Bolsa sobe 3,26% na semana com capital estrangeiro, e dólar escorrega 5,36%
Investidores são atraídos pelo preço baixos dos papeis e também pelos juros altos no País
A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, viveu um dia de muito sobe e desce, mas acabou fechando no azul com alta de 0,02%, aos 119.081. Na semana, o Ibovespa registra uma valorização respeitável de 3,26%
De um lado, depois de sete pregões consecutivos em alta, natural que houvesse um movimento de realização de lucros, com recuo das cotações. E, além disso, a queda nos papéis de Vale do Rio Doce, (-1,73%) mesmo com a alta nos preços do minério de ferro lá fora, também pesavam no mercado. De outro, os atrativos em papeis descontados no mercado continuaram atraindo o investidor estrangeiro.

O dólar vem sentindo o movimento de fluxo expressivo de capital externo e fechou com queda de 1,74% nesta sexta-feira, cotado a R$ 4,75 a menor desde setembro de 2021. Na semana, a moeda americana contabilizou uma queda de 5,36%.
A Bolsa sobe e o dólar se desvaloriza mesmo em meio a dados preocupantes da inflação, o que tende a pressionar o Banco Central a elevar a Selic acima dos 12,75%. Nível já sinalizado pela autoridade monetária, que espera pico da inflação em abril e fim dos ajuste das taxas em maio. Perspectivas que são questionadas por muitos economistas do mercado, segundo especialista em Renda Variável da Blue3, Eduardo Teles.
Número da inflação
Pela manhã, o IBGE divulgou que o IPCA-15 subiu 0,95% em março, 0,04 ponto porcentual abaixo da marca de fevereiro. O resultado mensal veio dentro das estimativas dos analistas, que esperavam uma alta de 0,72% a 1,07%, mas superou a mediana de 0,86%.
A inflação preocupa e segue no radar do mercado, após a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central na véspera, que trouxe uma revisão para o IPCA cheio de 7,1% para 2022, bem acima da meta da autoridade monetária de 3,50%, com intervalo de 1,5 ponto porcentual.
Para 2023, a previsão dos economistas do mercado é que a inflação atinja 3,75%, segundo dados do último Boletim Focus, que também coloca o IPCA longe do centro da meta de 3,25%.
A alta no preço das commodities também é outro motivo de preocupação, já que o aumento do preço do barril do petróleo, hoje utilizado como medida para balizar a inflação pelo BC, aumenta a pressão inflacionária.
No exterior
Lá fora, as atenções ficaram voltadas para os desdobramentos do conflito no Leste Europeu, e o mercado acompanhou a visita do presidente americano Joe Biden à Europa, com propostas de aplicar novas sanções à Rússia, e sua expulsão do G20, além de ameaçar responder à altura se houver uso de armas químicas na Ucrânia.
Dow Jones fechou com alta de 0,44%, o S&P 500, com alta de 0,51%, e o Nasdaq com queda de 0,16%.
Maiores altas
Ação | Alta |
---|---|
Cogna | 19,48% |
Yudqs Partic. | 9,05% |
Azul | 6,82% |
Cyrela | 6,81% |
IRB | 6,48% |
Maiores quedas
Ação | Baixa |
---|---|
Klabin | 6,13% |
Suzano | 6,00% |
JBS | 3,72% |
Marfrig | 3,72% |
PetroRio | 3,37% |