Mercado opera animado com perspectiva de ajuste gradual dos juros nos EUA, mas de olho no avanço da ômicron
OMS afirma que número de novos casos bateu recorde na última semana, durante toda a pandemia
Nesta quinta-feira, 13, o mercado financeiro monitora a divulgação de dados econômicos por aqui, o IBGE apresenta a sua pesquisa mensal sobre Serviços, e de lá de fora, sai o PPI americano que reflete é o Índice de Preços ao Produtor. São números que refletem o andar da carruagem da atividade econômica doméstica, e da inflação americana. Números muito fora das expectativas podem mexer com os mercados.
Depois de registrar dois dias consecutivos de alta, motivada pelo aumento de apetite ao risco nos mercados internacionais, a Bolsa de Valores, a B3, poderá continuar encontrando sustentação em ações de commodities em valorização no exterior, mas sem deixar de acompanhar o avanço da ômicron pelo mundo e seus efeitos sobre a economia.
Nos dois últimos pregões o Ibovespa subiu 3,67%, retomando o nível de 105 mil pontos, sustentado por Vale do Rio Doce e de Petrobras. Os papéis foram os protagonistas por exercerem um forte peso na composição do índice, favorecidos pela alta das commodities, minério de ferro e petróleo, respectivamente, nos mercados globais.
O bom humor dos investidores nas bolsas lá fora foi influenciado pela divulgação da inflação nos Estados Unidos, que fechou 2021 em 7%, o maior nível em 40 anos, mas que veio em linha com as expectativas de mercado. Sem adicionar novas pressões ao processo de elevação dos juros no mercado americano.
Ajudou também a fala do presidente do Fed, Federal Reserve, Jerome Powell, em sabatina no Senado no dia anterior, que embora tenha confirmado antecipação no movimento de ajuste dos juros, afirmou contar com instrumentos para promover a alta dos juros de forma tranquila, dentro da capacidade de absorção da economia americana. A maioria aposta em alta de 0,25 pontos em março sobre a taxa básica que está entre 0% e 0,25% ao ano.
Mercado gosta da indicação do Fed para os juros
A gradualidade sinalizada pelo Fed, o Federal Reserve no avanço dos juros e inflação dentro do esperado, fizeram com que as bolsas americanas fechassem no azul nesta quarta-feira e, na esteira disso, a B3 subiu 1,84%.
Por aqui, a ausência de questões políticas com o recesso parlamentar, tiraram de cena as ameaças de novo rompimento do teto de gastos em ano eleitoral, o que contribuir para retirar parte do estresse do mercado.
O mesmo cenário provocou uma queda dos juros futuros e do dólar. A moeda americana ficou cotada a R$ 5,64, o menor nível em dois meses, desde 17 de novembro do ano passado, quando o dólar chegou a R$ 5,62.
Um ponto de atenção para os mercados, no entanto, é a evolução da contaminação da variante ômicron do coronavírus. A Organização Mundial da Saúde informou que foi batido recorde de novos casos, de 15 milhões, na última semana em todo o mundo, o que é de longe o maior número de casos em uma única semana durante toda a pandemia. Além de os números serem subestimados, ressaltou a OMS.
Aqui no Brasil, em 24 horas, foram registrados mais de 87 mil novas infecções, e medidas de restrição de mobilidade começam a ser cogitadas em diversos Estados.
Bolsas asiáticas fecham majoritariamente em baixa
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta quinta-feira, 13, um dia após dados de inflação dos EUA reforçarem apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) começará a elevar juros nos próximos meses e em meio a preocupações renovadas com a disseminação da variante ômicron do coronavírus pelo mundo.
Na China continental, o índice Xangai Composto caiu 1,17%, a 3.555,26 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 1,65%, a 2.434,92 pontos. Na China, as ações de fabricantes de bebidas alcoólicas foram destaque negativo, diante de temores de que as vendas durante o feriado do ano-novo chinês sejam mais fracas por causa de recentes surtos de covid-19.
- Xangai Composto (China continental): baixa de 1,17%
- Shenzhen Composto (China continental): baixa de 1,65%
- Hang Seng (Hong Kong): alta de 0,11%
- Nikkei (Japão): baixa de 0,96%
- Kospi (Coréia do Sul): baixa de 0,35%
- Taiex (Tawian): alta de 0,33%
Oceania
Na Oceania, a bolsa australiana ignorou o mau humor predominante na Ásia, e o S&P/ASX 200 avançou 0,48% em Sydney, a 7.474,40 pontos, impulsionado por ações de petrolíferas e mineradoras. / com Agência Estado