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Mercado
Mercado Financeiro

Mercado deve operar em marcha lenta, à espera do FOMC amanhã

Tensão na esfera política leva investidor a procurar proteção do patrimônio e dólar sobe

Data de publicação:06/07/2021 às 05:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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O mercado financeiro tem um bom motivo para continuar tocando os negócios em marcha lenta nesta terça-feira, 6. Ontem foi o feriado de independência dos Estados Unidos que deixou as bolsas de valores americanas sem expediente e o mercado de ações doméstico sem sua principal referência.

Um clima de banho maria que não evitou, por causa do cenário de incertezas interno, a quinta valorização seguida do dólar.

Foto: Envato
Mercado financeiro se preocupa com pressão inflacionária e juros nos Estados Unidos - Foto: Arquivo

A expectativa de especialistas é que os mercados andem com o freio de pão puxado também nesta terça-feira, mas por sentimento de cautela, na véspera da divulgação da ata da última reunião do Fomc (Comitê de Mercado Aberto), do Fed (Federal Reserve, banco central americano). 

O interesse pela ata é grande porque investidores e profissionais do mercado esperam identificar nela pistas sobre o futuro da política monetária nos EUA.

Ritmo de crescimento da economia e inflação são vistos como dois fatores determinantes sobre como o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) vai administrar a política monetária, via manutenção ou redução gradual dos estímulos monetários, via elevação da taxa de juros, ou pela ação combinada das duas iniciativas.

Qualquer das decisões não agrada às bolsas de valores, seja pelo enxugamento de liquidez, que tenderia a reduzir o fluxo de recursos estrangeiros para o investimento em ações, seja pelo aumento de concorrência da renda fixa alimentada pela elevação dos juros.

Cenário político afeta o mercado

Incomodado com indefinições no exterior, o mercado financeiro tampouco vê fatores de estímulo internamente, onde se agrava a cada dia o cenário de incertezas com a crise política.

O avanço dos trabalhos da CPI da Covid em várias frentes, envolvendo aliados e colaboradores do presidente Bolsonaro, fortalecem as preocupações e reforçam a atitude cautelosa dos investidores.

Um sentimento que se tem refletido no comportamento do mercado de câmbio nos últimos dias, segundo especialistas.

Após seguidas quedas que trouxeram a cotação abaixo de R$ 5 no fim de junho, o dólar retomou a valorização e, em marcha batida de alta, voltou acima de R$ 5 nesta virada de julho, puxado pelos que os analistas chamam de aversão ao risco.

Com os sinais de deterioração da crise política, os investidores estão mais cautelosos e procurando segurança para a proteção de patrimônio no mercado de dólar. Cotado por R$ 5,09 ontem, a moeda americana acumula valorização de 2,41% em apenas três dias úteis do mês.

CPI da Covid: Regina Célia

Os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado seguem sendo acompanhados de perto pelos investidores e que a cada dia ganha novos capítulos.

O colegiado ouvirá nesta terça-feira a servidora do Ministério da Saúde Regina Célia Silva Oliveira, apontada como responsável por autorizar o contrato para a aquisição da vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech.

Regina foi citada na CPI pelo também servidor da pasta Luís Ricardo Miranda, que foi quem apontou irregularidades no contrato de compra das vacinas pelo Ministério.

Ele é irmão do deputado federal Luis Miranda e ambos disseram à comissão que avisaram o presidente Jair Bolsonaro sobre a suposta irregularidade no contrato.

Integrantes da comissão vão investigar a elevação do preço das doses da vacina Covaxin nas negociações entre o Ministério da Saúde e as empresas Bharat Biotech e Precisa Medicamentos. A Bharat é a fabricante indiana do imunizante e a Precisa atuou como intermediária brasileira na negociação.

"A pressa em fazer a compra da vacina Covaxin, porque tinha essas vantagens, não era a mesma com a Pfizer, porque não tinha essas vantagens", afirmou o presidente da CPI, senador Omar Aziz.

