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Fundos de Investimentos

Depois da tempestade… Alaska Black se recupera e ganha destaque entre os fundos de ações em 2022

Fundo rendeu 15,29% em março; 35,43% no 1º trimestre deste ano e 25,82% em 12 meses

Data de publicação:13/04/2022 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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No seleto ranking dos fundos mais rentáveis de ações, o Alaska Black FIC FIA II BDR Nível I aparece com destaque tanto no mês, como no ano e em 12 meses. Em março, seu rendimento ficou em 15,29%, no acumulado em 2022, em 35,43%, em no intervalo de abril e de 2021 a março deste ano, em 25,82%. Desempenho que lhe garantiu o pódio na segunda posição nos três períodos.

O que deu tão certo na estratégia do Alaska? Segundo seus gestores, a aposta em empresas ligadas a commodities, que vem desde o fim de 2020, e na queda do dólar frente o real, uma crença que se cristalizou no começo do ano. Esse pontos explicam a boa performance do fundo.

Mas parece estar bem vivo na memória do mercado o que aconteceu no início da pandemia, quando o Alaska quase naufragou tragado pela crise e, segundo analistas, por suas posições alavancadas.

Alaska

O Alaska Black esteve dentre os que mais perderam, com desvalorização de cotas em torno de 70%. O número de cotistas está hoje em torno de 30 mil, depois de chegar a 48 mil, em março de 2020, segundo a Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (Anbima).

Acima, o gráfico gerido pelo Comparador de Ativos da Mais Retorno mostra a evolução do fundo em comparação como o Ibovespa e a inflação desde 2017.

Estratégia de sucesso

A estratégia de gestão responsável pelos bons resultados está apoiada em dois pilares, explica Omar Abdalla, analista da Alaska Asset Management. Parte dos recursos da carteira do Alaska Black foi alocada em posição vendida em dólar contra o real – aposta em que o real se valorizaria perante o dólar – entre janeiro e março, o dólar recuou 14,63%.

“É uma posição que carregamos há alguns anos e vinha contribuindo negativamente até o fim do ano passado”, argumenta ele.

A parcela investida em ações, o segundo pilar de rentabilidade, também foi bem-sucedida. “As maiores posições da carteira estão em ações de empresas exportadoras de commodities, como Petrobras, Vale e Suzano.”

O Ibovespa, índice em que esses papeis têm expressiva participação, acumulou valorização de 14,48% no primeiro trimestre. “A aposta na posição vendida do dólar contra o real e em ações de empresas de commodities explicam o sucesso do Alaska”, aponta Omar.

O analista diz que a alocação de capital em operações relacionadas a commodities, iniciada no fim de 2020 e mantida ao longo de 2021, a posição no câmbio e as opções compradas na bolsa local foram as grandes contribuições para a performance do Alaska.

Índice de Sharpe

A entrega de bons resultados pelo Alaska Black com um índice de Sharpe mais baixo em 12 meses não incomoda e nem preocupa a gestora. O índice de Sharpe do fundo da Alaska está em 10,08% no mês, 6,39% no ano e 0,47% em 12 meses.

“No Alaska, nós não colocamos nenhum target de volatilidade para nossos fundos de ações, mas se o índice de Sharpe está elevado é porque a rentabilidade obtida foi conseguida correndo poucos riscos”.

Omar Abdalla, analista da Alaska Asset Management

“Se o índice Sharpe possui um valor baixo, significa que correu um risco elevado para obter tal retorno”, completa o analista.

O indicador expressa essa relação risco dividida pelo retorno, e é o resultado da rentabilidade dividida pela volatilidade. A volatilidade é a medida de risco, de quanto a cota do fundo varia. À medida que a variação aumenta, aumenta também o risco.

Alaska é dúvida entre analistas

Apesar do histórico de sucesso recente, o fundo deve perder um pouco mais de cotistas entre os meses de abril e maio. É quando ao menos um grande escritório de agentes autônomos deve reduzir drasticamente sua posição no fundo, em busca de outras oportunidades.

