Dividendos pagos pelos bancos no 1° trimestre de 2022 é o menor para o período desde 2014
Os quatro maiores bancos do Brasil pagaram, juntos, R$ 9,78 bilhões em dividendos no primeiro trimestre
Apesar de um lucro líquido consolidado recorde entre os quatro maiores bancos do País - Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander - no primeiro trimestre de 2022, a distribuição de dividendos aos acionistas por parte dessas instituições financeiras foi a menor para o trimestre desde 2014. Entre janeiro e março deste ano, o valor total de dividendos distribuídos pelos bancões foi de R$ 9,78 bilhões.
É isso que revela um levantamento feito pela Economatica, com dados dos balanços corporativos dos quatro bancos, todos listados na B3, a Bolsa de Valores brasileira, a partir do último trimestre de 2006. Só naquele período todas essas instituições já tinham dados divulgados.
De acordo com o estudo, os dividendos pagos pelos bancos no primeiro trimestre vêm caindo consecutivamente desde 2019, ano anterior ao início da pandemia de covid-19. Nos três primeiros meses de 2022, quem mais recompensou seus acionistas foi o Banco do Brasil, com R$ 3,53 bilhões em proventos. Na sequência, vem Itaú Unibanco (R$ 3,08 bilhões), Santander (R$ 2,73 bilhões) e Bradesco (R$ 437 milhões).
Em contrapartida, o lucro líquido consolidado dos bancões no primeiro trimestre deste ano foi o maior da história: R$ 24,3 bilhões. O Bradesco liderou a lista e registrou o maior lucro, com pouco mais de R$ 7 bilhões. Itaú (R$ 6,743 bilhões), Banco do Brasil (R$ 6,660 bilhões) e Santander (R$ 3,946 bilhões) vêm na sequência.
Total em dividendos pagos pelos bancos a cada trimestre desde o início da pandemia
Banco do Brasil | Bradesco | Itaú Unibanco | Santander | Total consolidado | |
1° tri de 2020 | R$ 3,043 bilhões | R$ 380 milhões | R$ 9,795 bilhões | R$ 7,691 bilhões | R$ 20,909 bilhões |
2° tri de 2020 | 0 | R$ 336 milhões | R$ 915 milhões | R$ 735 milhões | R$ 1,986 bilhões |
3° tri de 2020 | R$ 2,138 bilhões | R$ 359 milhões | R$ 878 milhões | - R$ 142 milhões | R$ 3,232 bilhões |
4° tri de 2020 | R$ 890 milhões | R$ 358 milhões | R$ 470 milhões | R$ 1,927 bilhões | R$ 3,645 bilhões |
1° tri de 2021 | R$ 1,975 bilhões | R$ 3,571 bilhões | R$ 2,804 bilhões | R$ 9,848 bilhões | R$ 18,199 bilhões |
2° tri de 2021 | R$ 1,663 bilhões | R$ 365 milhões | R$ 427 milhões | - R$ 5,733 bilhões | R$ 8,189 bilhões |
3° tri de 2021 | R$ 1,863 bilhões | R$ 5,387 bilhões | R$ 2,666 bilhões | R$ 2,986 bilhões | R$ 12,812 bilhões |
4° tri de 2021 | R$ 1,623 bilhões | R$ 591 milhões | R$ 500 milhões | R$ 2,984 bilhões | R$ 5,698 bilhões |
1° tri de 2022 | R$ 3,537 bilhões | R$ 437 milhões | R$ 3,085 bilhões | R$ 2,730 bilhões | R$ 9,789 ilhões |
Valor de mercado dos bancões também caiu com a pandemia
O levantamento da Economatica revelou ainda que, em relação ao quatro trimestre de 2019, período imediatamente anterior à explosão de casos de covid-19, o valor de mercado consolidado dos quatro bancos atual ainda está 30,6% abaixo do registrado naquela época, de R$ 951,8 bilhões. Na última quarta-feira, 25, os bancões somavam cerca de R$ 660,8 bilhões em valor de mercado.
Atualmente, o valor de mercado de cada um dos quatro bancos é de:
- Itaú Unibanco: R$ 233,1 bilhões
- Bradesco: R$ 196 bilhões
- Santander: R$ 124,4 bilhões
- Banco do Brasil: R$ 107,2 bilhões
Embora o Itaú tenha o maior valor de mercado, a instituição que, até aqui, teve a melhor recuperação desde março de 2020 (pior momento da pandemia para a B3) é o Banco do Brasil, que já cresceu 34,8% desde aquele momento. Logo em seguida, vêm Bradesco e Santander, que cresceram 23,3% e 23,1%, respectivamente. O Itaú fica na última colocação, com uma recuperação de apenas 5,8% em valor de mercado.
Leia mais sobre dividendos
- Vale é a única empresa brasileira entre as 10 maiores pagadoras de dividendos do mundo
- Gigantes da Bolsa, Lírio Parisotto e Luiz Barsi contam os segredos para viver com dividendos; confira
- Vale e Petrobras distribuem R$ 146 bi em dividendos em 2021, mais do que todas as empresas da B3 juntas; como será em 2022?
- Inflação e juros em alta afetam os dividendos; em maio, 29 empresas pagam R$ 6,39 bi