TCU quer explicações sobre a Covaxin

O ministro Benjamim Zymler, do Tribunal de Contas da União (TCU), solicitou ao Ministério da Saúde que explique, num prazo de 10 dias, o motivo de o preço por dose da vacina Covaxin ter aumentado de US$ 10 para US$ 15 durante as negociações.

Pelo acordo, fechado em fevereiro, o Ministério da Saúde se comprometeu a comprar 20 milhões de doses por R$ 1,614 bilhão. O preço de US$ 15 por unidade é o mais caro pago pelo País dentre os seis imunizantes negociados até agora.

Pedido de nova CPI

Senadores oposicionistas da CPI da Covid reagiram na véspera à suspeita de que o presidente Jair Bolsonaro desviava e se apropriava ilegalmente de salários de assessores quando era deputado federal. Alessandro Vieira disse que vai apresentar pedido de abertura da CPI da Rachadinha.

Já o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros, quer convocar a ex-cunhada de Bolsonaro, Andrea Siqueira Valle, para depor na comissão que relata. Os Bolsonaro negam ilegalidades. Alegam ser alvos de perseguição política.

Áudios mostram Andrea contando que seu irmão André foi exonerado por Bolsonaro de um cargo de confiança na Câmara. O motivo seria a resistência do então servidor a repassar ao então deputado toda a parte do salário que combinara em troca da nomeação.

O esquema configura peculato - desvio ilegal de verba pública, por servidor. Andrea é irmã de Ana Cristina Siqueira Valle, segunda ex-mulher de Bolsonaro.

NY: futuros próximos da estabilidade

No cenário externo, os contratos futuros das bolsas de Nova York operam próximos da estabilidade após o feriado no dia anterior, que manteve o mercado financeiro local fechado. Os investidores seguem em compasso de espera da divulgação da ata da última reunião do Fomc pelo Fed na próxima quarta-feira, 7.

Além disso, reflete a nova escalada no preço do petróleo bruto após um colapso nas negociações de oferta dos países membros da Opep+.

O petróleo segue valorizado, após uma briga entre os membros da Opep+, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, bloqueou o aumento da oferta pela commodity.

Os investidores estão avaliando as chances deste conflito se transformar em uma guerra de preços que pode dificultar a recuperação econômica global e aumentar as pressões inflacionárias. Por sua vez, isso pode antecipar os planos de retirada de estímulos por parte do Fed.

No comunicado que acompanhou a conclusão do encontro, em junho, o Fed antecipou a estimativa de alta de juros de 2024 para 2023, o que pegou de surpresa o mercado financeiro e ditou firme alta do dólar em todo o mundo.

Na ata, o Fed deve dar mais detalhes das discussões e possivelmente pistas sobre debates acerca de retirada de estímulos –os quais ajudaram a sustentar os mercados financeiros globais desde o ano passado, apesar da pandemia.

Bolsas asiáticas fecham em queda

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta terça-feira, com investidores atentos ao comportamento do petróleo. Já na Oceania, o mercado australiano se desvalorizou após o banco central local anunciar retirada de estímulos monetários.

Na China continental, o Xangai Composto recuou 0,11% hoje, aos 3.530,26 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 0,32%, aos 2.406,59 pontos.

Em outras partes da Ásia, o Hang Seng cedeu 0,25% em Hong Kong, aos 28.072,86 pontos, e o Taiex registrou perda marginal de 0,04% em Taiwan, aos 17.913,07 pontos.

Por outro lado, o japonês Nikkei subiu 0,16% em Tóquio, aos 28.643,21 pontos, revertendo parte da queda do pregão anterior, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,36% em Seul, aos 3.305,21 pontos, renovando máxima de fechamento.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho, após decisão de política monetária do banco central do país, conhecido como RBA. O S&P/ASX 200 caiu 0,73% em Sydney, aos 7.261,80 pontos.

No começo da madrugada, o RBA manteve seu juro básico em 0,10%, mas decidiu que irá reduzir compras semanais de bônus, de 5 bilhões de dólares australianos para 4 bilhões de dólares australianos (cerca de US$ 3 bilhões), a partir de setembro. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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