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Renda Fixa

Tesouro IPCA, Tesouro Selic ou Prefixado: qual o melhor com juros altos e perspectiva de queda da inflação?

As três modalidades estão com juros suculentos, a diversificação é uma boa saída

Data de publicação:19/08/2022 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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Qual o melhor título, dentre os ofertados na plataforma do Tesouro Direto, no atual cenário de expectativas de inflação e juros? O cardápio de escolhas é variado: Tesouro IPCA, Tesouro Selic e Prefixados.

Agora, o cenário para inflação e juros, para este e o próximo ano, de acordo com as estimativas do último boletim Focus: o IPCA projetado para 2022 está em 7,02% e para 2023, em 5,38%.  A Selic, a taxa básica de juros que o Banco Central usa para controlar a inflação, está estimada em 13,75% para o fim de 2022 e em 11,00%, para o encerramento de 2023.

Tesouro IPCA
Tesouro IPCA corrige o capital e entrega juro real ao investidor: Foto: Reprodução

Um passeio visual por esses dados permite identificar que a Selic prevista para o fim deste ano, de 13,75%, é quase o dobro da inflação projetada de 7,02%. A disparidade entre os dados é mantida nas previsões de 2023: a Selic de 11,00% é mais que o dobro da inflação de 5,38% estimada pelo mercado financeiro.

A comparação desses dados deixa claro que todos os tipos de títulos públicos ofertados no Tesouro Direto, pelas taxas atuais, estão acenando com um suculento juro real positivo, acima da inflação, ao investidor.

São dados que podem passar por ajustes ao longo do período, dizem os especialistas, mas servem de referência para a partida. Para Marcelo Guterman, especialista de investimentos da Western Asset, a Selic que aí está não sobe mais e tende a recuar a partir de meados de 2023.

Já a inflação estaria mais sujeita a correção para baixo, segundo Guterman, com possível “queda dos preços das commodities, principalmente do petróleo, com redução adicional do preço da gasolina, como ocorreu nos últimos dias”.

Tesouro Selic, alta rentabilidade

É o mais conservador dos títulos do Tesouro Direto, “entrega o que promete”, afirma Vitor Nery Fagnani, analista de renda fixa e fundos listados da Blue3. Uma referência ao Tesouro Selic, cuja rentabilidade acompanha a taxa básica de juros, na alta e na baixa.

“É um título interessante ao investidor que tem pouca tolerância ao risco, já que tem baixa oscilação”, avalia Guterman, da Western. “E também para o dinheiro de curto prazo, como o de reserva emergencial, ou à procura de oportunidades mais rentáveis”, diz o especialista. 

A Selic mantida alta por algum tempo deve proporcionar boa rentabilidade de curto prazo, “independentemente de cenário”, acredita Guterman. Mesmo que caia no segundo semestre de 2023, a Selic estaria rodando em 11% ao ano para uma inflação de 5,38% prevista no Focus.

Tesouro Prefixado, boa aposta se inflação cair

Quem aposta em cenário de queda consistente da inflação “pode travar uma taxa no Tesouro Prefixado em torno de 12% para um momento em que a Selic vai ficar em um dígito”, calcula Guterman.

O investidor encontra dois tipos de títulos prefixados: o Tesouro Prefixado e a Letra do Tesouro Nacional (LTN).  O Tesouro Prefixado paga juros semestrais e a LTN entrega o valor total (capital e juros) no vencimento.

O analista Fagnani, da Blue3, diz que títulos prefixados são interessantes quando a expectativa é de queda dos juros, “já que o investidor trava uma taxa maior”, mas desvantajosos em cenário de alta dos juros, “porque o investidor fica preso a uma taxa mais baixa”.

O dinheiro a ser investido no Tesouro Prefixado não pode estar amarrado a compromisso de curto prazo, alerta Guterman. A taxa do título prefixado oscila muito e pode dar prejuízo para quem fizer resgate antecipado vendendo o título no mercado secundário. “Se resgatar no vencimento, com uma taxa prefixada de 12%, e a inflação estiver baixa, terá um ganho real bastante interessante.”

Em boa medida, a inflação dos próximos anos dependerá da política econômica, especialmente da política fiscal, de uma gestão equilibrada das contas públicas, avaliam especialistas.

O governo do presidente que assumir em janeiro deve fazer direito a lição de casa no campo fiscal, destaca Guterman. “Se houver piora de cenário e a inflação subir, o prefixado pode ser muito risco para o que o investidor vai ganhar com essa taxa em torno de 12% ao ano.” A solução intermediária pode ser o Tesouro IPCA, aponta o especialista da Western.

Tesouro IPCA, juro real com proteção contra a inflação

Título que corrige o capital com correção monetária pela inflação oficial e entrega juro real, o Tesouro IPCA é ofertado em duas modalidades: um com pagamento de juro semestral (a NTN-B) e outro (NTN-B Principal), que reinveste os juros, incorporados automaticamente às cotas, e entrega tudo (capital e juros) no vencimento do papel.

Na comparação entre pré e pós-fixados, Guterman diz que o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2026 oferecia nesta quinta-feira, 18, IPCA mais 5,60% ao ano e um Tesouro Prefixado 2025 uma taxa média de 12% ao ano. Uma diferença em torno de 6% entre as taxas (em cálculo composto).

“Se o investidor acha que daqui até 2026 a inflação vai ser maior que 6%, será melhor comprar um Tesouro IPCA; se acha que fica menor que 6%, mais interessante que vá para um pré (Tesouro Prefixado ou LTN)”, acredita o especialista da Western.

Melhor estratégia é a diversificação

Fagnani, analista de renda fixa da Blue3, diz que “bom mesmo é diversificar e ter os três tipos de título na carteira”. Todos os papeis estão com taxas bastante atraentes, mas ele destaca a do indexado à inflação. “O Tesouro IPCA+2026, com juro de 5,60%, está com uma taxa muito interessante que não se via há muito tempo” - desde meados da década passada, na crise do segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff.

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Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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