Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta sexta-feira, 10 de dezembro
IPCA de novembro veio abaixo do esperado e analistas apostam em uma posição mais branda do BC sobre a política monetária
Após fechar em queda de quase 2% na véspera, a B3 opera firme em alta, buscando recuperar os ganhos, descolada do exterior, com o mercado repercutindo os dados da inflação de novembro, cuja alta de 0,95% veio abaixo do esperado pelo mercado.
Ainda no pacote do dia, o índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) surpreendeu os analistas, ao avançar 0,8% em novembro, número acima do projetado pelos analistas. Por lá, os futuros também seguem no terreno positivo. Às 16h54, o Ibovespa subia 1,10%, aos 107.461. O dólar também subia 0,76%, cotado a R$ 5,616.
A valorização dos papéis dos grandes bancos e da Petrobras, com a elevação do preço do petróleo no mercado internacional, também contribuem para a subida forte do principal índice da B3. Às 13h18, a petroleira subia 0,85% e o IFNC, índice financeiro da Bolsa que engloba os gigantes financeiros, valorizava 1,48%.
O avanço de 0,95% da inflação de novembro, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao longo da manhã, surpreendeu positivamente os economistas, que esperavam variação mensal entre 1,06% e 1,15%, e mediana de 0,94%. Em 12 meses, o acúmulo do indicador é de 10,74%, também inferior aos 10,87% projetados pelo BTG Pactual.
De acordo com os analistas, o indicador pode reforçar a adoção de uma posição mais branda do Banco Central daqui em diante, porém ainda é preciso observar os próximos meses.
Apesar de ter elevado a taxa Selic em 1,5 ponto porcentual, como o previsto, a autoridade monetária surpreendeu ao sinalizar que persistirá perseguindo a convergência das expectativas para as metas de inflação para os próximos anos, mesmo em meio aos sinais de desaquecimento da atividade econômica, que já mostra recessão técnica.
Segundo o economista-chefe da Necton, André Perfeito, a conjunção de dados melhores na margem da inflação e melhora nas expectativas do indicador do relatório Focus, do Banco Central, podem começar a reverter o mau humor com os ativos brasileiros.
“Estamos entrando na fase ‘menos pior’ dos dados econômicos, na qual o valor em si ainda é ruim, mas já aponta fadiga. Isso não quer dizer que irá melhorar a economia no curto prazo, mas só de vir melhor na margem já irá abrir espaço para a correção dos juros e da Bolsa”, ressaltou.
Juros futuros
As taxas de juros negociadas no mercado futuro iniciaram o dia em queda. Por volta das 13h20 desta sexta-feira, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2023 tinha taxa de 11,36%, contra 11,56% da abertura. O DI para janeiro de 2025 projetava 10,31%, ante 10,54%. E o vencimento de janeiro de 2027 tinha taxa de 10,26%, contra 10,51%.
Sobe e desce da Bolsa
Nesta sexta-feira, as siderúrgicas operam mistas, com o preço do minério de ferro em leve queda. Às 13h22, a Vale e a CSN recuavam 0,15% e 2,78%, na sequência. Já a Usiminas e a Gerdau subiam 1,93%.
Na esteira de alta, um dos destaques é a Locaweb. A empresa anunciou a estruturação de um programa de investimento em corporate venture capital por meio do qual pretende investir o valor de até R$ 100 milhões por meio de um fundo de investimento em participações. Às 13h26, as ações avançavam 2,97%.
Após comunicar o mercado que pretende investir entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões no próximo ano, as ações da Simpar subiam acentuadamente 4,36% no mesmo horário.
A Vamos anunciou a aquisição de 100% da HM Empilhadeiras, por R$ 150 milhões, as ações da empresa valorizavam 3,40%, às 13h27.
Em alta
Méliuz (CASH3) | + 9,85% |
Banco Pan (BPAN4) | + 9,41% |
Eztec (EZTC3) | + 8,99% |
Banco Inter (BIDI11) | + 7,12% |
BTG Pactual (BPAC11) | + 7,18% |
Em queda
Magazine Luiza (MGLU3) | - 2,71% |
CSN (CSNA3) | - 2,70% |
Weg (WEGE3) | - 1,67% |
Bradesco (BBDC4) | - 1,03% |
Exterior
Nova York
Nos Estados Unidos, os futuros nas bolsas americanas operam em alta, refletindo os dados do CPI de novembro acima do projetado pelos analistas. Somam-se a isso ainda a preocupação com o avanço da variante ômicron e a eficácia das vacinas disponíveis no mercado.
