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Fed simpósio de jackson hole
Economia

Ibiuna e Kapitalo acreditam que os juros americanos podem subir mais que o projetado pelo mercado

Inflação pode levar mais tempo para desacelerar, ocasionando um maior aperto monetário

Data de publicação:19/08/2022 às 10:22 -
Atualizado um ano atrás
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Analistas e investidores estão a todo tempo tentando antecipar os movimentos do mercado financeiro e, para isso, diversas projeções são elaboradas, do cenário micro ao macroeconômico. Neste contexto, a pauta do momento - já há algum tempo - é a trajetória de política monetária nos Estados Unidos, onde a inflação está no maior nível em 40 anos, apesar de uma desaceleração no avanço dos preços em julho.

Para conter o avanço dos preços, a principal estratégia dos bancos centrais é a elevação das taxas de juros. Na maior economia do mundo, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) já iniciou o processo de aperto monetário e, hoje, as taxas dos juros americanos estão entre 2,25% e 2,50%. O mercado projeta que as taxas devem chegar a 3,25%, mas na visão de especialistas da Ibiuna e da Kapitalo, há grandes chances de que o aumento seja maior.

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Fed elevou juros americanos a 2,25% a 2,50% em sua última reunião | Foto: Envato

Em participação no podcast Outliers da XP Investimentos, gravado durante a Expert XP 2022, Carlos Woelz, sócio fundador e diretor da Kapitalo, e Rodrigo Azevedo, sócio fundador e CIO da área macro da Ibiuna, falaram sobre o grande desafio que o Fed tem pela frente: promover altas nos juros que sejam o suficiente para conter a inflação, mas sem que isso provoque uma recessão econômica no país.

Qual a trajetória mais provável para os juros americanos?

Para o time de economia da XP, o Fed deve promover mais duas altas em suas taxas de juros. A primeira, de 0,50%, será na próxima reunião, em setembro, enquanto a segunda, de 0,25%, em novembro. Isso levaria os juros americanos a uma taxa terminal de 3,25% ao ano, patamar amplamente precificado pelo mercado. Para Woelz e Azevedo, no entanto, esse é um cenário pouco provável.

"Antes, os bancos centrais eram considerados muito exitosos por terem conseguido reduzir a inflação com custo relativamente baixo, mas Azevedo acredita que dessa vez será diferente e Woelz, na mesma linha, entende que ou os bancos centrais terão que subir mais juros ou teremos uma recessão global mais forte que fará com que não seja mais necessário o aumento de juros acima do precificado."

Rodrigo Sgavioli, Head de Alocação e Fundos, e Clara Sodré e Nathália de Sá, analistas de Alocação e Fundos da XP Investimentos, em relatório

Desaceleração econômica generalizada ainda não é uma realidade

De acordo com o CIO da área macro da Ibiuna, o cenário atual para os países desenvolvidos é desafiador porque, diferentemente das economias emergentes, essas regiões não são acostumadas com uma inflação tão persistente.

Embora o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos tenha recuado a 8,5% em julho na taxa anual, de 9,1% em junho, o nível permanece muito elevado para os padrões americanos. A escalada mais acentuada dos preços começou entre o primeiro e o segundo trimestre de 2021, quando o CPI de 12 meses girava em torno de 2,0%, e o objetivo do Fed é trazer esse indicador para perto dos 3,0%.

Azevedo explica que o mais comum nas trajetórias dos juros elaboradas pelos bancos centrais ao redor do mundo é que as taxas subam e a renda da população comece a cair. Dessa forma, o consumo também é impactado e é reduzido, o que leva a uma queda na inflação. Com os preços controlados, as instituições não precisam mais continuar subindo os juros.

"Mas dessa vez o mercado de trabalho está aquecido, o que resulta em uma maior capacidade dos trabalhadores em exigirem que o aumento da inflação seja repassado para os salários, fazendo com que não consumam menos e o Fed tenha que subir ainda mais os juros resultando, também, em uma recessão maior."

Rodrigo Sgavioli, Head de Alocação e Fundos, e Clara Sodré e Nathália de Sá, analistas de Alocação e Fundos da XP Investimentos, em relatório

Ativos estão baratos ou caros?

O diretor da Kapitalo pontua que se a projeção do mercado estiver correta e a taxa terminal dos juros americanos ficar entre 3,00% e 3,50%, o preço em que ações, fundos imobiliários e outros ativos estão sendo negociados em bolsa está muito baixo, o que representaria boas oportunidades de investimentos.

Em contrapartida, Woelz também espera que a desaceleração da inflação nos Estados Unidos aconteça de forma mais lenta e que o Fed poderá precisar subir ainda mais os juros. "Para que o mercado estivesse correto precisaríamos ver mais indicadores que sinalizassem uma menor atividade global como choques vindo dos da China e do preço de energia", sinalizam os analistas da XP.

Dessa forma, caso a taxa terminal seja maior do que as expectativas, os ativos serão precificados para baixo e, neste sentido, o preço atual ainda está alto.

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Sobre o autor
Bruna Miato
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