Abdalla diz que o regulamento do Alaska BLack FIC FIA prevê o uso de alavancagem em ações e em câmbio e juros. Segundo alguns pesquisadores e analistas do mercado, o fundo é, ainda, tratado como "bola preta", porque acreditam que parte dos resultados vem de uma posição ainda fortemente alavancada do fundo.

"Vejo o fundo com problema de processo", diz um analista que prefere não se identificar. "Acho o fundo extremamente alavancado, com uma exposição ao risco bem alta”, avalia.

O acerto nas apostas direcionais – alta das bolsas de valores e desvalorização do dólar – tem contemplado com ganho não apenas o Alaska, mas muitos fundos com esses ativos em carteira. A dúvida de especialistas é até quando esse cenário favorável às ações e ao real persistirá.

A principal ameaça, avaliam eles, vem do agravamento da inflação global, que tende a levar os bancos centrais a endurecer a política monetária. Cenário que pode levar a um esticão nos juros e derrubar as bolsas. Uma inversão de cenário que pode redundar em possível baque para os fundos de ações, sobretudo os que atuam com alavancagem.

Abdalla diz que o regulamento do Alaska BLack FIC FIA prevê o uso de alavancagem em ações e em câmbio e juros, enquanto alguns especialistas no segm

Rentabilidade histórica do Alaska Black

Na tabela abaixo, os resultados já incorporam os resultados de abril, que estão negativos. Além disso, é possível ver o desempenho em períodos mais elásticos: em 2 anos, as cotas valorizaram 78,21%, mas em 36 meses, que carrega o tombo de 2020, a rentabilidade do fundo é negativa, em 21,83%.

Sobre a consistência do Alaska, em 64 meses de operação, em 36 o retorno foi positivo, e em 28, negativo.

Alaska

Quem está no comando do Alaska Black

O fundo é tocado por Henrique Bredda. A gestora tem ainda no comando Luiz Alves Paes de Barros, com pouco mais de 70 anos, que é um dos maiores investidores do Brasil.

Formado economista pela USP, ele se tornou uma lenda do mercado financeiro antes mesmo de abrir a sua gestora. O motivo é que o fundo abriga a sua fortuna pessoal. Criado em 2003, o fundo Poland, fundo exclusivo de Luiz, é bastante acompanhado por gestores profissionais.Ele, sua mulher e seu filho possuem uma cifra bilionária investida ali. Engana-se quem pensa que ele obteve favorecimento de algum tio banqueiro ou de um primo trader. Sua família é de usineiros, do interior de São Paulo, que perderam a fortuna.

Paes de Barros formou a sua riqueza sozinho, estudando o mercado, investindo e adotando um estilo de vida desprovido de luxos. Ele nunca frequenta restaurantes badalados e muito menos usa jatinho particular quando decide viajar.

Contabiliza mais de 50 anos de experiência no mercado de ações sempre perseguindo a análise fundamentalista.

Isso pode ser observado a partir de um dos muitos eventos que lhe trouxeram bastante dinheiro: quando o Brasil ganhou o selo de grau de investimento em 2008, Luiz estava de férias. Ele se desfez da sua carteira de ações usando dois telefones fixos e um celular enquanto todos corriam desesperadamente para entrar no mercado.

Para refazê-la novamente, apelou para o que todo mundo tem dificuldade em replicar: comprar ações no fundo do poço, quando ninguém as quer.

Henrique Bredda é outro comandante da casa e gestor do Alaska Black. Ele é um dos investidores mais comentados do País em função dos resultados que vem alcançando a frente do fundo que dirige.

Formado em engenharia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Bredda quase não trabalhou em sua área de formação. Antes de ingressar no mercado de ações, trabalhou como analista de crédito no banco Itaú.

Como é a gestora

A gestora foi criada em 2015 e desde então sua estratégia tem sido a mesma: comprar o que está barato para depois vender.

Contrastando-se das demais, ela nada tem do refinamento das casas de gestão localizadas na região da Avenida Faria Lima, em São Paulo. O escritório é bem modesto, sendo carinhosamente chamado de “shoe box” (caixa de sapato).

Apesar da resistência inicial dos bancos em distribuir cotas do fundo da gestora aos seus clientes, entre os investidores estão instituições de ensino superior americanas e fundos soberanos.

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Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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