Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta sexta-feira, 6 de maio
Investidores repercutem dados de emprego nos EUA, inflação, guerra na Ucrânia e lockdown na China
Após cair quase 3% no pregão anterior, a Bolsa opera volátil nesta sexta-feira, 6, influenciada pela forte aversão ao risco do mercado internacional. Às 13h19, o Ibovespa subia levemente 0,07%, aos 105.380 pontos, e o dólar avançava 0,67%, cotado a R$ 5,050.
A busca por uma alta firme pela Bolsa é impulsionada pelo avanço de mais de 3% das ações da Petrobras, que refletem o balanço positivo da companhia e a alta do petróleo no exterior.
Globalmente, o repercute os dados do payroll, relatório de geração de empregos dos Estados Unidos, divulgado durante a manhã, que apontou a criação de 428 mil vagas em abril, acima do consenso do mercado de 391 novos postos de trabalho.
No entanto, a taxa de desemprego, segundo informações divulgadas pelo Departamento do Trabalho do país, atingiu 3,60%, ante projeção de 3,50% dos analistas.
O número do payroll de abril diverge da leitura do relatório ADP do mesmo período, de 247 mil vagas. Segundo análise do BTG Pactual sobre o assunto, os dados reafirmam que o mercado de trabalho americano está “apertado”.
“O cenário desenhado é de um mercado de trabalho tão aquecido que começa a ser menos saudável, com a taxa de participação ainda abaixo do nível pré-pandemia e com mais vagas do que trabalhadores disponíveis”.
BTG Pactual, em análise sobre o payroll
O indicador soma-se a um pacote de assuntos que se mantém no radar dos investidores globais, como a inflação, medidas de isolamento social na China, guerra na Ucrânia, além dos juros em alta.
O mercado mostra preocupação sobre o fato de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) esteja nos estágios iniciais de um ciclo de aperto monetário bastante agressivo para combater a alta da inflação nos EUA, que persiste em meio à guerra russo-ucraniana.
Além disso, há dúvidas sobre a capacidade da autoridade monetária de ajustar sua política sem levar o país a uma recessão.
Bolsas americanas/principais índices
- S&P 500: -0,58%
- Dow Jones Industrial Average: -0,48%
- Nasdaq 100: -0,52% (dados atualizados às 13h28)
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (Europa): -1,90% (429,92 pontos)
- DAX (Frankfurt): -1,64% (13.674 pontos)
- FTSE 100 (Londres): -1,54% (7.387 pontos)
- CAC 40 (Paris): -1,73% (6.258 pontos)
Brasil: inflação e Petrobras no radar
No cenário interno, além de manter os acontecimentos globais na pauta de monitoramento, o mercado repercute os últimos dados da inflação do País publicados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) durante a manhã.
Segundo os dados da fundação, o Índice Geral de Preços (IGP-DI) subiu 0,41% em abril, ante alta de 2,37% em março. O resultado, que mostrou um arrefecimento do indicador, veio abaixo da estimativa da Bloomberg, que aguardava uma variação positiva de 0,68%.
A retração acontece em um momento no qual economistas revisam suas projeções para a inflação de 2022, na casa dos 10%. Se isso acontecer, será a primeira vez, desde o início do Plano Real, que o País terá inflação de dois dígitos por dois anos seguidos.
Já a Petrobras está nas atenções do mercado por conta da divulgação de seu balanço trimestral, cujo lucro líquido somou R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre, salto de 3.718% sobre o mesmo período de 2021. Além disso, anunciou o pagamento de dividendos na ordem de R$ 3,715 por ação neste ano.
Analistas têm mencionado que a defasagem entre os preços internacionais do petróleo e os praticados pela Petrobras pode levar a um reajuste dos combustíveis nas próximas semanas, caso o petróleo siga acelerando acima de US$ 100 o barril.
Nesta quinta-feira, 5, o presidente Jair Bolsonaro disse que a "Petrobras vai quebrar o País e causar convulsão nacional se subir os combustíveis" durante sua live semanal.
Sobe e desce da Bolsa
Maiores altas
Alpargatas (ALPA4) | +5,62% |
Cogna (COGN3) | +4,68% |
Lojas Renner (LREN3) | +4,02% |
Marfrig (MRFG3) | +3,16% |
Itaú (ITUB4) | +1,85% |
Maiores baixas
Petz (PETZ3) | -9,10% |
EcoRodovias (ECOR3) | -5,11% |
Carrefour (CRFB3) | -4,53% |
Locaweb (LWSA3) | -4,40% |
Totvs (TOTS3) | -4,37% |
Juros futuros
O viés é de alta para os juros futuros nesta sexta-feira. Às 9h10, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 subia a 12,23%, de 12,19% no ajuste de quinta-feira. O DI para janeiro de 2025 subia para 12,38%, de 12,32%, e o para janeiro de 2023 subia para 13,265%, de 13,239%.
Mercado internacional: Ásia fecha em baixa
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em forte baixa nesta sexta-feira, seguindo o tombo que Wall Street sofreu na véspera em meio a releituras da postura de política monetária do Fed.
O índice Hang Seng liderou as perdas na Ásia, com queda de 3,81% em Hong Kong, a 20.001,96 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi voltou de um feriado com recuo de 1,23% em Seul, a 2.644,51 pontos, e o Taiex caiu 1,72% em Taiwan, a 16.408,20 pontos.
Na China continental, o Xangai Composto teve baixa de 2,16%, a 3.001,56 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto cedeu 1,71%, a 1.859,39 pontos.
A exceção foi o japonês Nikkei, que subiu 0,69% em Tóquio, a 27.003,56 pontos, na volta de três dias de feriados e ajudado por ações dos setores elétrico e petrolífero.
Na Oceania, a bolsa australiana também seguiu Wall Street, e o S&P/ASX 200 registrou queda de 2,16% em Sydney, a 7.205,60 pontos. / com Agência Estado
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