Logo Mais Retorno

Siga nossas redes

  • Instagram Mais Retorno
  • Youtube Mais Retorno
  • Twitter Mais Retorno
  • Facebook Mais Retorno
  • Tiktok Mais Retorno
  • Linkedin Mais Retorno
Foto: Arquivo
Fundos de Investimentos

'Saímos de projeções de corte para alta de juros', diz SVN, preocupada com fiscal no ano que vem

O FOF Long Biased da gestora tem desempenho de destaque em seis meses

Data de publicação:09/12/2022 às 08:00 -
Atualizado 2 anos atrás
Compartilhe:

Para a SVN Gestão, o principal assunto para 2023 e com potencial para nortear o comportamento dos mercados em 2023 deverá ser a questão fiscal

Antes mesmo das eleições, esse tema já era colocado na mesa entre os gestores como um dos principais desafios a ser enfrentado pelo novo governo. E por uma razão até simples, tanto Bolsonaro quanto Lula haviam prometido em campanha a prorrogação do Auxílio Brasil, ou o rebatizado Bolsa Família, e em valores mais elevados.

SVN gestão
Aumento de gastos sem contrapartida de receitas gera inflação e penaliza os mais pobres, diz SVN Gestão

 

A questão não é a concessão do benefício - segundo eles, necessário -, e sim o aumento de custos sem a contrapartida de receitas fiscais de longo prazo. Desequilíbrio que pode gerar inflação, com prejuízos para as camadas mais pobres da população.

"É dar o auxílio com uma mão e tirar com a outra através da inflação que deve aparecer devido ao desarranjo das contas públicas.”

SVN Gestão

Na análise da trajetória da dívida do governo registrada hoje, “vemos que o problema não é a foto e sim o filme. Resta saber se teremos um curta metragem ou uma trilogia e em qual categoria vai se enquadrar esse filme”, diz a carta.

Na prática, ressalta a gestora, o governo eleito enviou uma PEC ao Congresso, que mais parece um filme de terror. Com previsão de um gasto extraordinário próximo a R$ 200 bilhões e sem prazo.

A bola agora está com o Congresso, "que pode buscar alguma categoria de filme mais próxima a realidade", de modo a evitar uma espiral muito negativa com os agentes de mercado. “Esse assunto dominou a dinâmica dos mercados locais e saímos de projeções de corte de juros para altas de juros”.

Na Bolsa, a queda de -3,06% em novembro esconde um movimento de venda muito mais profundo, apontam os gestores. Basta olhar para a queda de -11,13% do índice Small Caps, indicando uma aversão ao risco bem forte dos agentes de mercado. Um ponto positivo, no entanto, foi a entrada de recursos por estrangeiros que se manteve forte, quase no mesmo nível de outubro com mais de R$ 8 bilhões.

Humores internacionais

Nos Estados Unidos, os números têm trazido mais volatilidade ao mercado de juros e de ações ao exibir aspectos distintos da economia: se por um lado os índices de inflação começam a sair melhor que o esperado, por outro, os dados de emprego continuam muito fortes e fazem com que o discurso do Federal Reserve (Fed, banco central americano) continue mais duro, principalmente com relação à taxa de juros terminal e ao tempo com taxas mais altas.

“Apesar de termos observado algum alívio no mês de novembro, os desafios permanecem para o ano que vem e, provavelmente, esses juros mais altos podem trazer mais revisão de lucros para as empresas para os próximos anos pressionando o mercado acionário” alertam os gestores.

Já na China, os recentes protestos da população contra a política da covid zero parecem ter gerado efeito, e os políticos começam a flexibilizar as restrições de mobilidade, permitindo uma abertura maior da economia, o que pode ser bem positivo para commodities e mercados emergentes. Agora, para os gestores, é monitorar o provável aumento dos casos, que tende a ocorrer no curto prazo, e até que ponto isso será suficiente para um retrocesso na situação.

Posições das carteiras SVN

Os gestores continuam com exposição em títulos públicos e privados indexados à inflação com juros reais ainda bem atrativos acima de 6%. Também aproveitaram a abertura dos juros para fazer alocações com juros reais acima de 8%.

Foram mantidas também as alocações em papéis pós-fixados em CDI (tanto acima do referencial como em porcentual dele) de bancos com bom prêmio e excelente risco. E aos poucos, os gestores estão aumentando as posições em títulos prefixados com taxas acima de 15,5% ao ano, mas ainda em percentual bem baixo do portfólio.

Posições com exposição em liquidez para novas oportunidades de mercado e em títulos referenciados CDI e com liquidez diária foram preservadas. Assim como o investimento internacional via BDRs da carteira recomendada para exposição ao dólar.

Há ainda na carteira uma pequena alocação em CRA de JBS com dólar e mais 4,71% ao ano, isento, usada como hedge e exposição adicional ao dólar.

Em relação às ações os gestores mantiveram uma boa exposição às commodities e empresas defensivas, que geram caixa e têm poder de repasse de preços (pricing power) e adicionaram um pouco de outras empresas que se beneficiam da melhora local com valuation atrativo.

Ao mesmo tempo, eles reduziram algumas posições em commodities metálicas e aumentaram empresas mais locais que geraram oportunidades no mês, além de empresas de petróleo não estatais. O mesmo aconteceu com a exposição ao ouro após ganhos no mês.

São estratégias que parecem ser bem-sucedidas, um dos fundos da gestora, o SVN FOF Long Biased, um fundo formado por cotas de outros fundos, lançado em maio, exibe uma performance de destaque entre os seus pares desde então.

O desempenho do SVN FOF Long Biased

O fundo está classificado como de multimercado, mas é um Long Biased e, portanto, tem sua carteira concentrada em ações, explica Leonardo Morales, da SVN Gestão.

Em um período um pouco superior a seis meses, de 18 de maio a 2 de dezembros de, o SVN FOF não só apresenta um avanço que é quase o dobro da evolução do seu referencial, o Ibovespa, como supera com larga margem de vantagem os fundos tradicionais do mercado com a mesma estratégia.

SVN

Como explica a carta mensal da gestora aos cotistas, alocações em empresas ligadas à economia chinesa está entre as razões do resultado do fundo.

“O mês de novembro foi marcado pela aversão ao risco local de maneira mais intensa, e conseguimos defender bem o fundo através de alguns fundos investidos bem como maior ativismo com posições em empresas ligadas a China”.

Leia mais:

Sobre o autor
Regina Pitoscia
Editora do Portal Mais Retorno.