) | +4,09% |
BRF (BRFS3) | +2,65% |
JBS (JBSS3) | +2,12% |
Ambev (ABEV3) | +2,09% |
Maiores baixas
Locaweb (LWSA3) | -5,07% |
Banco Pan (BPAN4) | -4,15% |
Eztec (EZTC3) | -3,36% |
PetroRio (PRIO3) | -3,37% |
Via (VIIA3) | -3,02% |
Mercado internacional: EUA, Europa e Ásia
Wall Street: futuros no negativo
Por lá, os investidores seguem em posição de cautela por conta da postura mais dura do Fed a respeito do aperto monetário. Na agenda do dia, o presidente americano, Joe Biden, deve divulgar o orçamento dos EUA para 2023.
Ao longo da semana, que será movimentada estão previstos a publicação do índice Jolts de vagas em aberto em fevereiro nos EUA na terça-feira, relatório ADP de março dos EUA e PIB (revisão final) na quarta-feira, taxa de desemprego da zona do euro e índice de inflação PCE dos EUA na quinta-feira, e relatório payroll de março na sexta-feira
Bolsas americanas/principais índices
- S&P 500: -0,08%
- Dow Jones: -0,47%
- Nasdaq 100: +0,61% (dados atualizados às 14h37)
Bolsas europeias fecham mistas
- Stoxx 600 (Europa): +0,14% (454,18 pontos)
- DAX (Frankfurt): +0,78% (14.417 pontos)
- FTSE 100 (Londres): -0,14% (7.473 pontos)
- CAC 40 (Paris): +0,54% (dados atualizados às 14h37)
Bolsas asiáticas fecham sem direção única
Os mercados asiáticos fecharam mistas nesta segunda-feira, à medida que preocupações sobre a pandemia de covid-19, a guerra na Ucrânia e a tendência de aperto monetário nos EUA afetam o apetite por risco.
A falta de direção clara nos negócios asiáticos veio após a cidade chinesa de Xangai anunciar um lockdown escalonado com o intuito de controlar um surto local de covid-19, problema que voltou a assombrar a China nas últimas semanas.
Além disso, as incertezas da guerra russo-ucraniana e sinais de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) poderá elevar juros em ritmo mais acelerado ao longo do ano ajudam a restringir a demanda por ações na região asiática. / com Agência Estado
Bolsas asiáticas/fechamento principais índices
- Nikkei (Tóquio): -0,73% (27.943 pontos)
- Kospi (Seul): -0,02% (2.729 pontos)
- Taiex (Taiwan): -0,89% (17.520 pontos)
- Xangai Composto (China continental): +0,07% (3.214 pontos)
- Shenzhen Composto (China continental): -0,82% (2.096 pontos)
- Hang Seng (Hong Kong): +1,31% (21.684 pontos)
- S&P/ASX 200(Sydney): +0,08% (7.412 pontos)