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Mercado Financeiro

Mercado ao vivo: Bolsa sobe com Vale, siderúrgicas e Petrobras; dólar avança

Ibovespa descola do mercado internacional e investidores seguem atentos ao cenário fiscal local

Data de publicação:23/11/2021 às 10:43 -
Atualizado um ano atrás
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Após atingir alta de mais de 1% e depois operar em queda, renovando a mínima intradiária, aos 101.736 pontos, a Bolsa voltou a trafegar no terreno positivo. As ações da Vale, que sobem mais de 3% e refletem o aumento do minério de ferro pelo segundo dia consecutivo na China, e da Petrobras - também valorizadas na casa dos 3% - ajudam a impulsionar o Ibovespa para cima.

A proposta do governo para alterações que viabilize a aprovação da PEC dos Precatórios no Senado deu novos ânimos ao mercado de ações. Às 16h, o principal índice da B3 registrava alta de 1,20% e retomava os 103 mil pontos - 103.347. Já o dólar à vista subia 0,34%, cotado a R$ 5,612.

Foto: B3/Divulgação ações
Sede da B3 em São Paulo - Foto: B3/Divulgação

O dólar forte hoje ante o real e outras divisas emergentes reflete o impacto da fuga de capitais da Turquia que derruba a lira turca, após corte de juros na semana passada a despeito da inflação crescente no país e de o presidente turco reafirmar sua política cambial, econômica e monetária ontem, afirma Vanei Nagem, responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos.

Outro catalisador citado por ele é a possibilidade de antecipação da alta de juros nos EUA para tentar conter a escalada da inflação.

Para Nagem, o foco local é na indefinição sobre a votação da PEC dos Precatórios, que continua em negociação, e há pessimismo geral pela percepção de que nada mais tende a ser aprovado pelo Congresso em 2022, por causa das disputas políticas em ano de eleições majoritárias no País.

Cenário fiscal: PEC, Orçamento e Auxílio Brasil

Enquanto tramita no Senado, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Precatórios segue sendo alvo de comentários dos parlamentares. Na noite anterior, o líder do governo e relator da proposta na Casa, Fernando Bezerra, disse que quer avançar na negociação da proposta ainda hoje e concluir o parecer.

Com isso, o texto poderá ser votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na quinta-feira, 25, e, em seguir, ir a plenário. No entanto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que a votação final deve ficar para a próxima semana.

A PEC dos Precatórios é uma tentativa de rearranjo nas regras fiscais, um puxadinho no Orçamento para acomodar o pagamento do Auxílio Brasil sem sugerir drible na regra do teto de gastos.

Embora o mercado torça por sua aprovação, as especulações em torno dos dados, sempre desencontrados, de que a manobra renderia de recursos sem cobertura orçamentária, com impacto na dívida pública, tem gerado um persistente mal-estar no mercado.

As preocupações com o equilíbrio das contas públicas, pelo lado da política fiscal, convivem com um cenário cada vez mais desconfortável em relação à inflação, aos juros e ao ritmo de atividade econômica, que segue em velocidade reduzida.

Principalmente para o próximo ano, como indicaram as estimativas de indicadores econômicos do boletim Focus divulgado pelo Banco Central. As projeções do IPCA para 2022 é de 4,96%, batendo no centro da meta de 3,25%, com 1,5 ponto porcentual para frente ou para trás.

Os investidores repercutem ainda a proposta incluída pelo Senado na PEC do governo de reajustar anualmente, pela inflação, o valor dos benefícios do Auxílio Brasil, novo programa social que substitui o Bolsa Família.

O reajuste automático é uma das principais mudanças incluídas pelo deputado Marcelo Aro na medida provisória que estabelece o novo programa. A MP perde validade no próximo dia 7. “Estou buscando a conquista permanente do programa social”, disse. O índice de correção seria o INPC.

Em paralelo, o Supremo Tribunal Federal (STF) está se movimentando para permitir a ampliação do Auxílio Brasil sem esbarrar nas limitações da lei eleitoral, que impede o aumento desse tipo de gasto a partir de 1º de janeiro de 2022.

Seis ministros já votaram pelo entendimento de que a determinação judicial para o governo regulamentar uma renda básica para os cidadãos se sobrepõe aos obstáculos legais de um ano de eleição. O julgamento se encerra hoje no plenário virtual da Corte.

O relator da ação, ministro Gilmar Mendes, argumentou em seu voto que quando se trata de "estrito cumprimento de decisão judicial que impõe o alargamento de valores, de continuidade e/ou fusão de programas sociais já estabelecidos em leis", restando ausente o abuso de poder político ou econômico, não há que se falar na incidência das vedações da lei eleitoral.

Para o ministro, descumprir a decisão seria crime de responsabilidade. O obstáculo da lei eleitoral tem sido justamente um fator de pressão para o governo, que corre contra o tempo para obter a aprovação da PEC dos precatórios.