A recuperação das ações enfrenta novos solavancos diante da expectativa da reunião do Fomc, que pode dar pistas sobre o ritmo de redução e aumento das taxas de juros.
De acordo com a XP, a última vez que a inflação esteve tão alta no país foi nos primeiros anos do governo Reagan, quando os Estados Unidos se encontravam em meio a uma recessão acentuada e persistente.
Bolsas americanas/futuros (10/12)
- S&P 500: +0,50%
- Dow Jones: + 0,19%
- Nasdaq 100: + 0,63% (dados atualizados às 13h48)
Europa
Na zona do euro, a cautela também toma conta de alguns mercados por conta do avanço da variante ômicron, além da divulgação de novos dados econômicos, incluindo a inflação.
Os preços ao consumidor da Alemanha subiram fortemente em novembro, registrando sua maior leitura desde junho de 1992, segundo o escritório de estatísticas Destatis, nesta manhã. O índice de preços ao consumidor (CPI) do país alemão avançou 5,2% no período ante igual mês do ano passado e aumentou 6,0% ao ano. Ambos os números vieram em linha com as previsões dos economistas.
Na comparação mensal, o CPI alemão caiu 0,2% em novembro. O aumento na taxa de inflação foi causado principalmente por efeitos de base devido aos preços mais baixos em 2020, ressaltou o Destatis.
Nesse contexto, a redução temporária do imposto sobre o valor agregado e a queda acentuada nos preços dos produtos de óleo mineral também tiveram um efeito de alta sobre a inflação geral, enfatizou o escritório de estatísticas alemão.
No Reino Unido, a produção industrial do Reino Unido registrou queda de 0,6% em outubro ante setembro, informou o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês). O resultado contrariou a expectativa dos analistas, que previam alta de 0,1%. Na comparação anual, a produção da indústria local avançou 1,4%, ante projeção de crescimento de 2,1%.
Bolsas europeias (10/12)
- FTSE MIB (Milão): - 1,42%
- Stoxx 600 (Europa): - 0,29%
- DAX (Frankfurt): - 0,09%
- CAC 40 (Paris): - 0,24%
- PSI 20 (Lisboa): - 0,60%
- Ibex 35 (Madrid): - 0,48% (dados atualizados às 13h45)
Ásia
A maioria das bolsas da Ásia fechou em queda nesta sexta-feira, 10, com realização de lucros após três sessões de ganhos. Investidores no continente se desfizeram de ativos de risco, em meio às persistentes incertezas em relação à variante ômicron.
Na quinta-feira, o CEO da Pfizer, Albert Bourla, afirmou que uma quarta dose da vacina desenvolvida pela farmacêutica pode ser necessária para neutralizar a nova cepa, embora tenha destacado que dados do "mundo real" são necessários para formar uma conclusão definitiva.
Enquanto uma definição sobre a eficácia do imunizante contra a mutação do vírus não é finalizada, a covid-19 continua inspirando preocupação em vários países. A Coreia do Sul, em particular, registrou hoje o terceiro dia consecutivo com mais de 7 mil casos da doença, em uma onda de infecções que já sobrecarrega hospitais.
O primeiro-ministro sul-coreano, Kim Boo-kyum, admitiu que novas restrições à mobilidade poderão ser impostas caso a situação piore mais nos próximos dias.
As perdas em Tóquio foram puxadas principalmente por aéreas, diante das perspectivas negativas para o turismo em meio ao avanço da Ômicron. Os papéis de Japan Airlines e Air Nippon Airlines se desvalorizaram 2,13% e 0,81%, respectivamente.
Na China, a ação da Evergrande marcou queda de 1,67%, ainda em reação à notícia de que a incorporadora entrou em default da dívida.
Na Oceania, a mineradora Fortescue Metals Group caiu 0,82%, após a empresa anunciar renúncia da CEO Elizabeth Gaines, à medida que busca guinada para transição ao sistema de baixo carbono. / com Tom Morooka e Agência Estado
Fechamento/bolsas asiáticas (10/12)
Kospi (Seul): - 0,64% (3.010 pontos)
Nikkei (Japão): - 1,00% (28.437 pontos)
Xangai (China): - 0,18% (3.666 pontos)
Taiex (Taiwan): - 0,49% (17.826 pontos)
S&P/ASX 200 (Oceania): - 0,42% (7.353 pontos)