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Esse fundo com 8,2 mil cotistas despenca mais de 47% em 2022; saiba qual é e o que acontece

Fundo que tem carteira concentrada em ativos no exterior é o de pior desempenho no ano

Data de publicação:12/12/2022 às 08:00 -
Atualizado um ano atrás
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Os investidores que aplicaram no fundo de ações MS Global Opportunities Dólar Advisory FIC FIA IE, sob gestão local da XP Asset, estão com uma rentabilidade negativa de 47,31% em 2022, até 6 de dezembro. É o produto que mais está apanhando nessa classe de ativos no ano.

O que está por trás desse monumental tombo, quando o Ibovespa, o benchmark dessa classe de ativos, se sustenta em terreno positivo? Mesmo entremeados por percalços ao longo do ano, acumula valorização de 4,39% no período.

Queda livre do MS Global Opportunities em 2022

 

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A derrapada do fundo reflete uma incursão malsucedida em ativos no exterior. Fundamentalmente no mercado americano. Nicho idêntico ao que o Standard & Poor’s 500 (S&P 500) tem como foco em sua estratégia.

Mas, se é assim, porque o S&P 500 não sofreu tanto abalo quanto o MS Global Opportunities Dólar Advisory FIC FIA IE? O S&P 500 acumula queda de 14,47% desde o início do ano, até 30 de novembro.

Alexandre Alvarenga, analista de fundos da Empiricus Research, comenta que “o fundo caiu quase 48% este ano principalmente pela exposição mais recente em techs, que sofreram muito durante a abertura de juros globais (principalmente nos EUA, onde estão mais de 60% das posições) e neste ambiente de aversão a risco”.

O MS Global, no entanto, teve uma queda superior ao do S&P 500 em dólar e também ao MSCI World em dólar, “que é o benchmark de fato do fundo”, afirma o analista (o MSCI é um índice mundial que mede o desempenho de ações de empresas de médio e grande porte com presença em escala global).

A diferença, de acordo com Alvarenga, se deve ao fato de que a exposição às empresas de tecnologia no MS Global é diferente daquela do S&P - representado principalmente pelas FAANGs, as maiores empresas de tecnologia, as big techs: Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google.

Alvarenga comenta que as principais posições da carteira, como Uber, Disney, Service Now, Mercado Livre, Coupang, entre outras, tiveram inesperadas quedas este ano. “Só HDFC (Bank, o maior banco privado indiano) deu uma segurada”, ante a forte queda das demais, compara.

“A aposta em ativos específicos de tecnologia (diferentes dos que estão presentes tanto no S&P quanto no MSCI World) acabou gerando um alfa negativo para o fundo”, comenta Alvarenga. Ele ressalta que usou as principais posições da carteira de outubro como referência para o ano, “mas os gestores não têm o perfil de girar muito a carteira”.

ms global
Gestores do WS Global não não abrem as informações da carteira - Foto: Reprodução

A dificuldade de acesso às informações é uma das limitações para entender melhor o fundo, cujos gestores são bastante econômicos nas palavras e explicações, ressalta o analista da Empiricus Research. “Eles também não são muito abertos nas conversas com nossa equipe global, não são tão transparentes e as informações são bem difíceis de ser acessadas.”

Alvarenga afirma que em conversas mantidas nos últimos contatos os gestores passaram a impressão de que o mau desempenho do fundo reflete apenas um momento de turbulência e, portanto, seguem confiantes na defesa de teses que defendem, de uma melhora de cenário.

Os tropeços na estratégia do fundo não levaram os gestores a movimentar muito os portfólios e a impressão que passaram é que ela seguirá bem parecida daqui para a frente, comenta o analista da Empiricus Research.

Principais riscos

Uma publicação sobre o fundo, em meados de outubro, dá uma ideia do pensamento e da estratégia dos gestores do Morgan Stanley Global Opportunity. Eles identificam dois grandes riscos no cenário macroeconômico, a saber, o geopolítico e o macroeconômico.

O risco geopolítico, que pesa nos mercados, é associado às operações militares na Ucrânia. Quanto ao risco macroeconômico, os gestores acreditam que é exagerada a narrativa de que inflação e juros mais altos impactam negativamente as empresas com maiores taxas de crescimento. Para eles, empresas com vantagens competitivas são mais bem posicionadas para repassar a inflação de custos de insumos aos clientes.

O portfólio do fundo

Embora siga uma estratégia global, o MS Global Opportunities investe principalmente nos Estados Unidos. Não se trata apenas de uma decisão da equipe de gestão, mas é “consequência do fato de ser a maior e mais líquida economia do mundo”, destaca. Um critério adicional de escolha é, em sua maioria, pelas empresas americanas que têm alcance global.

Em outubro, as maiores posições da carteira do fundo estavam no setor de tecnologia da informação e de consumo discricionário. Uma das novatas do portfólio, em que “não houve nenhuma outra alteração significativa”, é a Disney. “A companhia já chamava atenção pela excelência e com bom valuation, dado que a ação foi bastante castigada pelo mercado na pandemia, a oportunidade de entrada foi ideal.”

Acesso só para investidor qualificado

Fundo bastante líquido para os padrões do setor – o resgate é pago seis dias após a data do pedido -, o MS Global Opportunities Dólar Advisory FIC FIA IE tem patrimônio líquido de R$ 573,170 milhões, 8.220 cotistas e cobra taxa de administração de 0,80% ao ano. O produto está aberto apenas para o investidor qualificado, aquele que tem mais de R$ 1 milhão aplicado no mercado financeiro.

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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