Pela lei eleitoral, ao menos uma parcela do novo valor precisa ser paga ainda este ano, mas a demora na votação da PEC pode comprometer a operação.

O tíquete-médio do primeiro pagamento do Auxílio Brasil ficou em R$ 224, pagos a 14,6 milhões de famílias. Há quem receba menos de R$ 100, enquanto alguns recebem valores até maiores que R$ 600.

Quem estava na fila do Bolsa Família continua à espera de ingresso no programa social, e quem recebia o auxílio emergencial fora do Bolsa já ficou sem pagamento em novembro. O governo espera levar o Auxílio Brasil de ao menos R$ 400 a 17 milhões de famílias.

Com a PEC na fila das pendências, o Orçamento 2022 ganhou mais espaço na discussão e preocupação do mercado. Na véspera, técnicos do Congresso ouvidos em sessão temática no Senado apresentaram um cenário de riscos fiscais e a possibilidade de o Orçamentos e tornar impraticável no futuro se a proposta for aprovada pelos senadores como veio da Câmara.

Entre os problemas apresentados estão o risco de "calote" nos precatórios, o aumento do endividamento da União e a falta de previsibilidade para elaboração do Orçamento nos próximos anos.

Dois pontos centrais defendidos pelo governo do presidente Jair Bolsonaro foram criticados: a limitação do pagamento das sentenças judiciais, com o adiamento de parte das dívidas para os anos seguintes, e a mudança da regra de cálculo do teto a partir de 2022.

O Ministério da Economia calcula a abertura de um espaço no teto de R$ 106,1 bilhões no próximo ano. A folga pode ser usada para implantar o Auxílio Brasil, mas também para abrigar outras verbas de interesse eleitoral do governo e dos congressistas.

Com a PEC em atraso, a votação do Orçamento 2022 deve acontecer somente no próximo ano, segundo admitiu o secretário de Orçamento Federal do Ministério da Economia, Ariosto Culau.

"A expectativa nossa é, até início de dezembro, no mais tardar até 10 de dezembro, (que) a gente possa ter as condições de aprovação da PEC para envio de uma mensagem modificativa (do Orçamento) alterando os dados. Claro, dificilmente o Congresso vai ter tempo de processar isso", reconheceu o secretário. "Acho o tempo bastante exíguo para a aprovação."

Juros futuros

 Os juros futuros operam estáveis na manhã desta terça-feira, sendo que os curtos têm viés de alta, num dia de agenda esvaziada, mas com as preocupações com o andamento da PEC dos Precatórios e com escalada da inflação seguem como pano de fundo.

Às 9h47, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 marcava 12,01%, mesma taxa do ajuste de ontem.

O DI para janeiro de 2025 estava em 12,17% mesma taxa do ajuste anterior, e o para janeiro de 2023 subia para 12,38%, de 12,34% no ajuste anterior.

Sobe e desce da Bolsa

Nesta terça-feira, o preço da tonelada do minério de ferro subiu mais de 7% em Dalian, na China. O reflexo dessa movimentação da commodity pode ser sentido na valorização das ações das gigantes de siderurgia e mineração. Assim como a Vale, as empresas CSN, Usiminas e Gerdau subiam 2,43%, 3,01% e 0,08%, respectivamente, às 14h15.

Após operarem em alta no pregão, os grandes bancos seguem mistos. Às 14h16, os papéis do Itaú Bradesco e Santander registravam desvalorização de 0,14% e 0,50% e 0,86%, nesta sequência. Já o Santander subia 1,16%.

Após a empresa informar ao mercado que o Tribunal de Justiça do Rio admitiu recursos especiais de ação indenizatória da Litel - que reúne as participações de fundos de pensão na Vale - as ações da Bradespar subiam 2,21%, às 14h21.

As empresas de commodities seguem entre as maiores altas do dia no pregão. Entre as maiores baixas estão as ações da Locaweb, Banco Inter, Ecorodovias e Petz, que caem acentuadamente 8,35%, 6,14%, 6,24% e 5,96%, nesta ordem. Dados atualizados às 14h37.

Mercado internacional

No exterior, o clima de pessimismo toma conta das principais bolsas mundiais. Nos Estados Unidos, os principais índices operam sem direção única, refletindo a preocupação com uma retirada mais rápida do atual estímulo monetário após a renomeação de Jerome Powell para conduzir o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) por mais um mandato.

Às 14h41, o índice S&P 500 caía 0,51%, Dow Jones subia levemente 0,0% e o Nasdaq 100 desvalorizava 0,97%. Segundo Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora, com a antecipação da taxa de juros, o juros mais alto pesa principalmente nas ações de tecnologia, que foram as que mais sofreram com a intenção de ter Powell no poder.

