Economia

Dividendos pagos pelos bancos no 1° trimestre de 2022 é o menor para o período desde 2014

Os quatro maiores bancos do Brasil pagaram, juntos, R$ 9,78 bilhões em dividendos no primeiro trimestre

Data de publicação:30/05/2022 às 12:30 - Atualizado 2 anos atrás
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Apesar de um lucro líquido consolidado recorde entre os quatro maiores bancos do País - Banco do BrasilBradescoItaú Unibanco e Santander - no primeiro trimestre de 2022, a distribuição de dividendos aos acionistas por parte dessas instituições financeiras foi a menor para o trimestre desde 2014. Entre janeiro e março deste ano, o valor total de dividendos distribuídos pelos bancões foi de R$ 9,78 bilhões.

É isso que revela um levantamento feito pela Economatica, com dados dos balanços corporativos dos quatro bancos, todos listados na B3, a Bolsa de Valores brasileira, a partir do último trimestre de 2006. Só naquele período todas essas instituições já tinham dados divulgados.

Bradesco lidera a lista com o maior lucro líquido no trimestre, mas foi o banco que menos pagou dividendos | Foto: Envato

De acordo com o estudo, os dividendos pagos pelos bancos no primeiro trimestre vêm caindo consecutivamente desde 2019, ano anterior ao início da pandemia de covid-19. Nos três primeiros meses de 2022, quem mais recompensou seus acionistas foi o Banco do Brasil, com R$ 3,53 bilhões em proventos. Na sequência, vem Itaú Unibanco (R$ 3,08 bilhões), Santander (R$ 2,73 bilhões) e Bradesco (R$ 437 milhões).

Em contrapartida, o lucro líquido consolidado dos bancões no primeiro trimestre deste ano foi o maior da história: R$ 24,3 bilhões. O Bradesco liderou a lista e registrou o maior lucro, com pouco mais de R$ 7 bilhões. Itaú (R$ 6,743 bilhões), Banco do Brasil (R$ 6,660 bilhões) e Santander (R$ 3,946 bilhões) vêm na sequência.

Total em dividendos pagos pelos bancos a cada trimestre desde o início da pandemia

Banco do BrasilBradescoItaú UnibancoSantanderTotal consolidado
1° tri de 2020R$ 3,043 bilhõesR$ 380 milhõesR$ 9,795 bilhõesR$ 7,691 bilhõesR$ 20,909 bilhões
2° tri de 20200R$ 336 milhõesR$ 915 milhõesR$ 735 milhõesR$ 1,986 bilhões
3° tri de 2020R$ 2,138 bilhõesR$ 359 milhõesR$ 878 milhões- R$ 142 milhõesR$ 3,232 bilhões
4° tri de 2020R$ 890 milhõesR$ 358 milhõesR$ 470 milhõesR$ 1,927 bilhõesR$ 3,645 bilhões
1° tri de 2021R$ 1,975 bilhõesR$ 3,571 bilhõesR$ 2,804 bilhõesR$ 9,848 bilhõesR$ 18,199 bilhões
2° tri de 2021R$ 1,663 bilhõesR$ 365 milhõesR$ 427 milhões- R$ 5,733 bilhõesR$ 8,189 bilhões
3° tri de 2021R$ 1,863 bilhõesR$ 5,387 bilhõesR$ 2,666 bilhõesR$ 2,986 bilhõesR$ 12,812 bilhões
4° tri de 2021R$ 1,623 bilhõesR$ 591 milhõesR$ 500 milhõesR$ 2,984 bilhõesR$ 5,698 bilhões
1° tri de 2022R$ 3,537 bilhõesR$ 437 milhõesR$ 3,085 bilhõesR$ 2,730 bilhõesR$ 9,789 ilhões
Fonte: TC/Economatica

Valor de mercado dos bancões também caiu com a pandemia

O levantamento da Economatica revelou ainda que, em relação ao quatro trimestre de 2019, período imediatamente anterior à explosão de casos de covid-19, o valor de mercado consolidado dos quatro bancos atual ainda está 30,6% abaixo do registrado naquela época, de R$ 951,8 bilhões. Na última quarta-feira, 25, os bancões somavam cerca de R$ 660,8 bilhões em valor de mercado.

Atualmente, o valor de mercado de cada um dos quatro bancos é de:

  • Itaú Unibanco: R$ 233,1 bilhões
  • Bradesco: R$ 196 bilhões
  • Santander: R$ 124,4 bilhões
  • Banco do Brasil: R$ 107,2 bilhões

Embora o Itaú tenha o maior valor de mercado, a instituição que, até aqui, teve a melhor recuperação desde março de 2020 (pior momento da pandemia para a B3) é o Banco do Brasil, que já cresceu 34,8% desde aquele momento. Logo em seguida, vêm Bradesco e Santander, que cresceram 23,3% e 23,1%, respectivamente. O Itaú fica na última colocação, com uma recuperação de apenas 5,8% em valor de mercado.

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