Vale é a única empresa brasileira entre as 10 maiores pagadoras de dividendos do mundo
Levantamentos da Janus Henderson mostra quais são as principais pagadoras no primeiro trimestre de 2022
No primeiro trimestre de 2022, a Vale, companhia brasileira que trabalha com a exportação de minério de ferro, foi a única do País a configurar o ranking das 10 ações que mais pagam dividendos no mundo. O levantamento faz parte da 34ª edição de um relatório trimestral divulgado pela gestora britânica Janus Henderson sobre as tendências globais de pagamento de dividendos.
O Janus Henderson Global Dividend Index (JHGDI), da gestora de mesmo nome, é um índice que mede o progresso de empresas de diversas partes do mundo no pagamento de proventos para seus acionistas, usando 2009 como ano-base para os cálculos, quando o valor do índice era 100 pontos. No último trimestre, período em que US$ 302,5 bilhões foram pagos em dividendos, o JHGDI registrou uma alta de 11%, chegando a 206,5 pontos.
Ranking das 10 empresas que mais pagaram dividendos no primeiro trimestre de 2022
Empresa | Setor | País |
BHP | Mineradora | Austrália |
Novartis | Farmacêutica | Suíça |
Maersk | Logística | Dinamarca |
Roche | Farmacêutica | Suíça |
Microsoft | Tecnologia | Estados Unidos |
Siemens | Tecnologia/Energia | Alemanha |
Exxon | Óleo e gás | Estados Unidos |
AT&T | Telecomunicação | Estados Unidos |
Vale | Mineradora | Brasil |
Apple | Tecnologia | Estados Unidos |
Resultados das empresas brasileiras
Com base nos valores pagos e apurados entre janeiro e março deste ano, a Vale ocupa a nona posição do ranking da Janus Henderson. Na mesma época do ano passado, a mineradora ocupava a oitava posição. De acordo com a gestora, a desvalorização do minério de ferro no segundo semestre de 2021 impactou negativamente os dividendos pagos pela companhia brasileira.
Ainda no mercado brasileiro, o Bradesco teve um corte nos valores pagos em proventos para seus acionistas e isso pesou contra o Brasil no JHGDI, com o total de dividendos pagos pelo País chegando a US$ 5,2 bilhões, ante US$ 5,3 bilhões no mesmo trimestre do último ano.
No entanto, uma "restauração nos pagamentos da Ambev aos níveis pré-pandemia" diluiu os impactos negativos e fez com que a taxa subjacente do Brasil, em que são considerados os efeitos das taxas de câmbio e os dividendos não recorrentes, crescesse 7,4% no período. Além de Vale, Bradesco e Ambev, a gestora britânica também acompanha os números da JBS e da Petrobras.
Destaques do relatório
O principal destaque do relatório fica com os Estados Unidos, onde as empresas tiveram um "início de ano forte", destaca a gestora. Os dividendos pagos por empresas do país norte-americano subiram para um novo recorde de US$ 141,6 bilhões e, além disso, "99% das empresas no índice aumentaram seus dividendos ou os mantiveram estáveis".
Na Europa, além das empresas presentes no ranking das 10 maiores pagadoras, a Janus Henderson destaca que as companhias de utilities - segmentos da economia considerados como serviços ou produtos essenciais para a sociedade, como energia elétrica - e do comércio de luxo também contribuíram para um bom resultado do continente no pagamento de proventos no último trimestre.
Apesar da contribuição de tais empresas, sem a Maersk, companhia dinamarquesa focada em transportes e logística, a taxa de crescimento de dividendos da Europa teria sido de apenas 3,9%, enquanto com a Maersk o crescimento foi de 22,2%.
Na região da Oceania, a gestora ressalta o ótimo desempenho da mineradora australiana BHP e afirma que a companhia deve ser a maior pagadora de dividendos durante todo 2022, o segundo ano consecutivo.
Já nos mercados emergentes, a indústria de óleo e gás e outras commodities foram os principais impulsionadores para o bom pagamento de proventos. As taxas de dividendos pagos por esse grupo de países teve uma alta nominal de 41,5% no primeiro trimestre deste ano, com destaque para China, África do Sul e Rússia, que viram seus números dispararem 575%, 248,7% e 168,2%, respectivamente.
Lista das regiões que mais pagam dividendos
- Estados Unidos: 58% do total
- Europa (excluindo Reino Unido): 17% do total
- Países emergentes: 9% do total
- Ásia (excluindo Japão): 9% do total
- Reino Unido: 5% do total
- Japão: 2% do total