De acordo com Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, independente da escolha de Powell, ‘se foi a não indicação de Brainard, com uma postura mais leve por formação, ou a recondução do atual dirigente, com uma atuação mais branda por experiência”, a taxa de juros de dois anos começa a flertar com a ruptura dos 0,60%. “A aposta agora é se o Fomc (Copom americano) fará dois ou três aumentos de juros no próximo ano”, ressalta.

Powell disse que o Fed usaria ferramentas para apoiar a economia e o mercado de trabalho e evitar que uma inflação mais alta se fortaleça. Tanto Powell quanto Braindard terão a tarefa de conter o custo de vida enquanto alimentam a recuperação econômica.

Brainard afirmou no dia anterior que está empenhada em "baixar a inflação em um momento em que as pessoas estão focadas em seus empregos e no quão longe seus salários irão". Em discurso em virtude da nomeação, a dirigente indicou que espera apoiar uma economia em crescimento que inclua a todos.

Ao longo da manhã, o governo americano, por meio de comunicado enviado pela Casa Branca, anunciou que vai liberar 50 milhões de barris de petróleo de suas reservas estratégicas. O objetivo é resolver o descompasso entre oferta e demanda da commodity e, dessa forma, reduzir seus preços no mercado internacional.

Na nota divulgada nesta terça, a Casa Branca diz que os consumidores americanos estão sentindo o impacto dos preços elevados da gasolina nas bombas porque, em meio à retomada econômica, o fornecimento de petróleo não acompanhou a demanda.

Recentemente, os preços do petróleo Brent, negociado em Londres, e do WTI, comercializado em Nova York, chegaram a ultrapassar US$ 80 por barril.

A medida é realizada em conjunto com outros países consumidores de petróleo, como China, Índica, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido.

Esse movimento ocorreu em meio à alta da demanda, com o fim de boa parte das restrições de mobilidade impostas para conter a pandemia de covid-19, e à retomada lenta da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Na Europa, o índice Stoxx 600 opera no negativo, tendo a preocupação com novos avanços da covid-19 por alguns países um dos pontos da pauta do mercado. Além disso, os investidores repercutem alguns dados econômicos do continente.

De acordo com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, a nova onda da pandemia é a pior enfrentada até esse momento. Ela pediu que os 16 estados anunciem até quarta-feira as medidas restritivas para combater o aumento das infecções.

Divulgado pela manhã pela IHS Markit, o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro avançou de 54,2 em outubro para 55,8 na leitura preliminar de novembro. A expectativa dos analistas era de 53,2.

No Reino Unido, o PMI recuou de 57,8 em outubro para 57,7 na prévia de novembro. O resultado veio acima do esperado pelo mercado, que apostava em uma queda maior, a 57,5.

Para a IHS Markit, uma combinação de crescimento das empresas, mais ganhos no mercado de trabalho e "pressões inflacionárias recordes" abre espaço para uma alta nos juros pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) em dezembro.

Na Alemanha, o PMI avançou de 52,0 em outubro a 52,8 na preliminar de novembro. O PMI de serviços do país foi de 52,4 a 53,4 na prévia do mês atual, quando a previsão dos analistas era de 51,6.

O PMI do setor industrial da Alemanha, por sua vez, recuou de 57,8 em outubro a 57,6 na preliminar de novembro, na mínima em dez meses. A expectativa, nesse caso, era de 56,5.

Do outro lado do mundo, as bolsas na Ásia fecharam mistas nesta terça-feira. A Bolsa de Tóquio não operou, por causa de feriado no Japão, enquanto nas praças chinesas houve alta em Xangai, mas queda similar em Shenzhen.

Na China, a Bolsa de Xangai fechou em alta de 0,20%, em 3.589 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, recuou 0,21%, para 2.520 pontos.

A Oanda diz que a política de "prosperidade comum" pesa sobre as ações locais e que as ações chinesas devem continuar a exibir "um mercado desafiador em 2022". Companhias de carvão chinesas se saíram bem no mercado acionário, com aumento na produção, e as de energias renováveis em geral recuaram.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng terminou com queda de 1,20%, aos 24.651 pontos. O papel do Alibaba Group negociado na praça local teve baixa de 3%, encerrando o dia em seu mínimo recorde. A expectativa para o preço da ação foi reduzida pela UOB, com expectativas de que o quadro regulatório da China seja um vento contrário no balanço da empresa.

Na Coreia do Sul, o índice Kospi registrou queda de 0,53%, aos 2.997 pontos. Em Taiwan, o índice Taiex fechou em baixa de 0,77%, aos 17.666 pontos.

Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 teve alta de 0,78%, aos 7.410 pontos. Papéis de mineradoras e do setor de energia se beneficiaram da alta dos preços das commodities. Bancos também se saíram bem, recuperando-se após recuo no pregão anterior. / com Tom Morooka e Agência Estado

Sobre o autor
Julia Zillig
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