Diretora do Fed crê que iniciativas aliviarão inflação e permitirão máximo emprego
Lael Brainard disse que o BC americano está comprometido em frear o avanço de preços nos EUA
A política monetária mais dura adotada pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre a elevação da taxa de juros do país para conter o avanço da inflação tem rendido diversos comentários do mercado e também da instituição a respeito das apostas de quando esse movimento deve ocorrer e os efeitos disso na economia global.
Nesta quinta-feira, 13, a diretora do Fed, Lael Brainard, disse confiar que os posicionamentos do banco central americano farão com que a instituição atinja suas metas. "Tenho confiança de que ações adotadas aliviarão inflação e permitirão máximo emprego ao longo do tempo", afirmou no Comitê Bancário do Senado, durante audiência para sua confirmação como vice-presidente do BC norte-americano.
Atualmente, o juro de curto prazo dos chamados Fed Funds, semelhante à Selic, taxa básica de juros do País, que a autoridade monetária administra está em um intervalo entre 0% e 0,25%. Alguns analistas do mercado, como é o caso do CME Group, apostam em uma alta de 25 pontos-base já no próximo encontro do Fomc que ocorrerá em março deste ano. Na visão da Capital Econômics, o BC dos EUA fará um ciclo de quatro aumentos ao longo de 2022.
Questionada, Lael Brainard reforçou seu compromisso em fazer suas decisões independentemente das consequências políticas e do partido que governar os Estados Unidos.
Ela afirmou ainda que os preços da gasolina e dos alimentos nos Estados Unidos "claramente estão prejudicando os americanos". Na véspera, o Departamento do Trabalho divulgou que a inflação do consumidor (CPI, na sigla em inglês) de dezembro avançou 0,5%, ante 0,4% esperado pelo mercado. No ano, o indicador fechou o período em alta de 7%, a maior em quase 40 anos.
No depoimento ao Comitê, Brainard reforçou que a instituição está comprometida a usar suas ferramentas para lidar com a inflação, "um fenômeno fundamentalmente monetário".
Fed ficou surpreso com turbulência dos Treasuries no início da pandemia
Lael Brainard disse ainda que as autoridades da instituição ficaram "tão surpresas quanto todo mundo" com a turbulência nos mercados de Treasuries no início da pandemia. "Nunca vi nada como aquilo e tivemos que responder rapidamente", afirmou em audiência no Comitê Bancário do Senado dos Estados Unidos.
"Tivemos que relaxar algumas proteções bancárias para garantir que ainda conseguissem fazer empréstimos", disse ela. E acrescentou: "Hoje estamos em uma posição muito melhor. Muitos americanos têm empregos e balanços patrimoniais em maior equilíbrio." / com Agência Estado