Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta quarta-feira, 8 de dezembro
Alta da Selic de 1,5%, prevista pelos analistas, já está precificada entre os investidores, segundo analistas
Após quatro altas consecutivas, a Bolsa opera em alta nesta quarta-feira, 8, com o mercado dividido entre a boa notícia sobre o acordo entre parlamentares para o fatiamento da PEC dos Precatórios, permitindo o aumento do teto de gastos, e os dados fracos do varejo em outubro.
Na mira está ainda a divulgação da nova Selic, taxa básica de juros do País. Se vier com ajuste positivo de 1,5%, a 9,25% ao ano, não deve adicionar volatilidade aos negócios, já que a alta já está precificada pelos investidores. O resultado será conhecido após a conclusão da reunião do Copom, depois do fechamento do mercado. Às 13h27, o Ibovespa registrava valorização de 0,32%, aos 107.901 pontos. Já o dólar caía 1,41%, negociado a R$ 5,539.
Contribui ainda para a alta do principal indicador do Ibovespa a valorização das ações da Petrobras, influenciadas pela alta no preço do barril do petróleo no mercado internacional. Às 12h50, os papéis da petroleira subiam 0,82%.
PEC dos Precatórios: avanço
Na noite do dia anterior, um acordo fechado entre o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, possibilitou um avanço no imbróglio da PEC dos Precatórios, com a sua aprovação de forma fatiada.
A mudança no teto de gastos, que abre um espaço fiscal de R$ 62,2 bilhões em 2022, e o parcelamento das contribuições previdenciárias dos municípios são dois dispositivos que receberam sinal verde e que devem ser promulgados ainda nesta quarta-feira.
Varejo em queda
No cenário econômico, o mercado foi surpreendido com dados nada animadores sobre o desempenho das vendas do varejo no mês de outubro. Segundo dados do IBGE, divulgados ao longo da manhã, o setor registrou queda de 0,1% no período, enquanto os analistas esperavam uma mediana positiva de 0,6%.
Segundo o instituto, os efeitos da alta da inflação estão sendo sentidos com mais força em atividades ligadas aos combustíveis, supermercados e vestuário, informação que pode impactar no desempenho das ações de empresas relacionadas a esses setores.
O número divulgado pelo IBGE sinaliza as perspectivas de desaceleração para a economia no quarto trimestre. “A variação no trimestre encerrado em outubro mostra queda de 3,3%, o pior resultado desde março deste ano”, explica o economista-chefe da Necton, André Perfeito.
Nova Selic ainda hoje
Esses resultados jogam ainda mais luz na Selic, taxa básica de juros do País, cujo novo indicador será conhecido hoje, ao ser anunciado pelo Banco Central no fim do dia. Majoritariamente, os economistas seguem apostando em uma alta de 150 pontos-base, elevando a taxa para 9,25% ao ano, e reforça a perspectiva de uma postura “menos dura” do Banco Central sobre uma possível elevação acima desse patamar.
A expectativa agora é sobre como o Banco Central irá conduzir os próximos ajustes. Se haverá ciclos mais curtos com ajustes mais fortes, ou um ciclo mais longo com correções mais brandas.
Juros futuros
Os juros futuros recuam em toda a curva, reagindo ao fraco desempenho das vendas do varejo em outubro.
Por volta das 12h50, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 marcava 11,32%, de 11,35% na abertura, e o para janeiro de 2025 exibia taxa de 10,59% ante de 173%. O vencimento para janeiro de 2027 estava em 10,59%, contra 10,81%.
Sobe e desce da Bolsa
A estabilidade do preço do minério lá fora está repercutindo de forma diversa entre as gigantes siderúrgicas e mineradoras. Enquanto a Vale e a CSN caíam 0,86% e 0,33%, na sequência, a Usiminas e Gerdau subiam 1,94% e 1,00% , respectivamente. Dados atualizados às 14h32.
Os bancos seguem na esteira negativa no pregão desta quarta-feira, contribuindo para limitar um avanço mais acentuado da Bolsa. No mesmo horário, Itaú, Bradesco e Santander recuavam 1,52%, 1,24% e 1,18%, nesta ordem.
Os dados fracos do varejo de outubro impactaram negativamente nas ações das principais varejistas da Bolsa, que, após trafegar no vermelho em bloco, passaram a operar mistas. No mesmo horário, os papéis do Magazine Luiza despencava 10,10%. Já a Via, Americanas, Loja Americanas e Lojas Renner valorizavam 0,17%, 1,44%, 1,29% e 0,03%, respectivamente.
AÇÕES EM ALTA - B3
Gol (GOLL4) | 8,47% |
Embraer (EMBR3) | 6,21% |
Azul (AZUL4) | 7,16% |
CVC (CVCB3) | 8,24% |
Marfrig (MRFG3) | 4,28% |
AÇÕES EM QUEDA - B3
Magazine Luiza (MGLU3) | 9,84% |
CCR (CCRO3) | 2,97% |
PetroRio (PRIO3) | 3,24% |
GetNet (GETT11) | 3,26% |
Telefônica (VIVT3) | 2,68% |
Exterior
Estados Unidos
Lá fora, as bolsas de Nova York operam sem direção única, após uma sessão na véspera com ganhos robustos, impulsionados por um menor temor com a variante ômicron. Há uma maior percepção de que a cepa causará menos danos econômicos do que chegou a ser temido nos dias seguintes ao anúncio de sua descoberta.
Ao longo do dia, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou que a abertura de postos de trabalho aumentou de 10,4 milhões em setembro para 11 milhões em outubro. O número veio após o último payroll, que trouxe dados fracos sobre a geração de novos empregos no período, com 210 novas vagas, contra 550 mil, marca esperada pelo mercado.
"A economia dos Estados Unidos, com a ajuda do aumento dos totais de vacinação, continuará a reabrir à medida que as pessoas aprendam a conviver com a covid-19".
Edward Moya, analista da Oanda
Outro fator positivo no noticiário da pandemia veio da GlaxoSmithKline, farmacêutica britânica cujo tratamento com anticorpos se mostrou eficaz contra a Ômicron, de acordo com estudos pré-clínicos conduzidos pela empresa.
Pesquisadores na África do Sul concluíram que a ômicron consegue ser mais resistente à imunidade produzida pela vacina da Pfizer do que outras cepas. No entanto, o principal assessor médico da Casa Branca, Anthony Fauci, reiterou que a nova versão do vírus tende a provocar casos leves da doença.
Principais índices americanos
- S&P 500: + 0,03%
- Dow Jones: - 0,10%
- Nasdaq 100: + 0,03%
(dados atualizados às 14h57)
Ásia
As bolsas da Ásia fecharam em alta nesta quarta-feira. Investidores digeriram o noticiário sobre a variante Ômicron do coronavírus e deixaram de lado as persistentes incertezas sobre a crise de liquidez no mercado imobiliário da China.
A ação da Evergrande desabou 5,46%, diante de sinais de que a incorporadora não terá recursos para cumprir obrigações financeiras. As negociações dos papéis da Kaisa, também no setor imobiliário, foram suspensas após a empresa perder o prazo de pagamento de títulos. / com Tom Morooka e Agência Estado
Ásia em números
- Nikkei (Japão): + 1,42%
- Kospi (Coreia do Sul): + 0,34%
- Xangai (China): +1,18%
- Shenzen (China): +1,77%
- Hang Sang (Hong Kong): +0,06%
- Taiex (Taiwan) : +0,20%
- S&P/ASX 200 (Austrália): +1,25%