Ibovespa reage após sanções dos EUA à Rússia e fecha em alta de 1,04%; dólar tem menor valor em 7 meses
Mercado financeiro respirou aliviado após sanções consideradas brandas dos Estados Unidos contra a Rússia
As sanções impostas à Rússia pelos Estados Unidos foram interpretadas pelos agentes do mercado como mais brandas do que o esperado. Com isso, O Ibovespa interrompeu três quedas seguidas e fechou com valorização positiva de 1,04%, aos 112.892 pontos.
O dólar, por sua vez, recuou 1,07%, cotado a R$ 5,05 na venda. Foi a menor cotação desde o começo de julho do ano passado.
Tensões geopolíticas e o Ibovespa
Os mercados espelharam o sentimento de alívio após o pacote de sanções considerado "morno", anunciado por Joe Biden, em retaliação à escalada das tensões entre Moscou e Kiev, capital da Ucrânia.
As penalidades proíbem instituições financeiras americanas de fazerem transações com bancos russos e se estendem à dívida soberana russa.
As três maiores altas do índice no fechamento foram Fleury (FLRY3), em alta de 8,23%, seguida por Grupo Soma (SOMA3) e Cogna (COGN3), que subiram 7,32% e 7,05%, respectivamente.
Bancos fecham sem direção definida no Ibovespa
A tensão geopolítica voltou a pressionar os mercados globais, imprimindo uma volatilidade bastante representativa aos ativos domésticos com a entrada de maior fluxo estrangeiro na B3.
A partir do meio da tarde, esse movimento deu tração ao Ibovespa, "carregado sem dúvida nenhuma pela movimentação dos bancos", avalia Bruno Madruga, Head de Renda Variável da Monte Bravo.
No fechamento da sessão, contudo, o setor terminou sem direção única. As ON do Banco do Brasil subiram 0,94% e as PN de Itaú ganharam 0,90%. Já as Units do Santander caíram 0,35%, enquanto Bradesco terminou misto: ON (estável) e PN (-0,38%).
Petrobras, Vale e siderúrgicas
As ações de Petrobras dominaram as atenção do pregão. Bastante voláteis, abriram em alta, chegaram próximas a estabilidade, aceleraram as perdas no início da tarde e terminaram com queda mais contida digerindo o humor externo e algum possível risco de impacto na oferta da commodity. As ordinárias declinaram 1,55% e as preferenciais caíram 0,32%.
O cenário também pesou contra PetroRio (-2,89%) e 3R Petroleum (-2,54%). Já as commodities metálicas terminaram no azul. Vale e Usiminas encerraram a terça-feira firmes, com alta de 1,73% e 1,66%, respectivamente.
Gerdau e Gerdau Metalúrgica também terminaram o pregão com ganhos de 0,63% e 0,67%, após operar com ampla volatilidade.
Americanas, Assaí e varejistas
Destoada de seus pares do varejo eletrônico, Americanas acumulou perdas de 11,65% na semana. A empresa foi penalizada pelo ataque cibernético ocorrido sábado (19), que deixou seu site fora do ar desde então. Pelo Twitter, a Americanas admitiu que, por conta das instabilidades, "pode haver atrasos nas entregas dos pedidos".
Hoje, as ações aceleraram as perdas para 5,40%. Com os sites fora do ar, a Americanas viu seu valor de mercado cair R$ 1,86 bilhão até ontem (21), conforme informou a XP, em relatório a clientes. Na avaliação da corretora, Magazine Luiza e Via também podem se beneficiar do apagão de Americanas. Ambas terminaram o pregão com ganhos de 0,83% e 2,93%. O destaque do setor, contudo, foi para Grupo Soma (+7,32%). Entre os supermercados, GPA avançou 3,99% e Carrefour subiu 4,90%.
No varejo, contudo, o dia foi positivo, começando por Assaí. O mercado digeriu bem o balanço da rede e os resultados impulsionaram os papéis da companhia, que acumularam em um dia alta de 3,86%. O movimento coincidiu com o bom desempenho das varejistas, descontadas e mais atrativas do ponto de vista do investidor estrangeiro.
Ibovespa sobe, dólar cai
Já o dólar emendou nesta terça-feira o terceiro pregão seguido de queda e desceu ao menor patamar desde o início de julho do ano passado.
Os operadores voltaram a identificar no movimento do dia um fluxo de recursos externos para ativos domésticos, em meio à rotação global de portfólios que favorece países fornecedores de commodities, como é o Brasil.