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Mercado
Mercado Financeiro

Mercado ao vivo: Bolsa descola do exterior e sobe mais de 1,3%, com Petrobras e bancos

Investidores digerem dados econômicos externos divulgados nesta manhã e aguardam ata do Fomc

Data de publicação:13/10/2021 às 10:37 -
Atualizado 2 anos atrás
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Após o feriado da véspera, que manteve suas atividades em recesso, a Bolsa retomou suas operações nesta quarta-feira, 13, com o pregão movimentando em viés positivo, puxado pela alta nas ações da Petrobras - mais de 1% - e dos bancos. O IFNC, índice financeiro que engloba os gigantes do setor, sobe mais de 1,3%.

Além disso, os investidores estão de olho no cenário internacional e atentos aos rumos da inflação, tanto local quanto externa. Às 14h25, o Ibovespa subia 1,32%, recuperando o patamar dos 113 mil pontos - 113.664. Já o dólar à vista opera em alta- 0,55% - cotado a R$ 5,562.

Foto: B3/Divulgação
Sede da B3 em São Paulo - Foto: B3/Divulgação

Os olhares dos investidores estão voltados para a agenda econômica carregada dos Estados Unidos. A inflação é um dos principais temas, com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, em inglês) de setembro, que subiu 0,4% no período. Com o resultado, por lá as bolsas operam sem direção única.

O número veio acima das estimativas dos analistas, que projetavam uma variação positiva de 0,3%. Em 12 meses, os preços subiram 5,4%, levemente superior às expectativas do mercado, que esperava avanço de 5,3%. Já o núcleo dos preços avançou 0,2% na base mensal, em linha com as projeções.

Na véspera, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, declarou que a inflação do país é transitória, porém não vai ceder tão rapidamente, por conta da tempestade perfeita e dos problemas de fornecimento de suprimentos.

Segundo os especialistas do BTG, o temor da inflação mexe com o otimismo dos investidores, pois o remédio tradicional adotado pelas principais autoridades monetárias para conter seu avanço é o aumento da taxa de juros, o que prejudica diretamente o crescimento mundial.

O próprio Fundo Monetário Internacional (FMI) já reduziu suas estimativas de alta para o crescimento global em 2021, de 6,0% para 5,9%, e manteve a projeção de expansão de 4,9% para o próximo ano.

Outro acontecimento que prende a atenção dos investidores nos EUA é a divulgação da ata da última reunião do Fomc (Copom americano), às 15h (horário de Brasília), que deve sinalizar mudanças no guidance da política monetária do país.

Entre elas está a retirada de estímulos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que deve começar a acontecer, de forma gradual, a partir do próximo mês.

Outro número que despertou interesse do mercado foram os dados de exportação da China, que saltou 28% em setembro ante o mesmo período do ano passado.

Porém, os dados de importação vieram abaixo das apostas dos analistas – alta de 17,6% ante expectativa de 19,1% - o que, na visão de Zanlorenzi e Paiva, do BTG, mostra que o mercado lá fora não está realizando grandes movimentos de crescimento, o que preocupa os investidores, já que junto com os Estados Unidos, o país é uma das duas locomotivas mais importantes para promover a expansão mundial.

Na Europa, as bolsas operam mistas, refletindo os ajustes do dia anterior e com a notícia sobre os dados da redução da taxa de desemprego dos países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) pelo quarto mês consecutivo em agosto, porém bem acima dos níveis pré-pandemia.

O relatório mostra que a taxa de desemprego do grupo recuou para 6% em agosto, ante 6,1% em julho. Já em relação a fevereiro de 2020, um mês antes de a covid-19 ser declarada pandemia, a taxa de agosto ainda é 0,7 ponto porcentual maior.

No fim de agosto, os países da OCDE tinham 39,7 milhões de desempregados, 1 milhão a menos do que no mês anterior, mas ainda 4,3 milhões acima do patamar de fevereiro de 2020, mostra o documento.

Juros futuros em queda

Os juros futuros recuam nesta quarta-feira, em sintonia com o dólar e queda do petróleo, após terem subido na segunda-feira, 11. O movimento, no entanto, ganhou mais força conforme o dólar também passou a cair menos ante o real.

O movimento se manteve em meio ao discurso do diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, que reforçou mais cedo que o BC tem um plano de voo para inflação convergir para a meta em 2022.

"Podemos manter ritmo de ajuste e fazer inflação convergir em 2022", disse, reforçando a sinalização de nova alta de 100 pontos-base da Selic neste mês. O diretor disse ainda que se o Copom subir muito a Selic, a inflação em 2023 deve ser menor.

Sobe e desce da B3

Em commodities, o preço do minério de ferro segue recuando, após queda de 10% em dois dias. As pressões da China para reduzir a produção nas siderúrgicas, em virtude da crise energética, está impactando no preço do produto e, consequentemente, nos papéis da Vale e demais empresas do setor. Às 14h20, as ações da Vale caíam 1,89%.

A Embraer anunciou que o Centro de Serviços de Jatos Executivos em Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, foi certificado como Centro de Instalação Aeroespacial Collins BE para estofamento e assentos de aeronaves já em operação. Às 14h21, as ações da companhia subiam 0,77%.

