Dados da economia, com IBC-Br, e balanço do Itaú podem influenciar o mercado nesta sexta-feira
Resultado do Itaú acima do esperado pode favorecer todo o setor de bancos
O mercado financeiro poderá ter o comportamento influenciado nesta sexta-feira, 11, pelos dados do Índice de Atividade Econômica - IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, de dezembro e do número fechado de 2021, que o Banco Central (BC) divulga pela manhã.
E o mercado de ações, especificamente, pelos resultados do balanço do Itaú Unibanco (ITUB3 e ITUB4), divulgado após o encerramento do pregão de quinta-feira, que apontaram um lucro líquido de R$ 7,159 bilhões no quarto trimestre. Por enquanto, no mercado internacional a posição dos investidores é de cautela,
O desempenho dos números do Itaú acima do esperado pelos analistas poderá dar mais fôlego aos papeis do Itaú e se estender a todo o setor bancário, de acordo com especialistas. As expectativas com o balanço que seria divulgado à noite animaram os negócios desta quinta-feira com as ações do banco, que tiveram valorização de 1,91% no dia.
Embora os dados do IBC-Br não coincidam com os do PIB calculado pelo IBGE, por seguir metodologias distintas, o mercado financeiro está atento a dados de atividade econômica, que não têm animado investidores e analistas. A última edição do boletim Focus indica que economistas do mercado financeiro consultados pelo BC para o relatório estimam um crescimento de apenas 0,30% da economia neste ano.
A inflação, ainda que emita sinais de desaceleração, continua alta e a perspectiva de uma elevação superior à prevista para a taxa Selic, indicada até pelo BC, têm levado alguns analistas a prever novas revisões para baixo nas estimativas de expansão de atividade.
É nesse cenário, em que o clima de campanha eleitoral também lança ruídos sobre a preocupante questão fiscal, que o mercado financeiro permanece cauteloso, reagindo mais a fatores e expectativas pontuais do dia a dia. Como a resultados de balanços da atual safra de resultados do quarto trimestre das empresas e ao vaivém das cotações das commodities, como petróleo e minério de ferro, no mercado internacional, dentre outros.
Um ambiente em que não raro a Bolsa de Valores anda descolada das bolsas americanas, que fecharam em baixa ontem pela expectativa de aperto monetário mais duro do Fed (Federal Reserve, banco central americano), após a divulgação de dados de inflação acima do esperado.
A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, subiu 0,81%, para 113.367 pontos, enquanto a bolsa americana passou por forte baixa dos índices. O Dow Jones recuou 1,47%, para 35.241 pontos; o S&P 500 caiu 1,81%, para 4.504 pontos, e o Nasdaq recuou 2,10%, para 14.185 pontos.
Exterior
Wall Street: cautela nos mercados
Os futuros americanos operam em baixa e o rendimento dos Treasuries se aproximam de 2%, após os dados da inflação dos EUA, com os investidores dobrando as apostas sobre um aperto monetário mais contundente a partir da próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em março.
Os dados de inflação foram a 7,5% nos 12 meses concluídos em janeiro, renovando o maior patamar em quatro décadas. A notícia alimentou a especulação de que o Fed aumentará as taxas de juros em 50 pontos-base em março, ao invés de 0,25% previstos anteriormente.
Para piorar a situação, o presidente da distrital do BC americano em St. Louis, James Bullard, defendeu que os juros sejam elevados em 100 pontos-base até julho.
Futuros/bolsas americanas
- S&P 500: -0,47%
- Dow Jones: -0,30%
- Nasdaq 100: -0,61% (dados atualizados às 7h56)
Europa: mercados em queda
No continente, a cautela também domina os mercados, que seguem os futuros americanos. Por lá, novos números econômicos foram divulgados e os investidores seguem repercutindo esses dados.
A Destatis, agência de estatísticas da Alemanha, informou que a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) caiu para 4,9% em janeiro, ante 5,3% em dezembro. Na comparação mensal, o CPI da maior economia da Europa subiu 0,4%. Os números vieram em linha com a expectativa do mercado.
Segundo o Escritório de Estatísticas do Reino Unido (ONS, na sigla em inglês), o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido subiu 1% no quarto trimestre de 2021 ante o anterior. O resultado ficou um pouco abaixo da expectativa dos analistas, que previam alta de 1,1% no período.
O escritório reportou também que a produção industrial do Reino Unido cresceu 0,3% em dezembro ante novembro de 2021. O indicador superou a projeção dos analistas, que esperavam avanço de 0,2% na produção. Já na comparação anual, a produção geral da indústria do Reino Unido teve alta de 0,4% em dezembro, menor do que o avanço projetado de 0,6%.
Bolsas europeias/principais praças
- Stoxx 600 (Europa): -0,80%
- FTSE 100 (Londres): -0,70%
- DAX (Frankfurt): -0,45%
- CAC 40 (Paris): 0,92% (dados atualizados às 7h58)
Bolsas asiáticas fecham em queda com perspectiva de alta nos juros dos EUA
Os mercados asiáticos fecharam em baixa generalizada nesta sexta-feira, após a divulgação dos dados da inflação americana, que reforçaram expectativas de uma agressiva trajetória de alta dos juros na maior economia do mundo.
Na China continental, o Xangai Composto recuou 0,66%, aos 3.462 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve queda mais expressiva, de 1,72%, aos 2.262 pontos.
Em outras partes da Ásia, o Hang Seng apresentou perda marginal de 0,07% em Hong Kong, aos 24.906 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi caiu 0,87% em Seul, aos 2.747 pontos, interrompendo uma sequência de três pregões de ganhos, e o Taiex cedeu 0,15% em Taiwan, aos 18.310,94 pontos. Em Tóquio, a bolsa não operou hoje devido a um feriado nacional no Japão.
Na Oceania, a bolsa australiana também sentiu o impacto das preocupações com os juros dos EUA, e o S&P/ASX 200 caiu 0,98% em Sydney, aos 7.217 pontos. / com Júlia Zillig e Agência Estado