Ibovespa terá nova composição em janeiro de 2022; XP avalia que ativos devem entrar, ganhar ou perder peso no índice
Entre as apostas de ingresso no índice estão companhias como a Positivo, CSN Mineração, Cesp e Porto Seguro
A revisão da composição da cesta de ativos do Ibovespa, principal índice da B3, é um movimento acompanhado com atenção pelos investidores. O rebalanceamento acontece a cada quatro meses, e, segundo um estudo feito pela XP Investimentos, entre as apostas da casa para ingresso no indicador em janeiro de 2022 estão papéis de empresas como a Positivo, CSN Mineração, Cesp e Porto Seguro.
Atualmente com 88 companhias e 92 tickers em sua cesta, o Ibovespa não deve ter nenhuma baixa de empresas no primeiro rebalanceamento - do total de quatro - que acontecerá em 3 de janeiro. A reavaliação das ações feita pela B3 tem como intuito verificar se os ativos atendem aos seus critérios para compor o índice, que representa as ações mais negociadas na Bolsa brasileira.
A XP reforça suas expectativas sobre o ingresso da Positivo, com um peso projetado de 0,03%. Em relação às demais companhias, as projeções são de 0,3% para a CSN Mineração, de 0,2% para a Cesp e de 0,2% para a Porto Seguro.
Para elencar os possíveis novos ativos, a XP levou em conta aspectos como o histórico de volume e número de ações negociadas na Bolsa.
“O movimento de cada uma das ações que analisamos foi bem variado. Os preços podem ter sido puxados para cima ou para baixo por fatores específicos da empresa. E o cenário econômico ao redor dos anúncios também afeta o desempenho de cada papel, com os preços subindo junto com o índice em momentos positivos ou crises, podendo derrubar os preços de todos os ativos na Bolsa”, ressaltam os analistas da XP.
Outro ponto ressaltado pelo levantamento da casa de análises é o número expressivo de empresas que foram adicionadas ao Ibovespa desde 2015. “Reconhecemos que a análise do desempenho das ações que saíram do índice nesse período pode ser pouco representativa. Ainda assim, os anúncios de entrada e saída do indicador são eventos que valem ficar no radar de investidores”, enfatizou a casa.
Mudança de peso
A XP também projetou mudanças no peso das demais ações que compõem o Ibovespa para esse rebalanceamento, com destaque para a Vale, que deve ter um incremento de 3,6% e aumentar sua participação de 10,8% para 14,4%. Já a Rede D’Or deve ter seu peso elevado de 0,90% para 2,5%.
Ao mesmo tempo, a casa estima uma queda na participação da ação preferencial da Petrobras, de 5,90% para 5,40%.
Aumento do interesse
Os especialistas da XP avaliaram as entradas e saídas de empresas do Ibovespa, período no qual foram acrescentados 34 novas companhias e exclusão de três, e apontaram que as ações incluídas no índice valorizavam, em média 10,4% nos trinta dias antes do rebalanceamento.
“Logo após a inclusão no índice, a média dos preços das ações tende a cair ou andar de lado”, ressaltou a XP.
De acordo com a XP, há algumas dinâmicas que explicam o movimento nos preços das ações que são incluídas ou removidas do Ibovespa. Entre elas está o fato de que os papéis que passam a fazer parte do índice se tornam alvo de compra por parte dos fundos, o que aumenta o seu volume de negociações.
Outro aspecto envolve os fundos passivos e os ETFs (Exchange Traded Funds), que também ficam interessados na aquisição desses ativos.
E, por último, a inclusão no Ibovespa pode aumentar o interesse por parte dos próprios investidores, “que irão olhar as empresas com mais escrutínio, levando ao aumento de informação pública”.
“Com isso, a liquidez tende a crescer, reduzindo os custos de capital e, consequentemente, o preço da ação tende a subir”, analisa a XP.