Após comunicar a aquisição do controle acionário da Brasil Coleta Gerenciamento de Resíduos, por meio de sua controlada Environmental ESG Participações, as ações da Ambipar disparavam mais de 3% no mesmo horário.

O Credit Suisse reiterou sua avaliação outperform (valorização acima da média do mercado) para os papéis da Caixa Seguridade e BB Seguridade. Às 14h22, as ações da seguradora da Caixa saltavam 4,57% e da BB Seguridade subiam 3,04%.

Mercado atento aos juros

A preocupação com o cenário internacional divide a atenção do investidor com o quadro doméstico, no qual a inflação é também um dos principais pontos de preocupação, já que pode empurrar a Selic para patamares ainda mais elevados. Juros altos tendem a deprimir um crescimento econômico que encontra dificuldades para deslanchar.

A expectativa de uma política monetária mais dura e com juros altos destoa, de acordo com especialistas, da perspectiva de uma política fiscal sem maior rigor no controle dos gastos públicos.

O mercado financeiro não disfarça o desconforto com a indefinição sobre a forma como será feito o pagamento de precatórios, a reforma do imposto de renda e a fonte de financiamento para bancar o novo programa social do governo.

São pontos de dúvida, para investidores e gestores de mercado, cuja solução vai depender como o governo lidará com as contas públicas sem o risco de atropelar o teto de gastos públicos.

Lira e a PEC dos precatórios

Um dos assuntos que seguem na pauta de monitoramento dos investidores, os precatórios foram tema das declarações recentes do presidente da Câmara, Arthur Lira. Segundo ele, em entrevista concedida à uma emissora de rádio na parte da manhã, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios vai a plenário na próxima semana e avaliou que a votação do tema resultará em uma "vitória tranquila".

"Na próxima semana, todos os prazos estarão vencidos e a gente trará o assunto ao plenário. Eu acredito numa vitória tranquila dessa PEC, porque há a necessidade realmente de se organizar o orçamento do Brasil", afirmou Lira durante entrevista à CNN Rádio no período da manhã.

E defendeu: "O Brasil não pode parar a máquina pública, os investimentos, não pode não ter espaço para a criação do novo programa Renda Brasil e pode deixar de ter a previsibilidade nas suas finanças em relação a essa indústria de precatórios que existe." Segundo ele, o texto da proposta está numa fase mais consolidada.

A PEC precisa de 308 votos entre os 513 deputados em dois turnos de votação. Se for aprovada no plenário da Câmara, a matéria será analisada pelo Senado, onde são necessários os votos de 49 dos 81 senadores também em dois turnos de votação.

Bolsonaro e CPI da Covid

No País, os investidores acompanharam as movimentações e falas do presidente Jair Bolsonaro, que se pronunciou sobre a volta da alta inflacionária em conversa com a imprensa durante o feriado.

Segundo o chefe do Executivo, a culpa dessa escalada é dos governantes que mandaram a população ficar em casa durante a pandemia.

"O Brasil foi o país que melhor se saiu economicamente em questão da pandemia. Agora muita gente sofreu com o fique em casa e a economia nós vemos depois. Chegou a conta para pagar."

E continuou: "Quem quebrou a economia foram governadores e prefeitos, pergunta para eles. Querem botar na minha conta a economia? Bateram em mim até não poder mais no ano passado, a economia a gente vê depois. Estou vendo."

Já no Senado, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid está próxima de concluir seu trabalho de investigação.

Após desistir de ouvir o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o colegiado irá ouvir, na próxima segunda-feira, 18, o médico Carlos Carvalho, que coordenou um estudo contra o uso do chamado kit covid, que é defendido pelo governo federal e usa substâncias com ineficácia comprovada no tratamento do coronavírus.

De acordo com Omar Aziz, presidente da Comissão, a próxima semana será a última da CPI. A sessão de terça-feira, 19, será reservada para a leitura do parecer do relator, senador Renan Calheiros, e a reunião de quarta-feira, 20, será a votação do relatório do emedebista.

No último dia 5, Renan Calheiros disse que o relatório final da comissão vai pedir "com certeza" o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro. Pelas apurações da CPI, Bolsonaro pode ser enquadrado em crimes como os de charlatanismo, infração a medida sanitária preventiva e crime contra a humanidade por conta da atuação na pandemia.

Na Ásia

Do outro lado do mundo, as bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quarta-feira. Na China continental, o Xangai Composto subiu 0,42%, aos 3.561,76 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 1,29%, aos 2.394,39 pontos.

Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei caiu 0,32% em Tóquio, aos 28.140,28 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi se valorizou 0,96% em Seul, a 2.944,41 pontos, e o Taiex recuou 0,70% em Taiwan, aos 16.347,99 pontos. Em Hong Kong, o pregão de hoje foi cancelado devido a um alerta de tufão.

Na Oceania, a bolsa australiana fechou em leve baixa nesta quarta, depois de oscilar em torno da estabilidade ao longo da sessão. O S&P/ASX 200 caiu 0,11% em Sydney, aos 7.272,50 pontos. / com Tom Morooka e Agência Estado

Sobre o autor
Julia Zillig
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